IAE Inicia Sua Participação na Operação Rio Verde em Alcântara

Olá leitor!

Trago agora para você uma notícia bastante animadora, esta postada hoje (21/11) no site do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), destacando que o instituto iniciou sua participação na Operação Rio Verde em Alcântara.

Duda Falcão

IAE Inicia Sua Participação na
Operação Rio Verde em Alcântara

Publicado: 21 Novembro 2016
Última atualização em 21 Novembro 2016

No último final de semana, com o embarque da carga e de todos os integrantes de suas equipes, o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) deu início a sua participação na Operação Rio Verde, no Centro de Lançamento em  Alcântara, no Maranhão.

A Operação Rio Verde visa cumprir a etapa final da 2a Chamada do 4o Anúncio de Oportunidades (AO) do Programa Microgravidade da Agência Espacial Brasileira (AEB), que financiou o desenvolvimento de cinco experimentos desenvolvidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O sexto experimento foi desenvolvido com a colaboração do IAE, enquanto os dois últimos foram integralmente desenvolvidos pelo IAE.

O Programa Microgravidade foi criado em 27 de outubro de 1998 pela AEB com o objetivo colocar ambientes de microgravidade à disposição da comunidade técnico-científica brasileira, provendo meios de acesso, e suporte técnico e orçamentário para a viabilização de experimentos nesses ambientes. O gerenciamento das atividades é de responsabilidade da AEB e conta com a colaboração do IAE e da comunidade acadêmica nacional pertencente aos cursos de engenharia aeroespacial.

O Veículo VSB-30

O VSB-30 é um foguete suborbital, com dois estágios a propelentes sólidos, não guiado, estabilizado por empenas e lançado de trilho. O primeiro estágio consiste de um propulsor “booster”, denominado S31, e o segundo estágio de um propulsor S30. Tem o objetivo de realizar missões científicas e tecnológicas. Com carga útil de até 400 kg atinge um apogeu de 250 km.

O VSB-30 é o primeiro foguete brasileiro que obteve Certificação Espacial pelo Instituto de Fomento e Coordenação Industrial –IFI, Órgão Certificador Espacial, credenciado pela AEB.
O processo de certificação do VSB-30 junto ao IFI foi formalizado por meio da Declaração de Abertura de Processo (DAP) n° 016/CPA/2004, de 28 de julho de 2004.

Em 2015 foi emitido pela OCE o certificado de tipo do VSB-30 modelo V07, tendo em vista que após o recebimento do certificado do VSB-30 modelo V01, em outubro de 2009, algumas modificações foram implementadas, com êxito, nos lançamentos subsequentes.

Os Experimentos

Os experimentos são alojados no interior da carga-útil. A carga-útil compreende a parte superior do foguete VSB-30. Após consumirem 1.550 kg de propelente nos 42 segundos inicias de voo os dois motores-foguetes do VSB-30 são descartados caindo no mar. A carga-útil, contudo, continua seu movimento ascendente atingindo uma altura máxima de 250 km. A altitude de 100 km é considerada o limite superior da atmosfera terrestre. Acima dessa altitude considera-se o vácuo do espaço. A ausência de forças propulsivas, combinada à ausência de atrito com a atmosfera e à eliminação da rotação do veículo em torno de quaisquer dos seus eixos, faz com que sejam estabelecidas a condição de microgravidade no interior da carga-útil. Nessa condição, qualquer objeto solto no interior da carga-útil flutuará.

Para o caso do VSB-30 essa condição é estabelecida aos 80 segundos de voo, quando a carga-útil encontra-se a 110 km de altitude, tendo a duração de 6 minutos. Ao reentrar na atmosfera terrestre a carga-útil é desacelerada por atrito e, posteriormente, são acionados os paraquedas com intuito de reduzir a velocidade de impacto com o mar. Helicópteros da Força Aérea Brasileira (FAB) fazem o resgate da carga-útil no mar. Em solo, os experimentos são retirados da carga-útil e entregues aos pesquisadores que os desenvolveram. Na operação Rio Verde o VSB-30 levará ao espaço oito experimentos. São eles:

1. MPM-A: Novas tecnologias de meios porosos para dispositivos com mudança de fase, desenvolvidos pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Os minitubos de calor fazem uso do calor latente de fusão e do efeito capilar para transportar energia de uma fonte quente para uma fria. Esses dispositivos podem ser utilizados para o controle térmico tanto de equipamentos eletrônicos no espaço como em terra;

2. MPM-B: Novas tecnologias de meios porosos para dispositivos com mudança de fase, desenvolvidos pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Tem a mesma finalidade do MPM-A, mas enquanto o fluido de trabalho do experimento MPM-A é o metanol, o MPM-B utiliza o fluido refrigerante denominado HFE7100;

3. VGP2: Os efeitos da microgravidade real no sistema vegetal cana de açúcar, desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Trata-se de um experimento biológico que tem por objetivo avaliar os efeitos na microgravidade sobre o DNA da cana de açúcar;

4. E-MEMS: Sistema para determinação de atitude de veículos espaciais, desenvolvido pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). O objetivo deste experimento é fazer uso de sensores comerciais para determinação de atitude de sistemas espaciais;

5. SLEM: Solidificação de ligas eutéticas em microgravidade, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Este experimento contempla o desenvolvimento, construção e qualificação de um forno elétrico com capacidade de fundir (300 oC) amostras de 3 materiais distintos. Ao atingir o ambiente de microgravidade, o forno é desligado e ocorre a solidificação das ligas;

6. GPS: Modelos de GPS (Sistema de Posicionamento Global) para aplicações em veículos espaciais de alta dinâmica, desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) com a colaboração do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE). Esse equipamento fornece a latitude, longitude e altitude da carga-útil durante todas as fases do voo do foguete;

7. SMA: Sensor Mecânico Acelerométrico, desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE). Servirá para ativação de linhas de ignição, após submetida a uma aceleração entre 4 e 6 vezes a aceleração da gravidade. Com esse dispositivo, ainda em fase de qualificação, objetiva-se elevar a segurança do veículo, evitando-se, por exemplo, que sistemas pirotécnicos sejam acionados, intempestivamente.

8. CCA: Circuito de Comutação e Atuação, desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE). Modelo de desenvolvimento do sequenciador de eventos pirotécnicos e comutação de energia funcional.

Etapas Anteriores

Os experimentos MPM-A, MPM-B, VGP2, E-MEMS e SLEM foram selecionados pela Agência Espacial Brasileira em abril de 2013. Em setembro do mesmo ano foi realizado no IAE o Seminário de Nivelamento, por meio do qual os pesquisadores da UFSC, UFRN, UEL e INPE e os técnicos do IAE trocaram valiosas informações, que permitiram o envio ao IAE do Projeto Preliminar (final de 2013) e Projeto Detalhado (final de 2014) de cada projeto. Em abril de 2014 os pesquisadores visitaram o CLA para conhecerem suas instalações. Entre março e maio deste ano os experimentos foram entregues ao IAE onde foram testados individualmente em condições similares às de voo.

As seguintes instituições participam da Operação Rio Verde: DCTA e suas organizações subordinadas (IAE, IFI, CLBI, CLA e GIA-SJ), AEB, INPE, UFRN, UFSC/UEL, UFSC, UFRN/IAE e DLR (Alemanha).



Fonte: Site do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE)

Comentário: Pois é leitor, não sei se por coincidência ou não com o comentário feito por mim esta manhã na noticia sobre o foguete VEX-5A argentino, mas o IAE finalmente se manifestou sobre o início da “Operação Rio Verde” e ficamos na expectativa para que tudo possa sair dentro do esperado, apesar de tememos o que possa acontecer neste voo devido a inclusão do experimento E-MEMS. Vamos ficar na torcida, precisamos muito de uma missão bem sucedida bem como de uma grande 'pós-cobertura' (caso seja exitosa) por parte da mídia.

Comentários

  1. Perdão se sou agourento.Mas acho que se falhar haverá cobertura;se for bem sucedido passará em branco.Essa é a imprensa que temos,sempre jogando contra.

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  2. Não entendi o motivo da temência em relação ao E-MEMS. Como isso pode comprometer? Seria caso de sabotagem?

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    1. Olá Fogueteiro!

      Sim, diante de como o nosso setor de inteligencia vem sendo conduzido há décadas, chegando ao ápice da estupidez durante o governo da "Ogra Debiloide", existe sim esta possibilidade e ela é factível na atual conjuntura. Porém isto significa apenas que pode acontecer algo e não que vai acontecer, por isso é necessário tomar as devidas precauções, mas eu tenho dúvidas que foram tomadas. Enfim... vamos torcer muito para que tudo saia dentro do esperado. Precisamos de uma missão bem sucedida para melhorar a imagem do nosso PEB.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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  3. Acredito que na verdade estão seguindo a politica do novo governo Temer, divulgação mínima.

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    1. Esse "governo" tem "política" de alguma coisa? Isso é novidade para mim.

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