Projeto MLBR: Conheça Melhor o Grupo de Empresas Que Formam Este Promissor Arranjo Empresarial
Prezados leitores e leitoras do BS!
Nas últimas semanas, muito se tem discutido na mídia nacional e também aqui no BS sobre o arranjo empresarial do 'Projeto do Microlançador Brasileiro (MLBR)', uma iniciativa resultante do edital lançado pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) para o Veículo Lançador de Pequeno Porte (VLPP).
Gostaríamos neste momento de recordar que, no dia 06/08, o BS promoveu uma live especial intitulada 'MLBR - Microlançador Brasileiro: Perspectivas após a PDR', com a participação do Sr. Raph Corrêa, diretor da CENIC Engenharia, empresa líder deste arranjo empresarial. (reveja abaixo)
Para esclarecer melhor nossos leitores sobre as empresas envolvidas nesse arranjo, suas contribuições para o projeto e fornecer um breve histórico de cada uma na área espacial, preparamos um resumo detalhado. Assim, os entusiastas e defensores das atividades espaciais no país poderão entender melhor essa nova e promissora iniciativa.
LÍDER DO ARRANJO EMPRESARIAL
CENIC ENGENHARIA
A Cenic Engenharia é a líder do arranjo produtivo responsável pela construção do MLBR – Microlançador Brasileiro. Genuinamente brasileira, a empresa possui mais de três décadas de atuação no desenvolvimento e na fabricação de sistemas para emprego em satélites e foguetes.
Dentre as suas realizações, figuram componentes diversos para os veículos de sondagem brasileiros, assim como estruturas completas para satélites, a exemplo da Plataforma Multimissão (PMM) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e sua carga útil, recentemente colocadas em órbita mediante serviços de lançamento indianos (Satélite AMAZONIA-1).
A Cenic também se destaca por ser a única empresa brasileira selecionada como fornecedora de componentes embarcados no SGDC, satélite geoestacionário contratado pelo Governo Brasileiro à empresa francesa Thales-Alenia.
No MLBR, além da coordenação do projeto, é responsável pela engenharia de sistemas e pelo desenvolvimento da estrutura primária completa do veículo.
CO-EXECUTORAS DO PROJETO
BIZU SPACE
A BIZU Space é uma startup do setor espacial. Foi fundada em 2022 por engenheiros do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) como um spin-off do ITA Rocket Design. Atualmente, a Bizu está sediada no Parque Tecnológico da Univap, em São José dos Campos-SP.
A empresa se dedica ao desenvolvimento de foguetes e tecnologias críticas associadas, como sistemas de propulsão, eletrônica, recuperação, simulações de trajetória, sistemas de testes e operações de lançamento.
No projeto MLBR, a Bizu trabalha na engenharia de sistemas e aeroespacial, atuando no plano de desenvolvimento, planejamento e coordenação de testes e ensaios, desenvolvimento de propelentes, análises de Flight Safety e coordenação das operações de lançamento.
Visando o futuro comercial do MLBR, a empresa também está desenvolvendo um propulsor líquido para aplicação no estágio superior, melhorando a capacidade de carga útil e a precisão orbital do MLBR. Esse desenvolvimento inclui, ainda, a construção de um banco de testes para propulsores líquidos.
CONCERT SPACE
A Concert Space é uma unidade do Grupo Concert Technologies, que apoia o Programa Espacial Brasileiro há mais de 30 anos. Se destaca dentro dos segmentos de defesa e aeroespacial por ser responsável pelo fornecimento de diversos sistema de preparo, lançamento e rastreio de operações para os Centros de Lançamento de Alcântara e Barreira do Inferno. Também foi responsável pelo desenvolvimento de dois sistemas de monitoramento para o Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM), em 1998.
Na construção do MLBR, a Concert Space será responsável pela Plataforma de Navegação Inercial, pelo Computador de Missão e pelos módulos de potência necessários para o controle do foguete.
A Plataforma de Navegação Inercial determina, com precisão, a posição, velocidade, altitude e velocidade angular de veículos diversos, mesmo em situações em que esteja indisponível o sinal GNSS.
Já o Computador de Missão (CDM) é o equipamento responsável pelo gerenciamento da Rede Elétrica de Controle, executando a navegação, guiamento e controle do MLBR. Apesar de leve e pequeno, apresenta alto poder computacional e é capaz de suportar pressão, vibrações e operar no vácuo e em altas e baixas temperaturas.
O módulo de Potência do Sistema de Gás Fio (PGF), por sua vez, é responsável por receber comandos do CDM e atuar sobre as válvulas do Sistema de Gás Frio, determinando o guiamento do segundo e terceiro estágio do MLBR. É um equipamento também leve e pequeno, capaz de operar em ambientes hostis, com funções de proteção e diagnóstico.
DELSIS AEROESPACIAL
A Delsis Aerospace é uma empresa brasileira com mais de 20 anos de atuação no programa espacial brasileiro. Atua com ênfase em produtos de eletrônica embarcada de telemetria para processamento e aquisição de dados para o setor aeroespacial.
Foi a equipe da Delsis que desenvolveu, por exemplo, o sistema de telemetria do banco de controle do Sistema de Navegação Inercial (SISNAV), para o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).
No MLBR, a empresa é responsável pelo desenvolvimento da rede elétrica de telemetria do veículo lançador e do segmento solo de telemetria do banco de controle. Sua área de atuação abrange, assim, sistemas de telemetria padrão IRIG-106; eletrônica embarcada; aquisição de dados; e sistemas para aplicações de tempo real. Tudo isso, seguindo normas como ECSS, RTCA/DO-254 e RTCA/DO-178C.
A telemetria é essencial para o sucesso da missão espacial, coletando e transmitindo dados em tempo real sobre parâmetros críticos como temperatura, pressão, vibração e velocidade do veículo lançador de satélites.
No momento do lançamento, a telemetria garante o monitoramento contínuo e a capacidade de detectar e corrigir rapidamente qualquer anomalia, assegurando a segurança da missão. Além disso, no pós-lançamento, os dados de telemetria são analisados para avaliar o desempenho do veículo e do satélite, facilitando melhorias e atualizações para futuras missões.
ETSYS
A ETSYS foi fundada em 2013 por engenheiros experientes em desenvolvimento de sistemas eletrônicos embarcados e automação industrial, tem foco no desenvolvimento de produtos e soluções de inovação tecnológica.
A empresa presta consultorias e serviços nas áreas de engenharia de sistemas, gerenciamento de projetos, desenvolvimento de novos produtos, soluções sistêmicas e fabricação de produtos para as áreas industrial, aeroespacial e militar.
No setor aeroespacial, a ETSYS participou do desenvolvimento do sistema embarcado do SARA Suborbital (Satélite de Reentrada Atmosférica) junto à Mectron e à Cenic; e do VSISNAV (Lançador de Satélite para testes do SISNAV) junto à Mectron. No setor militar, colaborou com o Sistema de Controle de Tiro para um lançador de foguetes de saturação de área para a MacJee Defesa. E no industrial, desenvolveu vários produtos e sistemas para Johnson&Johnson Brasil, Argentina, Chile e Colômbia.
No ML-BR, a ETSYS é responsável pela segurança de voo e pela Rede Elétrica de Serviço, para prover e controlar a alimentação elétrica dos equipamentos embarcados e a atuação dos eventos pirotécnicos de sequenciamento. A empresa também é responsável por desenvolver, fabricar e qualificar os equipamentos da Rede Elétrica de Segurança.
PLASMAHUB
Especializada em Engenharia Aeroespacial, a PlasmaHub (site em manutenção) é formada por engenheiros e especialistas oriundos de grandes empresas aeronáuticas e de defesa, carregando consigo um corpo técnico que tem, em sua maioria, mais de 20 anos de experiência em concepção, projeto, construção de protótipos, integração, testes e qualificação de sistemas para este segmento.
Parte do trabalho da PlasmaHub no projeto MLBR está ligado à Engenharia Aeroespacial, englobando as disciplinas de aerodinâmica, propriedades de massa, mecânica do voo e desempenho, guiamento e controle, definição de cargas e cálculos estruturais. Neste escopo, são calculadas e definidas a trajetória do veículo e as leis de guiamento e controle, bem como é implementado o software no computador do foguete, para conduzir o satélite até a órbita de destino. A empresa ainda determina as cargas e verifica se o dimensionamento da estrutura está adequado para suportar todas as condições do voo.
Seu escopo é complementado pelo projeto de integração de sistemas, execução da instalação e teste de todos os sistemas elétricos e eletrônicos do veículo, para verificar o seu bom funcionamento.
Para testar o MLBR em solo antes da sua decolagem, a PlasmaHub vai projetar e desenvolver o sistema "Banco de Controle". Este sistema de apoio em solo permitirá preparar, testar e monitorar a saúde dos sistemas do veículo lançador até os instantes finais da contagem regressiva, no lançamento.
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