Um resumo comparativo dos programas / atividades espaciais da China e do Brasil

Olá, Leitora! Olá, Leitor!


Segue aqui para vocês um texto adaptado de uma postagem interessante do Dr. Anderson Correia, Diretor-Presidente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Professor-titular e ex-Reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em seu perfil no LinkedIn (aqui) traçando um breve relato sobre alguns dados do programa e das atividades espaciais da China e comparando-os com algumas informações correlatas do programa / atividades espaciais do Brasil. Esse resumo destaca as informações ilustradas em um infográfico da Bryce sobre as atividades espaciais do "Gingante Asiático", "nação que algumas décadas atrás frequentava o Brasil para aprender sobre nosso programa espacial e que hoje tem um programa espacial de gente grande", destaca o autor.

Imagem extraída da postagem do autor (Fonte: Bryce Tech).

São 672 satélites de órbita baixa, 31 de órbita média e 91 satélites geoestacionarios, totalizando 800 operações. Comparando, o Brasil  tem 30 satélites (nem todos operacionais) e só um deles é geoestacionário, comprado da França.

De um total de 04 centros de lançamento, a China tem 02 com +300 lançamentos orbitais. Nós temos 02 centros (Alcântara, no Maranhão e Barreira do Inferno, no Rio Grande do Norte), mas nunca fizemos um lançamento orbital (altura do espaço que ficam os satélites mais importantes), apesar de geograficamente termos um das melhores posições do mundo, o que facilitaria bastante nos lançamentos. 

Os chineses tem 05 missões para a Lua e 01 missão para Marte. Quando Reitor do ITA o autor destaca ter conseguido aprovação de orçamento para o desenvolvimento da primeira missão Brasileira para a Lua, por meio da sonda SelenITA (https://lnkd.in/d9w49ZTK).

Estima-se que o programa espacial da China tenha recursos da ordem de US$ 14 bilhões/ano. Comparativamente, o orçamento da Agência Espacial Brasileira é da ordem de R$ 100 milhões/ano. Há críticos que afirmam que não devemos investir em atividades espaciais porque temos problemas sociais a serem enfrentados, mas a China está aí para desmentir esta tese, já que tem uma população muito maior que a nossa e sempre teve grandes desafios sociais.

Resumidamente, não priorizamos atividades espaciais no Brasil, mesmo sabendo que não há uma grande nação no mundo do porte do Brasil que não tenha atividade espacial pujante. Estados Unidos, China, Rússia e Índia estão aí para mostrar que não se alcança desenvolvimento sem investimentos em tecnologias espaciais, que são essenciais para as telecomunicações, agricultura e sistemas de transportes.

Anderson Correia é Diretor-Presidente do IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas.  Professor Titular e ex-Reitor do ITA - Instituto Tecnológico de Aeronáutica, Ex-Presidente da CAPES. Ex-Superintendente de Infraestrutura Aeroportuária da ANAC - Agência Nacional de Aviação Civil. É Doutor em Transportation Engineering pela University of Calgary, UOFC, Canadá (2004), Mestre em Engenharia de Infraestrutura Aeronáutica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica, ITA, Brasil (2000) e Engenheiro Civil formado pela Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, Brasil (1998). (CV Lattes)


Brazilian Space
* O BS agradece o autor por nos autorizar a publicar a sua postagem, adaptada ao formato de publicações do nosso canal. 


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Comentários

  1. Interessante o artigo, a China ta desde o início da Corrida Espacial, Faria um comparativo com EAU, que só tem 15 anos do primeiro satélite e tem um território equivalente a um Sergipe ou Alagoas.

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  2. República Popular da China

    Senhora e Senhores leitores do Blog Brazilian Space (BS)!

    Sugiro que vocês realizem uma leitura minuciosa deste texto por 10 vezes! Ativem suas mentes, também conhecidas como cérebro, explorando sua capacidade de QUESTIONAR, formulando perguntas relevantes para obter respostas convincentes sobre as razões pelas quais o Programa Espacial Brasileiro (PEB) nunca avançou, mesmo com bilhões de reais (R$) investidos. Quem foi o responsável por destruir o (PEB) de dentro para fora? É hora de pararmos de fantasiar e encarar a realidade que persiste há mais de seis décadas.

    Na República Federativa do Brasil
    O 22° Presidente do Brasil, Jânio Quadro - cria N°51.133 - em 03/08/1961
    O 33° Presidente do Brasil, Itamar Franco - cria N° 8.854 - em 10/02/1994
    De 1961 - 1994 = 33 anos
    De 1994 - 2024 = 30 anos
    Vamos somar: 33 + 30 = 63 anos! Cadê os frutos do (PEB)?

    Adular o "ministro" e o "presidente" da autarquia não trará solução, nem curará o problema que está enraizado no país. É hora de acordar, cidadãos brasileiros. Onde estão os influenciadores ou "YouTubers" digitais, que não têm capacidade para mostrar essa realidade?

    Eu sou um empreendedor brasileiro comprometido em contribuir com o desenvolvimento do país e proporcionar oportunidades para os jovens estudantes. Estamos vivendo uma nova era [... New Space ...] na exploração espacial, muito distinta da antiga "Old Space", que ainda predomina no Brasil.

    CONCLUSÃO
    Para não ficar limitado às minhas palavras, aconselho alguns livros para que os senhores pensem e pensem sobre a realidade do cenário aeroespacial no Brasil. No que se refere ao "jeitinho brasileiro", que é uma prática comum na cultura brasileira, ignorar os fatos não terá nenhum impacto. Acima de tudo, é necessário transparência no Programa Espacial Brasileiro (PEB), gestão pública, planejamento e colaboração com as startups brasileiras.

    DICA DE LEITURA ABAIXO:
    1° Coronel Lage - o mestre dos foguetes. Por Bernardino Coelho da Silva.
    2° O Impacto Social do Programa Espacial Brasileiro. Por Júlio César Guedes Antunes.
    3° Agência Espacial Brasileira Um diagnóstico de gestão. Por Rui Botelho.
    4° MORTE EM ALCÂNTARA - 20 ano de uma tragédia anunciada. Por Bernardino Coelho da Silva.
    5° UM PAÍS SEM ECELÊNCIAS E MORDOMIAS. Por Claudia Wallin.
    6° Ex-agente abre a caixa preta da ABIN. Tenente-Coronel André Soares.
    7° A GUERRA DE CHIPS. Por Chris Miller.

    Att,
    Eugênio Preza - CEO of EP.SpaceBr.

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