Após o CBERS, Brasil Tem Desafio de Manter Programa Espacial

Olá leitor!

Segue abaixo uma notícia postada hoje (30/11) no site do jornal “O VALE”, destacando que após o CBERS, o Brasil terá o desafio de manter o seu Programa Espacial.

Duda Falcão

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Após o CBERS, Brasil Tem Desafio
de Manter Programa Espacial

Lançamento do CBERS-4 finaliza um ciclo de cooperação Brasil-China
no campo espacial; pacto movimentou R$ 500 mi e gerou empregos

Chico Pereira
São José dos Campos
November 30, 2014 - 00:00

A uma semana do lançamento do CBERS-4 (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), previsto para o próximo domingo, na China, o Brasil se depara com outro desafio.

Um, desafio grande: a continuidade de projetos do programa espacial para evitar a dispersão de conhecimentos e de pessoal altamente qualificado, boa parte baseado em cidades do Vale do Paraíba.

O lançamento do CBERS-4 finaliza um ciclo de cooperação Brasil-China no campo espacial que resultou na formação de uma arranjo industrial para a construção dos satélites dessa família.

Diretor do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), sediado em São José dos Campos, Leonel Perondi ressalta a importância da continuidade desse programa e da implementação de outros para a fomentação da indústria espacial brasileira.

“Com a conclusão do CBERS-4, o arranjo espacial está parado. Faltam novas contratações para novos programas espaciais. É um problema”, ressaltou o diretor do INPE.

Contratos - Ele pontuou que a construção dos CBERS3 e 4 resultou em 20 contratos com a indústria nacional para a produção de equipamentos para os dois orbitadores.

“Todos os contratos foram finalizados. Ao longo de dez anos, o programa CBERS movimentou investimentos de R$ 500 milhões e a abertura de centenas de postos de trabalho”, relatou Perondi.

Segundo ele, a fabricação de sistemas espaciais exigem a formação de grandes equipes e para mantê-las é necessário continuidade de projetos espaciais. “É um investimento de longo prazo”, frisou.

Conhecimento - Perondi ressaltou que, além disso, os projetos executados geraram conhecimentos e capacitação de pessoal para o setor.

“O Brasil não pode deixar esse arranjo dispersar. É preciso que essa estrutura seja executada continuamente para que o país não perca a capacidade adquirida ao longo dos anos”, ponderou Perondi.

No caso do INPE, por exemplo, que é o principal organismo brasileiro do setor espacial, responsável não só pela pesquisa, mas pela produção e transferência de conhecimento para o setor industrial nesse campo, há preocupação com o seu quadro de pessoal.

Atualmente, o instituto emprega 1.050 pessoas em suas unidades, a maior delas em São José dos Campos. A média de idade dos pesquisadores é de 52 anos. “Pedimos autorização para abrir 438 vagas”, disse Perondi.


Países Negociam Um Novo Satélite

São José dos Campos - A AEB (Agência Espacial Brasileira) informou que cooperação com a China na área de satélites e aplicações faz parte uma agenda decenal em discussão por um grupo técnico misto, Brasil e China.

Esse grupo está em plena atividade com a realização até o presente momento de três reuniões, segundo a AEB.

A continuação do desenvolvimento de satélites da classe CBERS é um dos temas em discussão. A agenda já foi aprovada pelos dois governos, em reunião realizada na China, em novembro de 2013.

Segundo Leonel Perondi, diretor do INPE, as tratativas são para a construção de mais um satélite, 4A, que, se fechado o acordo, seria desenvolvido em três a quatro anos.

Também se discute satélites com novas tecnologias, mas são negociações prolongadas, ainda indefinidas. 


Fonte: Site do Jornal “O VALE” - 30/11/2014

Comentários

  1. Bom, EU, na qualidade de contribuinte pragmático, venho questionando já a algum tempo a real necessidade da continuidade desse projeto CBERS.

    Se não vejamos: o satélite em si, é antiquado. Os próprios chineses, já estão usando a terceira geração da plataforma que eles criaram, enquanto nós permanecemos usando a primeira, a menor delas.

    O que foi inovador no início, que foi a parte ótica, desenvolvida aqui, os chineses já tiveram acesso, copiaram e melhoraram, tanto é que nos satélites exclusivamente deles, eles não usam a ótica "made in Brazil".

    Eu sinceramente, nos dias de hoje, sabendo tudo que sabemos, questiono muito seriamente a validade desse acordo. Como contribuinte pragmático, acredito sinceramente que seria muito melhor para o país, comprar um satélite maior e mais atual para esse fim. Dos próprios chineses se for o caso, mas poderíamos ter até outras opções numa licitação internacional justa e sem corrupção.

    Se o pessoal do INPE, que deveria questionar tudo isso, e a própria condução do PEB como um todo, não o faz, qual o motivo de continuarmos gastando dinheiro dos nossos impostos com mais um projeto de “parou no tempo”.

    E pra não ficar só na área de satélites, devo ser justo: o caso do VLS, é exatamente o mesmo, só que do lado militar. Se e quando esse projeto um dia decolar (literalmente), ele vai estar tecnicamente defasado em décadas. Se os militares que deveriam questionar toda a situação, e também a própria condução do PEB como um todo, não o faz, qual o motivo de continuarmos gastando dinheiro dos nossos impostos com mais um projeto de “parou no tempo”.

    Gente, são dois projetos tecnicamente defasados. Não “um pouco” defasados. Estão defasados por décadas !!! Até quando vamos sustentá-los?

    É isso.

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