Satélite de R$ 1,3 bi Abre Portas Para Expansão da Visiona

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria publicada hoje (19/11) no site do Jornal Valor Econômico e postada hoje no site da Força Aérea Brasileira (FAB), destacando que o projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) abre portas para expansão da Visiona Tecnologia Espacial.

Duda Falcão

Satélite de R$ 1,3 bi Abre Portas
Para Expansão da Visiona

Por Virgínia Silveira
De São José dos Campos
Jornal Valor Econômico
14/11/2014

A Visiona Tecnologia Espacial, joint venture entre a Embraer (51%) e a Telebrás (49%), pretende assumir um papel mais amplo no programa espacial brasileiro, consolidando sua atuação como integradora de sistemas espaciais.

No ano passado, a empresa foi contratada pelo governo brasileiro para fornecer um satélite de comunicações completo, o SGDC (Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas), que será lançado no segundo semestre de 2016. O satélite será o principal instrumento para a ampliação do Plano Nacional de Banda Larga e das comunicações militares e estratégicas do governo federal.

O satélite está sendo fabricado pela Thales Alenia Space e o lançamento será contratado da também francesa Arianespace. O custo total do projeto, segundo o gerente do SGDC na Telebrás, Sebastião Nascimento, é de R$ 1,3 bilhão. Somente a apólice de seguro está avaliada em US$ 500 milhões, número que corresponde a 9% do valor do satélite e da operação de lançamento.

O trabalho da Visiona abrange a seleção dos fornecedores do satélite e do lançador (foguete), além da integração dos sistemas.

O presidente da Visiona, Eduardo Bonini, disse que a empresa foi concebida para ajudar a organizar o setor espacial no Brasil, conforme prevê o Plano Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), da Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia & Inovação, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

A ideia, segundo o executivo, é que a Visiona lidere as ações na cadeia industrial, orientando clientes potenciais sobre o impacto das tecnologias espaciais e desenvolvendo com os demais atores do setor novas tecnologias que possam ser levadas ao mercado nacional e internacional de forma competitiva.

Em apresentação feita ontem em audiência pública no Senado, o presidente da Visiona disse que a visão de futuro para a cadeia espacial brasileira deve seguir o mesmo caminho da indústria aeronáutica. "O objetivo é consolidar e inserir a base industrial nacional no mercado internacional com a exportação de satélites e de serviços espaciais."

A CENIC, de São José dos Campos (SP), foi a única empresa nacional contratada para fornecer peças para o primeiro satélite SGDC. O vice-presidente da Thales Alenia Space, Joël Chenet, informou que a CENIC vai fornecer um painel em alumínio que será usado na estrutura do satélite. O painel vai suportar as baterias do SGDC.

Chenet disse que apenas a CENIC conseguiu entregar o painel no prazo certo, tendo em vista um cronograma muito apertado para o primeiro satélite. "Futuramente, outras empresas brasileiras, como a Orbital, fabricante de painel solar e de sistema de gerenciamento de energia, e a Fibraforte, com o sistema de propulsão do satélite, também poderão fornecer no prazo e com preços competitivos", afirmou.

De acordo com o executivo da Thales, em meados de dezembro a empresa vai fazer a revisão crítica do projeto do satélite, última etapa que antecede a fabricação do equipamento de voo. "O desenvolvimento do satélite está dois meses à frente do planejamento previsto", disse.

Bonini afirmou que a Visiona está muito engajada na missão de ajudar a desenvolver e ampliar a cadeia espacial brasileira. "A estratégia industrial da Visiona passa pelo uso intensivo da indústria nacional e deverá buscar a nacionalização crescente dos sistemas utilizados em seus satélites", disse. Para que essa tarefa seja feita sem riscos e sem onerar o custo das missões, a empresa precisará de parceiros fortes, afirmou.

"O objetivo da Visiona é ser competitiva internacionalmente e, para isso, buscará trabalhar com parceiros que estejam na fronteira da tecnologia, no Brasil e no exterior", disse. A parceria com empresas estrangeiras, segundo Bonini, é também uma estratégia para a entrada em mercados internacionais.

Sediada no Parque Tecnológico de São José dos Campos, a Visiona tem cerca de 45 funcionários egressos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), da Embraer e do programa de absorção de tecnologia do SGDC. "Já temos um dos principais grupos de engenharia espacial no Brasil, que deverá trabalhar no desenvolvimento de tecnologias do espaço necessárias para o cumprimento das missões previstas no programa espacial brasileiro", afirmou.

Além do SGDC, a Visiona participará do projeto de uma constelação de satélites de coleta de dados para estações meteorológicas, que vai restabelecer e ampliar a capacidade do sistema de coleta de dados existente. Os dados servirão para monitoramento das bacias hidrográficas, previsão do tempo, estudos sobre correntes oceânicas, química da atmosfera e agricultura.


Fonte: Jornal Valor Econômico via Site da Força Aérea Brasileira (FAB) - http://www.fab.mil.br

Comentário: Note leitor qual vai ser a participação da CENIC neste satélite. Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Triste.

Comentários

  1. Parece que essa empresa Visiona foi criada para ser mais um cabide de empregos.
    Por que criar uma empresa para contratar outras empresas?
    Não poderia ter sido contratada uma empresa já existente para atuar como "prime contractor"?

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  2. Ou seja a participação dos cientistas brasileiros no projeto é fabricar a tampa de um rack...

    Fabuloso !!!

    Os funcionários do INPE que apoiam tacitamente essa iniciativa devem estar muito satisfeitos...

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  3. Eu concordo plenamente que a administração do PEB é pífia, e que a condução desse projeto é estranha. Um argumento que eles usam é de que o Brasil precisava desse satélite logo para não perder a sua vaga na órbita geoestacionária, e que os próximos projetos vão ter mais aspectos nacionais. O problema é que o PEB não tem mais crédito e carta branca nenhuma. Todos nós temos infinitos motivos para não acreditar em mais nenhuma promessa, por que nada não passa de promessas. Não existem planos que o estado está comprometido.

    Expressado essa minha opinião acima, e ainda dizendo que logicamente não é o que esperávamos de participação nacional no projeto, o projeto da CENIC acima não é apenas uma tampa de um rack. Não tenho nenhum contato com o projeto, e posso estar falando besteira, mas o que parece ser a tampa de um rack em um satélite é na verdade muito mais que isso. Várias análises estruturais tem que ser feitas, o processo de manufatura deve ser extremamente qualificado, os processos todos devem ser muito bem documentados. Aposto que os testes de uma tampa de um rack não envolvem aguentar o peso do satélite, em uma câmara de termo-vácuo, com ciclos de temperaturas bizarras, sem ser flexível demais, e sem ser demasiadamente pesado.

    Dito isso, concordo que temos muito o que reclamar :)

    Abs

    Eduardo

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