CONASAT: Continuidade ao SBCDA
Olá leitor!
Segue abaixo um interessantíssimo artigo escrito pelo companheiro
André Mileski e postado hoje (24/11) em seu no Blog Panorama Espacial, tendo
como tema o Projeto CONASAT (Constelação de Nanossatélites Ambientais) do
CRN-INPE/UFRN, artigo este que traz novas informações sobre este interessante projeto já abordado aqui em nosso BLOG em diversas oportunidades.
Duda Falcão
CONASAT:
Continuidade ao SBCDA
André Mileski
Blog Panorama Espacial
24/11/2014
Em
setembro, na edição nº 138 de Tecnologia & Defesa, abordamos o projeto do Sistema de Coleta de Dados
Hidrometeorológicos (SCD-HIDRO), lançado pela Agência Espacial Brasileira (AEB)
em conjunto com a Agência Nacional de Águas (ANA), tendo como um de seus
objetivos assegurar a continuidade do Sistema Brasileiro de Coleta de Dados
Ambientais (SBCDA) (veja "SCD-Hidro: Um
alento à indústria espacial brasileira").
De fato, o
SCD-HIDRO não é a única iniciativa brasileira em desenvolvimento visando suprir
o SBCDA. Em Natal (RN), no Centro Regional do Nordeste, do Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (CRN/INPE), há alguns anos uma equipe de engenheiros e
pesquisadores desenvolve o projeto CONASAT, uma missão espacial baseada no
conceito “acesso rápido e barato ao espaço”, tendo por referência o padrão cubesat, tecnologia que tem "popularizado" a
tecnologia espacial em todo o mundo. [Nota do blog: recomendamos a leitura do artigo "Cube e nano satélites - Um novo
conceito para o setor espacial", de Otavio Durão, publicada em
T&D n.º 136. março de 2014]
Acrônimo
de COnstelação de NAno SATélites, o CONASAT "objetiva oferecer uma opção tecnologicamente atualizada
e a custos reduzidos para garantir a continuidade do SBCDA, através de uma
constelação de nano satélites, que possibilitem melhorias na qualidade do
serviço, no que diz respeito à capacidade, abrangência geográfica e tempos de
revisita", sintetizou ao
blog Panorama
Espacial Manoel Carvalho, chefe do CRN/INPE e responsável
pela missão.
Seu
desenvolvimento ocorre de maneira gradativa, com desafios tecnológicos
previstos para cada passo. "Apesar do projeto ser de uma constelação completa e
todos os estudos terem sido feitos neste sentido, decidiu-se pela criação de
versões de desenvolvimento gradativo, em que cada uma servirá de laboratório
para avaliação de desempenho, de modo a nortear o desenvolvimento da próxima
versão", detalha Carvalho.
Dentro
desse processo gradual, o primeiro satélite da constelação, denominado
CONASAT-0, numa estrutura 3U, servirá como prova de conceito e terá como
principal missão embarcar a carga útil, um transpônder com massa inferior a 350
gramas em desenvolvimento pelo CRN, para validação de sua operação. A partir do
CONASAT-1 (ilustração acima), o projeto assumirá um caráter operacional, quando
utilizará uma estrutura tamanho 8U, com forma de cubo, peso máximo em torno de
8 quilos e dimensões de 20 centímetros, permitindo a redundância da carga útil
e assim aumento de sua confiabilidade.
A versão
seguinte, CONASAT-2, introduzirá o processamento a bordo dos sinais recebidos
pela carga útil, visando otimizar a recuperação das mensagens transmitidas
pelas estações de coleta de dados em solo. A CONASAT-3, por sua vez, permitirá
a utilização de antenas multifocal, aumentando a capacidade de separação e a
qualidade dos sinais recebidos simultaneamente das Plataformas de Coleta de
Dados (PCD). Nesta versão, também será ampliada a faixa de entrada para
acomodar novas aplicações compatíveis com o ARGOS-3, rede franco-americana com
propósitos similares ao do SBCDA. Na versão CONASAT-4 serão introduzidos o
links intersatélites com o objetivo de expandir a abrangência geográfica do
sistema SBCDA, abrindo a possibilidade de acordos de cooperação com outros
países.
Momento
Atual
Atualmente,
a missão se encontra em fase de definição detalhada do projeto, com sua revisão
crítica prevista para maio do ano que vem, momento a partir do qual poderão ser
produzidos e qualificados os equipamentos e subsistemas docubesat. A
etapa seguinte será a revisão de qualificação, prevista para o final de 2015, e
a revisão de aceitação no inicio de 2016. Desta forma, a expectativa é que o
CONASAT-0 esteja disponível para lançamento no primeiro semestre de 2016, em
lançador ainda não definido.
Em
paralelo ao CONASAT-0, já acontecem algumas ações visando a uma constelação
operacional. No final de agosto, a empresa holandesa ISIS - Innovation Solutions in Space,
uma das líderes mundiais no segmento de cubesats,
representada no Brasil pela Lunus Aeroespacial, firmou contrato com a FUNCATE (fundação ligada ao INPE) para o fornecimento de uma
plataforma composta de uma estrutura mecânica 8U, subsistema de comunicação,
computador de bordo e equipamentos de suporte por pouco menos de 200 mil euros
(cerca de 600 mil reais).
Em termos
de valores, aliás, estima-se que um CONASAT-1 operacional custará em torno de 2
milhões de reais, valor considerado bastante baixo. Uma constelação formada por
seis modelos em órbita, contando-se o lançamento e o segmento solo, teria custo
próximo ou inferior a 20 milhões de reais.
Fonte; Blog Panorama Espacial - http://panoramaespacial.blogspot.com.br/
Comentário: Devo dizer leitor que sou um admirador desse
projeto CONASAT coordenado pelo Eng. Manoel J. M. Carvalho, pesquisador-chefe do “Centro Regional
do Nordeste (CRN)” do INPE. Entretanto é
visível como também muito preocupante a aparente dependência deste projeto das
plataformas satelitais da empresa holandesa Innovation Solution in Space (ISS),
representada no Brasil pela LUNUS Aeroespacial. Como brasileiro rogo ao grupo
coordenado pelo Dr. Pedro Teixeira Lacava (professor e coordenador do Curso de Engenharia Aeroespacial do Instituto Tecnológico de
Aeronáutica – ITA) coordenador do Projeto do Cubesat AESP-14, projeto este que
desenvolveu e produziu recentemente a primeira plataforma satelital cubesat 1U brasileira
(que deve ser lançada ao espaço agora em dezembro) que trabalhem também na busca
pelo desenvolvimento de plataformas de cubesats de 2U, 3U, 4U, 8U e as que
forem necessárias para que assim o Brasil não necessite comprar essas plataformas
na Holanda ou em qualquer outra parte do mundo. Recordo-me que em maio do ano
passado, o BLOG foi procurado pela Sra. Rosemary Ceragioli Schneider, Diretora Técnica
do “Grupo LUNUS”, no qual
a empresa LUNUS Aeroespacial é uma das integrantes deste grupo empresarial.
Naquela época a Sra. Rodemary Schneider solicitou que divulgássemos que o Grupo LUNUS estava lançando
uma empresa chamada “ARION
Aeroespaço Indústria e Comércio Ltda” (reveja a nota aqui), originada da parceria firmada entre o “Grupo LUNUS” e esta empresa holandesa ISIS,
tendo como objetivo atuar no Brasil na área de cubesats e nanosats. Na época após a
dúvida levantada pelo nosso mais ativo leitor (Marcos Ricardo), de que pelo que
parecia esta nova empresa seria apenas uma representação
comercial da Empresa ISIS no Brasil, a Sra. Rosemary Schneider respondeu
dizendo que a empresa já havia formalizado
e continuava a buscar parcerias com empresas nacionais visando a nacionalização
de sistemas aplicados a Nanos Satelites. Ora, como a Sra. Rodemary
Schneider não respondeu desde então aos meus e-mais enviados já há algum tempo, e após o
que se pôde observar neste artigo do companheiro Mileski, o rumo indicado anteriormente pela
diretora da LUNUS para esta nova empresa ARION, aparentemente não foi exatamente rumo seguido por esta empresa. Preocupante.
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