INPE e DCTA Pedem Maior Presença do Fabricante Nacional

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria publicada hoje (28/11) no site do Jornal Valor Econômico e postado hoje no site da Força Aérea Brasileira (FAB), destacando que o INPE e DCTA estão pedindo maior presença do Fabricante Nacional.

Duda Falcão

INPE e DCTA Pedem Maior
Presença do Fabricante Nacional

Por Virgínia Silveira
De São José dos Campos
Jornal Valor Econômico
28/11/2014

As duas principais instituições executoras do programa espacial brasileiro, o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), defendem maior participação da indústria nacional nos projetos estratégicos aeroespaciais e de defesa do país como o caminho para adensar a cadeia produtiva do setor.

O diretor do INPE, Leonel Perondi, disse que a política de compras do programa espacial tem de funcionar como instrumento de capacitação industrial. O modelo, segundo ele, é similar ao que a Suécia fez com o desenvolvimento do caça Gripen, onde toda uma cadeia de empresas foi criada para fornecer peças e sistemas para o avião.

"Já fazemos algo parecido no Brasil com os nossos satélites desde 2005", diz. Ele cita o exemplo da família de satélites CBERS (Satélite-Sino Brasileiro de Sensoriamento Remoto), que nos dois primeiros modelos capacitou dez empresas da cadeia espacial do país.

Por meio do CBERS, segundo Perondi, o Brasil conseguiu dominar a produção da estrutura dos satélites (CENIC e Fibraforte), os sistemas de suprimento de energia (Orbital e AEL Sistemas) e de telecomunicações e serviços.

Com o CBERS 3 e 4 a indústria se encarregou de fazer 50% dos satélites. Os contratos somaram mais de R$ 320 milhões. "Estamos aguardando a definição de um novo projeto espacial para que a indústria tenha carga para continuar inovando e mantendo suas equipes", ressaltou o diretor do INPE.

Estudo feito pelo INPE com oito empresas do setor, mostra que o programa CBERS capacitou 62,5% delas para a exportação de produtos ou serviços. Deste total, 50% está na faixa de exportação entre US$ 1 milhão e US$ 10 milhões, afirma Mônica Rocha de Oliveira, da área de gestão de contratos da Divisão de Engenharia e Tecnologia Espacial e coordenadora da pesquisa.

Na indústria aeronáutica, segundo o diretor do DCTA, brigadeiro Alvani Adão da Silva, o exemplo mais atual de política de compra pública como instrumento de capacitação industrial, é o avião de transporte militar KC-390. O projeto conta com a participação de 50 empresas nacionais no seu desenvolvimento. Para a fase de produção em série do avião, que já foi iniciada, a Embraer prevê criar 1.100 empregos diretos e 5.500 indiretos.

O diretor cita ainda estudo do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sobre "desafios e oportunidades para uma indústria espacial emergente: o caso do Brasil", que identificou a existência de 153 empresas no setor aeroespacial, que empregam cerca de 42,5 mil pessoas.

Para o diretor, a contratação de uma empresa integradora (prime contractor) na área de veículos lançadores, é uma solução que sempre foi defendida pelo DCTA, pois poderá agilizar o ciclo de produção dos foguetes.

"Desta forma só existirá um esforço administrativo para a contratação de fornecedores e não haverá ambiguidades de papéis", disse. Em outubro, segundo Alvani, foi feita uma apresentação desse projeto para o Ministério da Defesa, que irá analisar o processo para dar prosseguimento à criação de uma empresa pública.

O diretor lembra que o modelo de empresa integradora já foi adotado para o projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), com a contratação da Visiona (joint-venture entre Embraer e Telebrás). A empresa tem planos de desenvolver novas tecnologias espaciais e de contribuir para fortalecer o setor, ajudando a organizar a cadeia.

Na revisão do programa espacial, segundo Alvani, um dos projetos considerados prioritários é o do foguete VLM (veículo lançador de microssatélites de até 150 Kg), nicho de mercado ainda pouco explorado e que está crescendo muito devido a miniaturização da tecnologia eletrônica.

O VLM está sendo feito em parceria com o Centro Espacial Alemão (DLR) e prevê a participação da indústria desde as primeiras fases de concepção. Segundo o diretor do DCTA, com a demora no processo de contratação de empresas e a falta de recursos orçamentários, o cronograma original não está sendo cumprido. "A lei de licitações não é adequada e não favorece a atividade de ciência e tecnologia."


Fonte: Jornal Valor Econômico via Site da Força Aérea Brasileira (FAB) - http://www.fab.mil.br

Comentário: Pois é leitor o discurso é o mesmo há 30 anos, sendo fácil de entender o porquê disto, ou seja, nada foi feito (apesar dos apelos) pelos governos neste período para resolver esta situação. Pelos 53 anos de nosso programa espacial leitor, não era para hoje o Brasil não ter o seu lançador de satélites, não era para empresas como a AEL Sistemas serem vendidas criminalmente a grupos estrangeiros como foram, não era para os nossos institutos de pesquisas estarem passando as dificuldades que enfrentam atualmente, não era para o Brasil não ter ainda um Satélite Meteorológico e outro Radar desenvolvido em Território Brasileiro, não era para as poucas empresas do Área Espacial estarem atuando como mendigas do Setor Aeroespacial, e certamente não era para temos uma espaço tão grande de desenvolvimento e de resultados apresentados entre o nossa Área Espacial e a nossa Área Aeronáutica. Entretanto, com a mentalidade e a cultura vigente na classe política e na própria sociedade dessa terra sem lei e sem princípios, gostem ou não, é o que continuaremos tendo desses energúmenos, independentemente de quanto tempo ainda dure o choro do DCTA/INPE. Aproveitamos para agradecer ao leitor Bernardino Silva pelo envio dessa notícia.

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