Aeronáutica Irá Investir em Inovação com Apoio do MIT
Olá leitor!
Segue abaixo
outra matéria da jornalista Virgínia Silveira publicada ontem (05/04) no jornal
“Valor Econômico” destacando que a Aeronáutica irá investir em inovação com o
apoio do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
Duda Falcão
Aeronáutica Investe em
Inovação com Apoio
do MIT
Virgínia
Silveira
Valor Econômico
05/04/2012
O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA),
de São José dos Campos, em São Paulo, está fazendo um acordo com o Instituto de
Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, para estabelecer um novo
modelo de educação em engenharia para cursos de engenharia no Brasil e criar um
centro de inovação, com a participação de várias empresas brasileiras e o
envolvimento do MIT. A informação é do o reitor do ITA, Carlos Américo Pacheco,
que estima investimento de US$ 100 milhões para atender a essas iniciativas.
"Os centros de inovação do MIT possuem
uma taxa de "spin-off" [criação de uma empresa a partir de outra] de
cerca de 12%, ou seja, para cada cem projetos de pesquisa e desenvolvimento
tecnológico, 12 se tornam negócios e empresas. Esse deve ser o modelo de
referência para o ITA", afirmou Pacheco.
O reitor disse que o ITA tem interesse em
colaborar com o MIT em áreas de eficiência energética, uso de biocombustível na
aviação, engenharia aeronáutica, engenharia de sistemas, computação e sistemas
críticos embarcados, sistemas de controle para veículos aéreos não tripulados,
veículos subaquáticos e sistemas inerciais.
O MIT, por sua vez, segundo Pacheco, teria
interesse nos temas de sustentabilidade, engenharia de sistemas e energias
renováveis, e automação de plataformas de petróleo em águas profundas, que
serão muito usadas no processo de exploração do pré-sal.
A parceria entre as duas instituições se
estende também para outras iniciativas. O Brasil sediará, pela primeira vez, o
Encontro Internacional de Design para Desenvolvimento Social (IDDS, na sigla em
inglês), promovido por alunos do MIT. O foco do evento é no desenvolvimento de
tecnologias que atendam às necessidades da população de baixa renda.
Com duração de 30 dias, o encontro reunirá 60
estudantes de engenharia no Brasil, dos quais 40 da Universidade de São Paulo
(USP) e 20 do ITA, além de 20 colaboradores estrangeiros. Durante esse período,
os alunos vão trabalhar no desenvolvimento de tecnologias que melhorem a vida
de comunidades carentes previamente selecionadas por eles, em São Paulo e em
São José dos Campos, explica um dos coordenadores do IDDS Brasil, professor da
disciplina de Humanidades do ITA.
O evento acontece em um momento em que o ITA
e o MIT trabalham em um processo de intensificação da cooperação internacional
existente desde a década de 50.
Segundo o professor Kleba, em abril do ano
passado 15 alunos do ITA e dois da USP já haviam realizado um projeto social em
conjunto com alunos do MIT. Eles desenvolveram um filtrador de óleo vegetal
para catadores de lixo reciclável em vários municípios de São Paulo. Denominado
WVO (Waste Vegetable Oil), o projeto foi elaborado em um dos laboratórios do ITA
e deu origem a um protótipo, que reduziu o custo de uma minifábrica de R$ 470
mil para R$ 1,3 mil, mantendo a mesma capacidade de produção.
Para Denis Costa Herrmann, aluno do terceiro
ano de engenharia mecânica-aeronáutica do ITA e um dos organizadores do evento,
a parceria com o IDDS gerou uma expectativa positiva entre os alunos da escola,
pois oferece uma oportunidade real de colocar em prática o conhecimento da
engenharia aprendido em sala de aula, desenvolvendo soluções inovadoras para
comunidades carentes.
"Temos poucas oportunidades dentro da
universidade para praticar aquilo que aprendemos durante o curso. A proposta do
IDDS cria uma motivação diferente para os alunos, que aprendem a utilizar o
conhecimento da engenharia no desenvolvimento de soluções de caráter
social", destaca o estudante Marcus Ganter, do ITA e também um dos
organizadores do IDDS 2012.
Duração Prevista de Acordo é de 5 Anos
O reitor do ITA, Carlos Américo Pacheco,
viajou para os Estados Unidos para negociar um acordo de cooperação com o MIT e
estabelecer as áreas de interesse comum entre as duas instituições. O reitor
também deverá acompanhar a visita prevista da presidente Dilma Rousseff ao MIT
com o objetivo de reforçar essa cooperação com o Brasil e o ITA. A presidente
estará nos EUA nos dias 9 e 10 e, além do MIT, em Boston, reservou um horário
para visitar a Universidade de Harvard.
Além dos acordos com o Brasil, o MIT tem
feito alguns parcerias semelhantes com instituições da Rússia, Portugal,
Cingapura e Inglaterra, sempre com o objetivo de renovar ou criar instituições
na área de inovação e de engenharia, disse o reitor.
O acordo com o Brasil está previsto para ter
duração de cinco anos. A negociação envolve direitos de propriedade industrial,
investimentos e uso de imagem. As primeiras reuniões foram programadas para
esta semana junto ao departamento de aeronáutica e astronáutica, o programa de
liderança em engenharia e o centro para inovação tecnológica, todos do MIT.
"Não queremos apenas duplicar o ITA,
vamos também criar áreas novas e renovar os currículos. Empresas como a Embraer
e a Petrobras têm muito interesse nesse movimento que estamos fazendo, que é o
de atrair novos parceiros para a instituição", disse Pacheco.
Desde 2004, segundo Pacheco, cerca de 20
alunos de graduação e professores do ITA realizaram estágios e projetos no MIT.
Nos últimos três anos, o programa MIT-Brazil, que recruta alunos da escola
americana interessados em fazer estágios no Brasil, também tem incentivado o
relacionamento entre o ITA e o MIT.
Fonte: Jornal
Valor Econômico - 05/04/2012 - Via NOTIMP da FAB
Comentário:
Veja você leitor a impossibilidade desse acordo ITA/MIT ser efetivado com
eficiência em outra matéria realizada pela jornalista Virgínia Silveira e
publicada também ontem no jornal Valor Econômico (veja a nota: “Falta de
Profissionais Ameaça o Programa Espacial Brasileiro”) onde o próprio
diretor do DCTA, o brigadeiro Pohlmann diz: "Não é possível
duplicar o ITA se não houver a reposição dos quadros. A ampliação da escola
exigirá também um aumento significativo na capacidade do DCTA de apoiar essa
expansão, na parte de pessoal (contratação de mais professores), infraestrutura
de alojamento, alimentação, laboratórios de pesquisa e segurança, entre
outros". E o mais engraçado disso tudo é que a matéria que fala sobre o
acordo ITA/MIT foi postada na íntegra no site da Agência Espacial Brasileira
(AEB), já a matéria que fala da falta de profissionais do PEB, essa curiosamente não foi postada no site.
Pq eles não investem em outras universidades federais brasileiras? Todo mundo do Brasil inteiro procurando dinheiro, e vivendo com uns trocados que a AEB disponibiliza pelo Uniespaço, e ai eles vão investir em parceria com o MIT ?
ResponderExcluirAlém disso tudo vem a pergunta, porque o dinheiro de pesquisa do PEB vai todo para São José dos Campos (Principalmente ITA)? Vamos continuar a despresar o resto dos pesquisadores brasileiros até quando ?
Assim é dificil!
Olá Anônimo!
ResponderExcluirEm minha opinião uma coisa não inviabilizaria a outra se o Programa Espacial Brasileiro fosse conduzido com seriedade, competência, e visão. Entretanto como não é, essas distorções continuarão ocorrendo e privilegiando sempre os centros onde o conhecimento na área é reconhecidamente mais desenvolvido.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Olá Duda!
ResponderExcluirConcordo contigo. É preciso cuidado para deixar espaço para toda pessoa interessada poder se aprofundar, além é claro de empresas pequenas encontrarem um ambiente saudável.
Agora, quanto ao assunto da reportagem em questão, acredito que não seja o caso de 'centralização' por parte do governo. Essa possível parceria irá acontecer muito mais por causa da faculdade do que pelo governo. Na verdade, eu honestamente acredito que esse não tem influência no caso, e que todos os contatos e planejamento estão vindo de baixo pra cima. Como o Duda já falou em alguns casos, acho que esses políticos apenas se aproveitaram para fazer uma boa propaganda enganosa :/.
Abraços
Eduardo Jourdan
Olá Eduardo!
ResponderExcluirVc está certo o contato é de baixo para cima. Entretanto, para que ele se viabilize será necessário que haja recursos, sejam eles financeiros, humanos e de infra-estrutura e é ai que entra o governo e é ai que a coisa pega.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)