Rio+20: Espaço e Desenvolvimento Sustentável
Olá leitor!
Segue abaixo outro artigo escrito pelo José Monserrat
Filho e postado hoje (12/04) no site da Agência Espacial Brasileira (AEB) dando
destaque a participação da área espacial na “Conferência Rio+20”.
Duda Falcão
Rio+20: Espaço e
Desenvolvimento Sustentável
José Monserrat Filho*
12-04-2012
O Brasil terá
participação de peso no único evento programado (até agora) na Rio+20 sobre o
papel do espaço exterior no desenvolvimento sustentável – tema central da magna
conferência, na qual mais de 100 Chefes de Estado e/ou de Governo já
asseguraram presença.
O evento espacial,
pensado para nada menos de uma hora e meia, examinará “a contribuição das
tecnologias e informações espaciais em apoio à implementação dos resultados e
ações da Rio+20” – a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, a realizar-se no Rio de Janeiro, em junho próximo.
Espera-se contar
com uma audiência de, pelo menos, 100 pessoas, a maior parte delas ligadas a
entidades públicas e privadas envolvidas com atividades espaciais.
Abrirá a mesa o
Ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, ex-presidente
da AEB e ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Um de
seus painéis de maior impacto – sobre a questão crucial dos Desastres Naturais
–, ficará a cargo do Secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e
Desenvolvimento do MCTI, Carlos Nobre, cientista reconhecido com Doutorado em
Meteorologia pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), membro da
Academia Brasileira de Ciências, Presidente do Conselho Diretor do Painel
Brasileiro de Mudanças Climáticas, membro do Comitê Científico do
“International Geosphere-Biosphere Programme” (IGBP) e coordenador do Programa
FAPESP de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais.
Carlos Nobre está
à frente do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais
(CEMADEN), criado em 1º de julho de 2011 pelo MCTI e instalado em Cachoeira
Paulista, com a missão de emitir alertas em áreas de risco de inundações,
enxurradas e deslizamentos, funcionando diuturnamente. O processamento dos
múltiplos dados e colhidos pelo CEMADEN é realizado no supercomputador do INPE,
uma das infraestruturas fundamentais do país.
O único (até
agora) evento espacial da Rio+20 será conduzido pela pessoa certa, o atual
Presidente do Comitê das Nações Unidas para o Uso Pacífico do Espaço Exterior
(COPUOS), Y. Horikawa, do Japão, tendo como moderador o representante da
Nigéria, Ade Abioudun. Seus cinco painéis, bem escolhidos, abordarão os
seguintes temas: 1) Dados Geoespaciais, questão confiada a representantes das
organizações internacionais GEO e CEOS (Group on Earth Observations e Committee
on Earth Observation Satellites); 2) Desastres Naturais, a cargo do Brasil; 3)
Águas e Oceanos, a cargo de Walther Lichem, diplomata, Chefe do Departamento de
Organizações Internacionais do Ministério das Relações Exteriores da Áustria,
especialista em recursos hídricos; 4) Saúde, problema confiado a representante
da Argentina; e 5) Alimentos, a cargo de membro do Programa Mundial de
Alimentação (World Food Programme).
Mas, atenção. Esse
será um evento paralelo à Conferência Rio+20. Convém saber direitinho e de
antemão quando e onde chegar até lá. Ele está planejado para ocorrer nos
chamados “Quatro Dias de Diálogo” (de 16 a 19 de junho), no Riocentro, o Centro
de Convenções situado na Barra da Tijuca, bairro afastado do Rio. É bom
confirmar o local, a data e a hora com a devida antecipação. Poderá ser um
acontecimento imperdível, em especial pelo seu ineditismo.
Agora permitam que
faça uma digressão pessoal. Em março último, por ocasião da reunião do
Subcomitê Jurídico do COPUOS, em Viena, Áustria, tive o prazer de conversar
longamente com a Diretora do Escritório das Nações Unidas sobre Assuntos do
Espaço Exterior (OOSA, na sigla em inglês), Mazlan Othman, a respeito do evento
espacial que ela tanto se empenhou em introduzir no programa da Rio+20. Mazlan,
natural da Malásia, me disse que, provavelmente, o evento será realizado em 18
ou 19 de junho, segunda ou terça-feira, considerados os dias mais propícios
para seu êxito.
Mazlan apoia com
entusiasmo a ideia lançada pelo Brasil de um programa de cooperação
internacional para facilitar a construção de infraestrutura em cada país do
mundo que lhe permita receber, processar, analisar e usar (e até agregar valor
a eles) os dados de satélites relevantes aos programas nacionais de
desenvolvimento sustentável. Ela também prestigia fortemente a proposta
brasileira de se elaborar um instrumento internacional para garantir o acesso
gratuito, ou a custo mínimo, aos dados de satélite essenciais ao
desenvolvimento sustentável, mais necessário que nunca.
Lamentavelmente,
Mazlan não poderá participar da Rio+20, em virtude da Reunião Plenária do
COPUOS, marcado para a mesma época, onde sua participação é indispensável.
Aliás, ela nunca esteve no Brasil, o que considero uma injustiça. Creio que
devemos sanar urgentemente essa lacuna de seu rico currículo.
* Chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da
Agência Espacial Brasileira (AEB)
Fonte: Agência Espacial Brasileira
(AEB)
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