De Espaçonaves e Orçamentos
Olá leitor!
Segue abaixo um artigo escrito pelo pesquisador do INPE,
Mario Saturno, e publicado dia (30/03) no site do “Jornal Novo Tempo - JNT” sobre
o atual momento do Programa Espacial Brasileiro e os cortes nos orçamentos do
MCTI e do ME.
Duda Falcão
De Espaçonaves e Orçamentos
Mario Eugenio Saturno*
Sex,
30 de Março de 2012 14:49
Governo
fragilizado por ministros acusados de envolvimento em corrupção. Fraco a ponto
de ceder ao “lobby” das bebidas alcoólicas nos estádios de futebol por ocasião
da Copa (Que bebam cerveja sem álcool, uai!). E, ainda, resolve cortar no
orçamento os recursos da Ciência e Educação.
Para um país que
caminha para ser neste ano a quinta economia do planeta, cortar 22% do
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) não significa cortar a
gordura, mas a própria carne. Em valores, isso representa R$ 1,48 bilhão. Já
para o Ministério da Educação, o corte foi de R$ 1,93 bilhão ou 5,5%.
Realmente, não parece nada inteligente cortar verba de educação ou de ciência e
tecnologia. Basta cancelar a loucura que parece ser o trem-bala que ligará
Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro e já teremos quase os R$ 55 bilhões de
redução de gasto que o governo promoveu para este ano.
Ainda não sei qual
é o corte efetivo para a Área Espacial, mas a julgar alguns indícios a coisa
não deve ser boa. Embora o Ministro Raupp (MCTI) tenha confirmado o lançamento
de quatro satélites até 2015, a sociedade precisa estar atenta. Não estamos na
situação de Israel que embora pequeno, tenha muitos inimigos, mas não custa
lembrar que também temos alguns vizinhos que namoram a insanidade. Estamos na
mesma situação das grandes nações continentais, ou conquistam o Espaço ou serão
dependentes eternamente de serviços e conhecimentos (pode até ocorrer coisa pior).
Dessas nações, somos os últimos.
Nas contas do
ministro, serão lançados os dois satélites sino-brasileiros, construídos em
cooperação com a China, o satélite Amazônia-1, brasileiro, com câmaras
(sensores de observação) cuja função principal é monitorar a Amazônia, e o novo
satélite geoestacionário de comunicações que servirá ao Programa Nacional de
Banda Larga, a ser desenvolvido pela indústria nacional, experiência que no
passado não interessou as grandes empresas do setor aeroespacial.
O ministro ainda
aponta os voos de qualificação previstos para dois veículos lançadores
Cyclone-4, da cooperação com a Ucrânia, que é um o foguete que tem capacidade
para levar cinco mil quilogramas a uma órbita de 700 km de altura. Este projeto
tem recibo muitas críticas dos cientistas brasileiros por utilizar tecnologia
ultrapassada e perigosa (envenenamento), além de não trazer nenhum conhecimento
para o país.
Até o fim do ano a
base de Alcântara (MA) deve estar pronta para os testes de qualificação. E no
último 14 de março, foi lançado no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) um
Foguete de Treinamento Básico (FTB), visando capacitar a equipe técnica e
testar o CLA. Do VLS (Veículo Lançador de Satélites), nenhuma palavra... Está
na hora dos estrategistas brasileiros acordarem o governo deste sonho.
* Mario Eugenio Saturno (mariosaturno.blog.com) é
Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e
congregado mariano.
Fonte: Site do Jornal Novo Tempo - JNT - http://www.jornalnovotempo.com.br/
Comentário: Deixando de lado a questão da bebida nos estádios
(não concordo com a visão do autor), já que foi algo acertado e assumido pelo
governo Lula com a FIFA quando da escolha do Brasil e até agora não cumprido, esse
pequeno artigo mostra a verdadeira situação criada pela presidente DILMA e sua
equipe econômica quando anunciaram os cortes nos MCTI e no ME. Quanto a fatos
não há argumentos, e mais uma vez o desenvolvimento do país será prejudicado
por esses energúmenos.
Comentários
Postar um comentário