Caricatura Espacial Brasileira (AEB) Adota Oficialmente a Constelação Catarina
Caros entusiastas da atividades espaciais!
Pois então, amantes das atividades espaciais: ontem (11/12), em mais uma nota repleta de enchimentos de linguiças e frases de efeito para tentar melhorar sua imagem pífia perante a sociedade brasileira, a chamada Caricatura Espacial Brasileira (AEB) publicou em seu site oficial que teria “adotado” formalmente a tal Constelação Catarina — uma missão concebida pelo Spacelab/UFSC e pelo Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados, com apoio dessa “coisa”. Segundo a nota, o projeto avançaria agora para uma fase estratégica dentro do Programa Espacial Brasileiro governamental, conduzido aos trancos e barrancos por esses “cabeças de ovo”. Veja abaixo a nota em questão:
A Agência Espacial Brasileira (AEB) aprovou, de forma unânime, a adoção oficial da Constelação Catarina, missão que conta com a participação do Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), da Defesa Civil e apoio técnico do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
A decisão, tomada durante a sétima reunião ordinária do Procedimento para Seleção e Adoção de Missões Espaciais (ProSAME), consolida o projeto como prioridade nacional e reconhece sua maturidade tecnológica, relevância estratégica e plena viabilidade programática.
Com aporte de R$ 6,4 milhões provenientes de emendas da bancada parlamentar de Santa Catarina, articuladas pelo Deputado Federal, Daniel Freitas (PL-SC), a Constelação Catarina, que já integra o Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) 2022-2031, segue para as próximas etapas de execução, com o objetivo de fortalecer a posição do Brasil no desenvolvimento de soluções orbitais voltadas ao monitoramento ambiental, agricultura e defesa civil.
O ProSAME é o mecanismo oficial pelo qual a AEB avalia missões candidatas a integrar o PNAE. É nessa instância que projetos espaciais são analisados sob múltiplas dimensões – científica, orçamentária, operacional e estratégica – antes de receberem o status de missão nacional. A adoção é, portanto, mais que uma aprovação, é um compromisso formal do Estado brasileiro com a execução da missão e com os benefícios que ela oferecerá à sociedade.
Importância da Adotação
A deliberação do ProSAME segue um processo rigoroso de análise técnica, financeira e estratégica. A adoção da missão representa uma certificação institucional de que o projeto atende, com solidez, aos critérios do Programa Espacial Brasileiro (PEB). Isso significa:
• Maturidade e mérito científico-tecnológico: a missão demonstrou excelência técnica e alinhamento direto aos objetivos nacionais;
• Viabilidade programática: a proposta se encaixa de forma estruturada nas metas de médio e longo prazo previstas pelo PNAE; e
• Sustentabilidade financeira: o planejamento apresentado foi considerado exequível e compatível com a política de investimentos públicos no setor espacial.
Segundo o Diretor de Gestão de Portfólio da Agência Espacial Brasileira (AEB), Rodrigo Leonardi, “a Constelação é uma iniciativa estruturante e um programa setorial que, na recente reunião do ProSame, foi formalmente adotada pela AEB como uma entrega da atual edição do PNAE. Trata-se de um conjunto de sistemas espaciais que se baseiam no uso de nanossatélites para prover serviços de coleta de dados ambientais, atmosféricos e futuramente de observação na Terra. Adicionalmente, o desenvolvimento dos sistemas espaciais da Constelação Catarina permitirão fomentar a indústria espacial nacional e a academia, expandindo consequentemente a atuação de agentes e de novos integrantes no setor espacial brasileiro”.
A Constelação Catarina e Sua Contribuição Estratégica
Missão concebida e desenvolvida pelo Laboratório de Pesquisa em Sistemas Espaciais da Universidade Federal de Santa Catarina (SpaceLab/UFSC) e o Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados (ISI-SE), a Constelação Catarina propõe um novo paradigma de acesso a dados orbitais para aplicações ambientais, climáticas e de proteção civil.
A missão se baseia em três pilares estruturantes: a promoção do desenvolvimento tecnológico nacional; o fortalecimento da indústria espacial em Santa Catarina e em outros estados; e o suporte direto a políticas públicas em execução no país.
Além disso, a operação de uma constelação de pequenos satélites oferece vantagens cruciais para o Brasil, como a redução de custos de fabricação, operação e atualização; a redundância e resiliência operacional; a alta frequência de revisita e cobertura ampliada; a possibilidade de expansão modular; os ciclos de desenvolvimento mais curtos; a distribuição inteligente de cargas úteis; e a descentralização das operações e estímulo à cooperação científica.
Conforme o coordenador do SpaceLab, Professor Eduardo Bezerra, a adoção da Constelação Catarina pela AEB representa um marco histórico para o ecossistema espacial brasileiro. “É o reconhecimento de um trabalho de anos na universidade pública, unindo pesquisa avançada, formação de profissionais e desenvolvimento tecnológico nacional. A decisão mostra que, além do INPE, outras instituições brasileiras têm capacidade plena de criar e operar sistemas espaciais complexos. A meta sempre foi uma plataforma moderna, escalável e acessível, útil para monitoramento ambiental, agricultura, defesa civil e ações climáticas”, afirma.
Já o diretor regional do SENAI, Fabrízio Pereira, destaca a transição deste conhecimento para uso em todos os setores produtivos e órgãos públicos. Segundo ele, a Constelação Catarina deixa de ser apenas uma conquista acadêmica e passa a oferecer base para processos decisórios. “Nosso compromisso, como Instituto, é transformar pesquisa em ferramenta prática. Estamos diante de um setor que vai movimentar cadeias produtivas inteiras nas próximas décadas. A atuação do SENAI no New Space projeta a inovação catarinense e gera competências que fortalecem a nossa competitividade”, explica.
O pesquisador-chefe do Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados (ISI-SE), Paulo Violada, lembra ainda que “a constelação abre caminho para novas aplicações e dados mais acessíveis e contínuos, apoiando rotinas industriais, planejamento agrícola, monitoramento territorial e ações de mitigação de risco”.
Essa lógica de multiplicidade e modularidade democratiza o acesso ao espaço e fortalece a soberania nacional sobre dados ambientais e estratégicos.
INPE Como Usuário Direto, AEB Como Articuladora Estratégica (Articuladora Estratégica? KKKKKKKKKKKK)
A operação da Constelação atende prioritariamente às necessidades do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), responsável por transformar dados orbitais em informação aplicada para o país. O Instituto será o principal usuário dos produtos gerados pela iniciativa, ao utilizá-los em monitoramento territorial, previsão e mitigação de riscos ambientais, acompanhamento de eventos climáticos extremos, apoio à agricultura e gestão de recursos naturais.
Ao mesmo tempo, a AEB exerce papel decisivo como formuladora de políticas, integradora e coordenadora do ecossistema espacial brasileiro. O objetivo é fortalecer a estratégia nacional de garantir infraestrutura soberana de dados orbitais, assegurando que os resultados da constelação atendam a interesses públicos amplos e contribuam para a consolidação de capacidades tecnológicas e operacionais no país.
Próximos Passos
Com a adoção formal, a missão avança para sua fase seguinte de integração programática. A AEB publicará a ata oficial da deliberação, tornando público o reconhecimento institucional da Constelação Catarina. A decisão marca um avanço significativo para o Programa Espacial Brasileiro e reafirma o compromisso nacional com o desenvolvimento tecnológico soberano.
Na oportunidade, o SpaceLab/UFSC agradeceu à equipe envolvida, às instituições parceiras e à AEB pelo reconhecimento e pela confiança depositada no projeto. Este é um passo histórico na consolidação de uma ciência espacial moderna, robusta e alinhada às necessidades do Brasil.
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