A Empresa Chinesa "LandSpace" Analisa Perda do Propulsor Após Teste do Foguete Reutilizável Zhuque-3

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Credit: Space Daily

Ilustrativo.

No dia de ontem (04/12), o portal Space Daily noticiou que a empresa chinesa LandSpace iniciou uma análise detalhada de seu primeiro teste orbital do Foguete Zhuque-3 (ZQ 3) após o propulsor do foguete reutilizável ter sido perdido durante uma tentativa de pouso, mesmo com o estágio superior da missão alcançando a órbita planejada. O voo, realizado a partir do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, marcou a primeira tentativa chinesa de lançamento de classe orbital com um veículo de aço inoxidável movido a metano, projetado desde o início para reutilização.

 

De acordo com a nota do portal, a Missão ZQ 3 Y1 decolou por volta do meio-dia, no horário local, com nove motores movidos a metano impulsionando o primeiro estágio e um único motor no estágio superior levando um simulador de massa à órbita baixa da Terra. Após a separação dos estágios, o estágio superior seguiu para sua órbita-alvo, enquanto o propulsor iniciava uma trajetória de retorno em direção a uma área designada para recuperação perto do condado de Minqin, na província de Gansu, a cerca de 390 quilômetros do ponto de lançamento.

 

Segundo a LandSpace e vários relatos externos, o propulsor realizou a reentrada e aproximação planejadas antes de encontrar uma anomalia no fim da sequência de pouso. O estágio se desintegrou no ar acima do corredor de recuperação, com destroços caindo dentro da zona previamente isolada, na extremidade da área de pouso pretendida.

 

A LandSpace afirmou que o teste verificou o plano geral de lançamento e voo do Zhuque-3 e confirmou a compatibilidade das interfaces entre os principais sistemas do veículo. A empresa disse ter coletado dados técnicos críticos durante toda a ascensão, reentrada e tentativa de pouso, fornecendo a base para otimizar o design do foguete e os procedimentos de recuperação.

 

O Zhuque-3 é construído com tanques de propelente de aço inoxidável e motores a metano, uma combinação escolhida para equilibrar resistência estrutural, resistência a altas temperaturas, resistência à corrosão e custo de produção, ao mesmo tempo em que possibilita múltiplos usos do primeiro estágio. O lançador tem cerca de 66 metros de altura, 4,5 metros de diâmetro e massa de decolagem próxima de 560 a 570 toneladas, sendo projetado para colocar cargas pesadas em órbitas baixas e síncronas com o Sol.

 

O primeiro estágio é equipado com aletas de grade e quatro pernas de pouso retráteis para permitir pousos verticais em uma área de recuperação ao longo da trajetória. Para esta missão inaugural, o propulsor seguiu um perfil de retorno semelhante, em conceito, ao de outros foguetes reutilizáveis, incluindo uma reentrada controlada e uma descida final propulsionada em direção a uma plataforma de pouso de concreto.

 

A LandSpace ainda não divulgou uma causa detalhada para a anomalia, mas informou que engenheiros estão examinando a telemetria de alta frequência da queima de pouso para identificar a sequência de eventos que levou à ruptura. A análise deve se concentrar no desempenho do motor durante a queima final, nas cargas estruturais na baixa atmosfera e no comportamento dos sistemas de guiagem e controle durante a última fase da descida.

 

A empresa indicou que o Zhuque-3 seguirá um programa de testes gradual, com cada missão destinada a aprimorar hardware e software rumo à reutilização operacional. Analistas observam que tentativas de recuperação em outros programas de reutilização também enfrentaram falhas iniciais e descrevem o voo ZQ 3 Y1 como parte do caminho normal de desenvolvimento de um novo propulsor, e não como um veredito final sobre a tecnologia.

 

A LandSpace já havia alcançado a órbita com seu foguete descartável movido a metano Zhuque-2 em 2023, mas o Zhuque-3 é sua primeira plataforma de grande porte voltada à reutilização do primeiro estágio. Ao amadurecer seu sistema de recuperação, a empresa busca competir em lançamentos comerciais de constelações e outras missões que valorizam a redução do custo por quilograma colocado em órbita.

 

Brazilian Space

 

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