Previsão Correta do Tempo Depende de Mais Pesquisa e Tecnologia, Dizem Especialistas
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada hoje (16/11) no site da
“Agência Senado” destacando que segundo especialistas previsão correta do tempo depende de mais pesquisa e tecnologia.
Duda Falcão
COMISSÕES
Previsão Correta do Tempo Depende de Mais
Pesquisa e Tecnologia, Dizem Especialistas
Agência Senado
Da Redação | 16/11/2016, 18h33
Foto: Roque de Sá/Agência Senado
Pesquisa, recursos humanos e tecnologia são fundamentais
para uma previsão do tempo mais precisa e confiável no Brasil. Essa foi a
conclusão dos participantes de audiência pública sobre o tema, promovida nesta
quarta-feira (16) pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e
Informática (CCT).
O modelo global de previsão do tempo é defendido pelo pesquisador
Haroldo Fraga Velho, do Laboratório Associado de Computação e Matemática, como
o “principal motor da pesquisa no Brasil”, tendo à frente o Centro de Previsão
de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC).
— Há uma série de centros que fazem previsão global, mas
para o Brasil essa é uma responsabilidade do CPTEC, de produzir a melhor
previsão de tempo. Para a gente tornar essa previsão competitiva é preciso
aumentar a resolução do modelo. Eu tenho que fazer muito mais cálculo no mesmo
tempo. Qual é o segredo? Comprar uma máquina mais potente — explicou.
Para o professor Pedro Leite da Silva Dias, da
Universidade de São Paulo (USP), o Brasil está “perdendo terreno” em relação a
capacidade de previsão no cenário internacional. Ele destaca que computadores
de alto desempenho e o consórcio de vários países fazem da Europa o melhor
centro de previsão do mundo. Já o CPTEC estaria na “lanterna da malha mundial”.
— Não é só comprar o computador. Você precisa ter também
uma articulação muito maior entre o setor operacional e o setor de pesquisa. Ou
seja, os recursos humanos. Aí entra a articulação com o setor acadêmico. E tem
que ter atualização mais frequente — afirmou o professor.
Perspectivas
Antônio Divino Moura, do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE), lembra que o sistema de meteorologia na parte operacional
envolve vários ministérios e órgãos do governo como o da Agricultura, Marinha,
Aeronáutica, a Agência Nacional de Águas, entre outros.
Moura explicou que a melhoria da previsão do tempo está
ligada a vários fatores, como investigações da comunidade científica,
desenvolvimento e manutenção de sensores e tecnologia espacial. O Instituto
Nacional de Meteorologia (Inmet), por exemplo, tem cerca de 500 estações que
coletam dados a cada hora, transmitidos por satélites.
Além do monitoramento diário e da previsão regional, a
previsão climática sazonal também é importante, como explica o representante do
INPE.
— Nós estamos agora preocupados em saber se, de janeiro
até maio, o norte do Nordeste vai continuar como nos últimos cinco anos, com
uma seca tremenda, faltando água para beber.
O trabalho é desenvolvido direto com a Defesa Civil e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Tudo depende de computadores de última geração para rodar modelos atualizados de previsão do tempo.
O trabalho é desenvolvido direto com a Defesa Civil e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Tudo depende de computadores de última geração para rodar modelos atualizados de previsão do tempo.
— De 2016 a 2019 nós queremos ser uma referência nos
trópicos em pesquisa, produtos, modelagem do sistema e evoluir mais na questão
da previsão de eventos extremos, a previsão do tempo atual, a qualidade do ar e
a circulação costeira — disse Moura.
Setor Elétrico
Francisco José Arteiro de Oliveira, do Operador Nacional
do Sistema Elétrico (ONS), ressaltou a parceria com os centros de previsão do
tempo e do clima, que interfere diretamente nas tomadas de decisão, no custo e
na produção de energia elétrica.
Com base na previsão de temperatura, por exemplo, é
determinada a geração de energia a ser utilizada no dia seguinte. Da mesma
forma, informações sobre descargas atmosféricas podem levar à redução do
carregamento das linhas de transmissão, bem como a previsão de ventos que têm capacidade
para derrubar as torres.
Além de pedir diagnósticos de mudanças climáticas para
ajudar no planejamento do ONS, Francisco José também fez outras recomendações.
— Sugerimos um aprimoramento dos modelos de previsão de
tempo com horizonte até 48 horas, com foco na temperatura e na previsão de
vento. Nós estamos caminhando para ter 20 mil megawatts de geração eólica, isso
equivale a quase duas Itaipus — ressaltou.
Fonte: Site da Agência Senado
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