Para Mim Este Assunto é Página Virada
Olá leitor!
No final de outubro passado, após temos publicado a
notícia dada pelo site oficial do Instituto de Aeronáutica e Espaço (veja aqui)
de que havia se iniciado na Alemanha a Segunda Fase da Campanha de Ensaios a
Quente da Câmara de Empuxo do Motor-Foguete Líquido L75 brasileiro, foi gerada
uma grande discussão motivada pelo seguinte comentário feito por um pesquisador no BLOG:
“O L75 não possui desempenho compatível com a necessidade
do VLS ALFA, no sentido de que o impulso específico deveria ser, no mínimo, 15%
maior, como demonstram estudos realizados à época do lançamento do natimorto
programa cruzeiro do sul. Isto se deve ao uso de etanol anidro como
combustível, combinado com ciclo aberto (injeção liquido/liquido). Para
alcançar o desempenho necessário, seria preciso trocar o combustível por
querosene, combinado com ciclo fechado (injeção liquido/gás), cuja tecnologia é
bem mais complexa, dominada apenas por Rússia e Estados Unidos. Contudo, o L75
terá o mérito de se tornar um marco no desenvolvimento de propulsão liquida no
país, servindo como objeto para a construção da base para alavancar projetos de
instalações de testes e consolidar o conhecimento tecnológico. Para aplicações
reais do L75, estudos para um novo lançador que aproveite ao máximo seu baixo
desempenho precisará ser implementado, juntamente com a capacitação para
desenvolvimento de estágios líquidos, tão importante quanto os motores.”
Bom leitor, este comentário feito pelo pesquisador Fausto
Ivan Barbosa atualmente do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e que fez
parte da equipe de desenvolvimento deste motor quando atuava no Instituto de
Aeronáutica e Espaço (IAE) estourou como uma bomba, pois nas entre linhas deixa
entender que o IAE esta trabalhando em um projeto morto, sem utilidade nenhuma
e que provavelmente caminha para se tornar uma peça do Memorial Aeroespacial
Brasileiro (MAB), isto é, se for realmente finalizado.
Não obstante a questão técnica do baixo impulso
específico do motor que segundo ele deveria ser 15% maior, isto motivado pela
troca do combustível do projeto original de Querosene para o Álcool Anidro no projeto
atual (será que não sabiam disso desde o inicio, ou foi de proposito?) devido
ela ser uma tecnologia mais complexa, o tal mérito de se tornar um marco no
desenvolvimento de propulsão liquida no país não se justifica, afinal os tais méritos
citados por ele seriam alcançados de qualquer forma se tivéssemos trabalhando num
motor de verdade.
Além do mais, para afundar ainda mais as expectativas sobre
esse projeto de motor, que era até então a galinha de ovos de Ouro do PEB para este
que vos fala, o pesquisador finaliza dizendo que para que o Motor L75 seja
efetivamente utilizado em voo, estudos para um novo lançador que aproveite ao
máximo seu baixo desempenho precisará ser implementado, juntamente com a
capacitação para desenvolvimento de estágios líquidos.
Em resumo leitor, o VLS Alfa como concebido anteriormente
virou fumaça e da forma como o PEB é conduzido por esses vermes de Brasília,
quando mesmo isso aconteceria, em 2150??? Ora, faça-me uma garapa.
Bom leitor, recentemente recebi de um leitor que usa o pseudônimo
de “O Observador” o link para um interessante artigo intitulado “Cooperative Development
of L75 Lox Ethanol Engine: Current Status With Focus on Capacitive Chamber Testing”,
artigo este que trata do atual estagio da Cooperação Brasil-Alemanha no
desenvolvimento deste motor, apresentado que foi pela equipe do IAE/DLR durante a
realização do “Space Propulsion 2016”, ocorrido de 02 a 06 de maio deste ano no
Marriott Park Hotel em Roma (ITA), ou seja, pouco meses antes dos testes
realizados recentemente na Alemanha.
Para mim leitor (pelo menos até que me provem do
contrário) este assunto é página virada, mas para aqueles que ainda acreditam
em fantasias este artigo pode ser acessado pelo link: https://www.researchgate.net/publication/302917206_COOPERATIVE_DEVELOPMENT_OF_L75_LOX_ETHANOL_ENGINE_CURRENT_STATUS_WITH_FOCUS_ON_CAPACITIVE_CHAMBER_TESTING.
Bom divertimento.
Duda Falcão
E se o combustível e o oxidante fossem utilizado "superchilled" (super resfriados) como tem feito a SpaceX?
ResponderExcluirIsso não aumentaria o impulso específico do motor mantendo o etanol e o design atual?
Corrigindo: "fossem utilizados".
ExcluirOlá RodrigoV!
ExcluirSó mesmo um especialista poderia responder a sua pergunta. Quem sabe o próprio pesquisador Fausto Ivan Barbosa não se prontifica a responder?
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)