Começa no Centro de Lançamento de Alcântara a Operação Rio Verde
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada ontem (23/11) no site da Agência
Espacial Brasileira (AEB), destacando que começou no Centro de Lançamento de
Alcântara (CLA) as atividades da Operação Rio Verde.
Duda Falcão
Começa no Centro de Lançamento de
Alcântara a Operação Rio
Verde
Coordenação de Comunicação Social – CCS
23/11/2016
Oito experimentos científicos e tecnológicos financiados
pelo Programa Microgravidade da Agência Espacial Brasileira (AEB) serão
testados em voo suborbital durante a Operação Rio Verde, promovida pelo
Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e Instituto de
Aeronáutica e Espaço (IAE). A Operação teve início no último domingo
(20.11) no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) no Maranhão.
O Programa Microgravidade foi criado pela AEB em 27 de
outubro de 1998 e tem por objetivo colocar cargas úteis de veículos espaciais à
disposição da comunidade técnico-científica brasileira, provendo meios de
acesso e suporte técnico para a viabilização de experimentos. O gerenciamento
das atividades é de responsabilidade da AEB, que conta com o apoio técnico do
IAE e do CLA e suporte logístico da FAB.
A Operação Rio Verde tem como objetivo dar prosseguimento
ao Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) coordenado pela AEB e
permitir que organizações de ensino, pesquisa e desenvolvimento realizem
experimentos científicos e tecnológicos por meio de voos suborbitais. Ao longo
da campanha serão realizados lançamentos de um Foguete de Treinamento Básico (FTB),
para confirmação do apronto dos meios operacionais e de apoio, e de um veículo
de sondagem nacional VSB-30, carregando experimentos da comunidade
técnico-científica do País.
Seleção – Os experimentos foram selecionados na
primeira Chamada do 4ª Anúncio de Oportunidades, em 2013. A Operação Rio Verde
conta com a participação do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA),
do Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI), da Marinha do Brasil
(MB), e da Agência Espacial Alemã (DLR).
Participam com experimentos embarcados na carga-útil
MICROG2, cientistas e pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Estadual de
Londrina (UEL).
Após o lançamento e o voo em ambiente de microgravidade,
os experimentos devem ser recuperados em alto mar, por helicópteros da Força
Aérea Brasileira (FAB) com apoio de embarcações da Marinha. A descrição
detalhada dos experimentos com objetivos e instituição desenvolvedora segue
abaixo:
Experimentos
1. MPM-A: Novas tecnologias de meios porosos para
dispositivos com mudança de fase, desenvolvidos pela Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC). Os minitubos de calor fazem uso do calor latente de
fusão e do efeito capilar para transportar energia de uma fonte quente para uma
fria. Esses dispositivos podem ser utilizados para o controle térmico tanto de
equipamentos eletrônicos no espaço como em terra;
2. MPM-B: Tem a mesma finalidade do MPM-A, mas enquanto o
fluido de trabalho do experimento MPM-A é o metanol, o MPM-B utiliza o fluido
refrigerante denominado HFE7100;
3. VGP2: Os efeitos da microgravidade real no sistema
vegetal cana de açúcar, desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (UFRN). Trata-se de um experimento biológico que tem por objetivo avaliar
os efeitos na microgravidade sobre o DNA da cana de açúcar;
4. E-MEMS: Sistema para determinação de atitude de
veículos espaciais, desenvolvido pela Universidade Estadual de Londrina (UEL).
O objetivo deste experimento é fazer uso de sensores comerciais para
determinação de atitude de sistemas espaciais;
5. SLEM: Solidificação de ligas eutéticas em
microgravidade, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE). Este experimento contempla o desenvolvimento, construção e qualificação
de um forno elétrico com capacidade de fundir (300°C) amostras de 3 materiais distintos. Ao atingir o ambiente de
microgravidade, o forno é desligado e ocorre a solidificação das ligas;
6. GPS: Modelos de Global
Positioning System – GPS (Sistema de Posicionamento Global) para
aplicações em veículos espaciais de alta dinâmica, desenvolvido pela
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com a colaboração do
Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE). Esse equipamento fornece a latitude,
longitude e altitude da carga-útil durante todas as fases do voo do foguete;
7. SMA: Sensor Mecânico Acelerométrico, desenvolvido pelo
Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE). Servirá para ativação de linhas de
ignição, após submetida a uma aceleração entre 4 e 6 vezes a aceleração da
gravidade. Com esse dispositivo, ainda em fase de qualificação, objetiva-se
elevar a segurança do veículo, evitando-se, por exemplo, que sistemas pirotécnicos
sejam acionados intempestivamente.
8. CCA: Circuito de Comutação e Atuação, desenvolvido
pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE). Modelo de desenvolvimento do
sequenciador de eventos pirotécnicos e comutação de energia funcional.
Neste momento, os experimentos são integrados e testados
no Prédio de Preparação da Carga Útil, no Setor de Preparação e Lançamento. Na
sequência, é mostrada uma imagem desta atividade em operações passadas:
Todos os experimentos estarão a bordo da Carga Útil
MICROG2 por meio do VSB-30 V11, que será lançado e rastreado pelas equipes, as
quais também estarão preparadas para realizar o resgate da Carga Útil e a
primeira interação com os experimentos assim que esta tocar a água.
O VSB-30 foi desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e
Espaço (IAE), em parceria com o Centro Aeroespacial Alemão (DLR) para
possibilitar aos cientistas e pesquisadores realizarem estudos e pesquisas em
ambiente de queda livre, sem rotações e acelerações, acima de 100 km por até
seis minutos, em condições bem específicas que caracterizam o ambiente de
microgravidade.
O foguete VSB-30 é composto por dois estágios propelidos
a combustível sólido, deve alcançar uma altitude de aproximadamente 260 km e
ser resgatado no oceano por equipes especialmente treinadas para esta
atividade, embarcadas em helicópteros.
Figura 2: Representação esquemática do Foguete VSB-30 e
sua
Carga Útil (Plataforma Suborbital de Microgravidade e coifa).
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O voo terá a trajetória de uma parábola e não terá energia suficiente para injetar a carga útil em órbita. Por este motivo, é denominado como voo suborbital. Nesta trajetória, após a separação da carga útil dos estágios propulsores, os experimentos ficarão por, aproximadamente, seis minutos em ambiente de microgravidade. Confira uma representação esquemático do voo na sequência:
Fonte: Site da Agência Espacial Brasileira (AEB)
Comentário: Pois é leitor, agora só resta torcer para que
todas necessárias providências tenham sido tomadas com a competência devida e
colher os frutos da missão. Avante Operação Rio Verde.
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