Governo Estuda Reduzir Meta de Programa de Bolsa
Olá leitor!
Segue abaixo mais uma matéria sobre os problemas do
programa “Ciências sem Fronteiras (CsF)” publicado dia (23/02) site do Jornal Folha de São Paulo e
postado hoje (24/02) no site do “Jornal da Ciência” do SBPC.
Duda Falcão
Governo Estuda Reduzir
Meta
de Programa de Bolsa
Vagas destinadas
a atrair cientistas do exterior para o
Brasil podem ser
cortadas devido à baixa procura
Fernando Tadeu Moraes e
Giuliana Miranda
Jornal Folha de São Paulo
23/02/2014
Devido à baixa procura, o governo federal estuda reduzir
a meta de bolsas do Ciência sem Fronteiras voltadas para atrair pesquisadores
do exterior para o Brasil. A informação está na ata da 10ª reunião do Comitê
Executivo do programa, realizada em 27 de janeiro, a qual a Folha teve acesso.
Lançado em 2011, o Ciência sem Fronteiras pretende
internacionalizar a pesquisa no Brasil e é um dos principais programas do
governo. A meta é distribuir 101 mil bolsas de estudo até 2015.
Entre elas, 4.000 bolsas para trazer ao país
pesquisadores que atuam no exterior. Metade das vagas são para
"pesquisador visitante especial", para atrair cientistas de liderança
internacional. As outras 2.000 são da categoria "jovens talentos",
voltada a cientistas de início de carreira que vivam no exterior. Com a
dificuldade de atingir as metas para atrair os pesquisadores de fora, o governo
busca alternativas.
Segundo o documento obtido pela reportagem, o presidente
da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Jorge
Guimarães, afirmou que muitos pós-doutorandos brasileiros que foram para o
exterior pelo Ciência sem Fronteiras poderiam ser candidatos a bolsas
"jovens talentos".
Para Guimarães, essa modalidade poderia se converter
"em mecanismo de absorção de ex-bolsistas no ambiente acadêmico
nacional". A medida alteraria o propósito e inflaria os números da bolsa
"jovens talentos", porque os bolsistas de pós-doutorado do programa
no exterior já têm a obrigação legal de retornar ao país após o término dos
estudos. Ou seja, eles não estariam sendo atraídos, uma vez que voltariam de
qualquer maneira.
Indagadas, Capes e CNPq descartaram essa opção e disseram
que as "bolsas não serão usadas para atender no país os pós-doutorandos do
programa, porque para tal existem bolsas específicas". Na mesma reunião,
foi informado que o resultado das últimas chamadas de graduação-sanduíche, em
que alunos de graduação passam de 12 a 18 meses no exterior, acarretaram a
absorção de 26 mil novos bolsistas, número "superior ao previsto".
A diretora de relações internacionais da Capes, Denise
Neddermeyer, então ressaltou que Capes e CNPq, órgãos que lideram o programa,
"ainda precisam alocar recursos para fazer face a essas novas
bolsas". Conforme a Folha divulgou no último domingo, na reunião foi
levantada a necessidade de mais R$ 863,6 milhões de investimento apenas pelo
governo federal. Uma das justificativas são os "gastos adicionais com
antecipação do cumprimento das metas de concessão de bolsas".
FALHAS ACUMULADAS
Desde o lançamento, o Ciência sem Fronteiras acumula
problemas como atraso no pagamento de bolsas, redução da nota mínima de inglês
e manutenção de alunos sem nível mínimo de inglês. Para especialistas, os
problemas têm origem no gigantismo da proposta e no curto prazo para a
implementação.
"De onde saiu esse número de mais de 100 mil bolsas?
O grande nó é a quantidade de bolsas. Era melhor ter feito um programa menor,
com um processo seletivo mais rigoroso", diz Marcelo Knobel, professor e
ex-pró-reitor de graduação da Unicamp.
Segundo ele, um entrave é o foco excessivo nos estudantes
de graduação, que "ainda estão em um estágio muito inicial de formação,
muitas vezes sem maturidade no projeto de pesquisa".
Leandro Tessler, físico da Unicamp, descreve o caos na na
implementação do programa. "Anunciaram uma lista de 200 universidades,
depois essa lista mudou e foi expandida, depois aceitaram mandar estudantes
para Portugal, depois se deram conta de que havia uma demanda irreal por esse
país por falta de conhecimento mínimo de inglês dos candidatos, depois
suspenderam o programa para Portugal, e assim vai", diz.
Matéria complementar da Folha
de S. Paulo
Iniciativa Ajudou a Integrar Alunos, Dizem Professores
Fonte: Jornal Folha de São Paulo via Site do Jornal da
Ciência da SBPC - 24/02/2014
Mais uma "casinha" dos PTralhas que está caindo. Um programa evidentemente populista e eleitoreiro, sem nenhum planejamento, sem os devidos critérios, sem absolutamente nada que agregue valor à ciência brasileira.
ResponderExcluirEu como contribuinte me sinto nesse caso como financiador de uma grande programa de "turIsmo para uma juventude nem tão letrada assim", visto que se esperava estarmos enviando a "nata" do nosso meio acadêmico, e como tem sido amplamente noticiado não é isso que ocorre...
Como diz o bordão do jornalista, "ISSO É UMA VER-GO-NHA !!!"