Parceria Espacial Brasil-Ucrânia Consome Verba Mas Não Sai do Chão
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria postada ontem (31/01) no site da Rádio “Voz
da Rússia” destacando que a Parceria Espacial Brasil-Ucrânia consome verba mas não sai do chão.
Duda Falcão
EM FOCO
Parceria Espacial
Brasil-Ucrânia
Consome Verba Mas Não Sai do Chão
Giovanni Lorenzon
31/01/2014 - 19h44
Foto: brasilnicolaci.blogspot.com
No
Brasil e na Ucrânia nunca ninguém viu qualquer foguete ou satélite indo ao
espaço como fruto da cooperação espacial entre os dois países, cujo início data
de 2003. Talvez apenas isso aconteça em 2015, se novos atrasos não o impedirem.
Mas a Alcântara Cyclone Space (ACS), a empresa mista criada em partes iguais,
já consumiu US$ 918 milhões, sendo metade disso injetado em meados de 2013 na
forma de aumento de capital.
A
parceria nem foi feita também para render a troca de experiências entre os
cientistas, como forma de avanços no conhecimento, sobretudo por parte dos
brasileiros. O negócio firmado, segundo a Agência Espacial Brasileira (AEB), é
apenas isso: o Brasil entra com a infraestrutura do Centro de Lançamentos de
Alcântara (CLA) e a Ucrânia com o veículo Cyclone-4. Com exceção das cargas
úteis dos sócios, a geração de receita da empresa terá que vir do lançamento de
satélites de outros países.
Além
de “nem ser científico nem de transferência de tecnologia, mas sim comercial”,
como já disse o José Monserrat Filho, chefe da assessoria internacional da AEB,
o projeto sofre atrasos normais em se tratando de dois países complicados,
desorganizados e com dificuldades de caixa. Ou seja, não resulta em
aproveitamento de experiências, e nem resultou em faturamento ainda.
A
estrutura de lançamento de Alcântara ainda está em reconstrução, desde a
explosão, em 2003, do Veículo Lançador de Satélites (VLS 1) dias antes do
lançamento (morreram 21 técnicos). A AEB calcula que faltam 50% das obras.
A
Ucrânia, da sua parte, não terminou o desenvolvimento e construção do
Cyclone-4, restando 20% para a sua conclusão, já admitiu Serguei Guchenkov,
diretor comercial da ACS.
Para
2015, a empresa aposta no primeiro voo comercial a partir da base de lançamento
do Maranhão. Duas empresas, uma japonesa e outra italiana, já teriam assinado
contratos para lançar satélites, segundo a empresa binacional.
Neste
início de 2014, pode-se colocar uma primeira interrogação aos dois parceiros. O
Brasil irá conseguir fazer a sua parte, vivendo com um deficit público nas
alturas e tendo o governo que tirar de um bolso para colocar em outros mais
prioritários? A resposta é duvidosa, ainda mais com Copa do Mundo e as eleições
consumindo recursos adicionais em ações mais eleitoralistas. E a Ucrânia,
falida e experimentando uma grave crise política, conseguirá terminar seu
foguete?
É
melhor não apostar.
Outras
dúvidas são mais antigas e vêm desde a assinatura do acordo. São de ordem
tecnológica e de mercado.
No
primeiro caso, os especialistas rejeitam a qualidade do combustível do Cyclone,
altamente tóxico, o que teria motivado sua retirada nos lançamentos espaciais
europeus, e também acreditam que o engenho seja pequeno demais, o que limita as
suas futuras missões a lançamentos de um número bem reduzido de satélites em
termos de finalidade.
No
segundo, o impeditivo serão os custos elevados diante de concorrentes mais
confiáveis e muito mais baratos - a Rússia e até a China. Para André Mileski,
editor do blog Panorama Espacial e editor-adjunto da revista
Tecnologia&Defesa, por exemplo, se e quando o Cyclone-4 subir levando
alguma carga, não sairá por menos de US$ 50 milhões. A competição internacional
hoje se dá em patamares bem abaixo disso.
O
conjunto dos trabalhos anularia, assim, a vantagem que o CLA oferece em termos
de localização. A 2° ao sul da Linha do Equador, com a maior velocidade de
rotação da Terra, o impulso natural para o voo do foguete é maior, com boa
economia de combustível.
Também
oferece a possibilidade de realizar lançamentos para qualquer direção e em
qualquer estação do ano. Por fim, com um mar à frente, o seguro é menor, já que
os estágios do foguete (ou em caso de desastre total no voo inicial) não cairão
em áreas populosas.
A
base francesa de Kourou, na Guiana Francesa, a 5° ao norte do Equador,
utilizada pelas agências espaciais europeia e francesa, além da companhia
Arianespace SA, é a única concorrente mais atraente em termos geográficos,
ainda assim longe das condições de Alcântara.
Enquanto
não se dá o aproveitamento comercial da base brasileira, nem com o parceiro
atual, nem com outros que mais teriam a oferecer, o programa nacional anda de
lado. Depois da tragédia do VLS 1, a agência estatal anunciou uma consultoria
com a Rússia para o recomeço do projeto. Mas nunca foi apresentado nada porque
não existe.
Tanto
que o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, esteve no Brasil no segundo
semestre de 2013, reforçou a intenção do país colaborar com o Brasil nessa
área, mas não fez nenhuma menção a algum acordo concreto em andamento ou em
negociação.
O
que há de parceria entre os dois países está no âmbito do Glonass, o sistema de
navegação via satélite russo, que usa uma base de rastreamento instalada no
campus da Universidade Federal de Brasília.
E
enquanto isso, o Brasil enterrou R$ 160 milhões no desenvolvimento de um
satélite para estudar a situação do desmatamento que estava embarcado no
foguete chinês que explodiu minutos depois de ser lançado em dezembro último.
Os fatos citados são de
responsabilidade do autor
Fonte: Site da Rádio A Voz da Rússia - http://portuguese.ruvr.ru
Comentário: E espero que na configuração atual desse
acordo, jamais, em momento algum, esse trambolho tóxico ucraniano venha a ser lançado
do território brasileiro. Se os ucranianos querem lançar esse lixo tóxico, que o
faça sobre as cabeças de seu povo e não sobre as cabeças povo brasileiro. Só uma
resalva, quem gasta mais de Cr$ 700 milhões na construção de um porto para
beneficiar um povo estrangeiro, não esta passando por dificuldades financeiras,
e sim por falta de caráter e de responsabilidade para com os interesses da nação.
Dinheiro há de sobra, o que falta é competência, seriedade e comprometimento
com o país, o resto é conversa mole pra boi dormir.
Coitada da Ucrania, até no Brasil os russos batem nela. Você sabia que todos os funcionários da Roskosmos são agentes do seviço secreto russo e este jornal é deles? Porque a Russia nao vem lançar em Alcantara seus foguetes ao invés de ir fazer isso em Kourou? Muitas perguntas e poucas respostas.
ResponderExcluirOlá Anonimo!
ExcluirPrimeiramente devo dizer que a sua anonimidade não me agrada. Mas vamos lá. Se sua informação sobre a participação de agentes do serviço secreto russo entre os funcionários da ROSKOSMOS é verdadeira ou não, eu não sei, mas faz sentido que alguns realmente sejam, já que envolve desenvolvimento de tecnologia de ponta e consequentemente de segurança nacional. Além do que caro anonimo, de coitados os ucranianos não tem nada, eles são sim espertos e estão aproveitando para tirar da prancheta um projeto que já estava morto, dando uma sobrevida a sua industria espacial obsoleta as custas do Brasil.. Entretanto, saiba que o interesse dos Russos era sim lançar foguetes de Alcântara antes mesmo de assinarem com Kourou, inclusive estavam em tratativa com o MD no início da década passada, quando o debiloide do Roberto Amaral por interesses políticos e com apoio do humorista LULA brecaram as negociações e assinaram esse absurdo acordo com a Ucrânia. Além do mais, tudo que foi colocado nessa reportagem tem procedência, e assim o site da rádio russa só relatou o que aconteceu e o que vem acontecendo.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Prezado Duda.
ResponderExcluirARevista Tecnologia & Defesa em sua última edição lançou duas reportagens sobre os Ucranianos. Uma delas é sobre a Yuzhnoye e outra uma entrevista que seu jornalista fez com o presidente da Agencia espacial ucraniana. Ano passado eles publicaram uma matéria sobre a ACS. Recomendo publicar aqui no seu blog. Muito interessante. Abraço
Carlos
Caro Carlos!
ExcluirEu até gostaria, mas eu tenho uma enorme dificuldade de encontrar essa revista aqui em Salvador, além do que fui orientado pelo André Mileski a somente postar matérias dessa revista que já tenham sido postada por ele no "Blog Panorama Espacial", que é o blog diretamente ligado a essa revista, entende? De qualquer forma obrigado pela dica.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
O autor do texto foi educado. Realmente desastroso, como diz o Duda Falcão.
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