Brasil Vai lançar Nanossatélite Científico de Baixo Custo
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria publicada hoje (22/02) no Jornal Folha de
São Paulo e postado no site da “Força Aérea Brasileira (FAB)” destacando que como
já havíamos anunciado o Brasil vai lançar em breve um nanosatélite científico
de baixo custo.
Duda Falcão
Brasil Vai lançar Nanossatélite
Científico de Baixo Custo
22/02/2014
Depois
da perda do multimilionário satélite CBERS-3, feito em parceria com a China, o
Brasil se prepara para lançar um novo artefato espacial, dessa vez com custo
inferior a R$ 800 mil. É o NanoSatC-Br1.
Desenvolvido
pela UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) em parceria com o Inpe
(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o nanossatélite será lançado por
um foguete russo DNPER, entre maio e junho.
Trata-se
de uma nova moda na exploração espacial, possibilitada pela crescente
miniaturização de componentes. Agora já se pode construir um satélite de baixo
custo, com massa abaixo de 10 kg, com instrumentos capazes de produzir medições
úteis.
É a
segunda tentativa brasileira de produzir um artefato assim, e a primeira que
adota o formato de cubesat _um satélite em forma aproximadamente cúbica, com 10
cm de aresta. É praticamente um "cubo mágico" espacial.
O
primeiro nanossatélite brasileiro, Unosat-1, foi destruído no acidente com o
lançador brasileiro VLS-1, que matou 21 em Alcântara (Maranhão), em 2003.
O
NanoSatC-Br1 carrega um sensor destinado a estudar o campo magnético terrestre
e sua interação com a radiação proveniente do Sol e de outras estrelas.
Trata-se
de uma pesquisa de ponta, sobretudo para o estudo de um fenômeno conhecido como
Anomalia Magnética do Atlântico Sul. Nessa região, bem na região costeira do
Brasil, parece haver uma espécie de falha na magnetosfera terrestre que permite
que a radiação espacial chegue mais perto da superfície.
O
que chama a atenção no projeto é o baixo custo associado, para obtenção de
dados importantes. "É uma ninharia mesmo, principalmente levando-se em
conta que é uma operação completa: desenvolvimento, lançamento e operação com
estação própria e dedicada, se desejado", afirma Otávio Durão, engenheiro
que coordena o projeto na sede do INPE, em São José dos Campos (SP).
O
nanossatélite também representa um significativo avanço tecnológico nacional.
"Além de obter dados da anomalia magnética do Atlântico Sul há um
interesse mundial nisso, vamos testar no espaço os dois primeiros circuitos
integrados projetados no Brasil para uso espacial", diz Durão.
As
medições serão feitas pelo cubesat a partir de uma órbita baixa de 600 km de
altitude, sobrevoando os polos terrestres. Isso significa que, ao longo do
tempo, o satélite irá sobrevoar todos os pontos do globo.
FUTURO
Os
cubesats podem apresentar um caminho viável para missões mais audaciosas e, ao
mesmo tempo, mais baratas.
Um
segundo nanossatélite brasileiro, NanoSatC-Br2, já está sendo desenvolvido pelo
mesmo grupo, com o objetivo de ser lançado em 2015. Pende, naturalmente, pela
disponibilidade de recursos para concluir a carga útil e bancar o lançamento.
E
pode-se pensar de forma cada vez mais ousada. Durão faz uma estimativa
grosseira de que, por cerca de US$ 10 milhões, talvez fosse possível lançar e
operar um cubesat destinado a estudar a Lua.
Por
ora, contudo, a equipe está focada no NanoSatC-Br1. "Se tudo vai funcionar
a contento não sabemos, mas que abre uma porta gigantesca, isso abre", diz
o engenheiro do INPE.
Fonte: Jornal O Folha de São Paulo via NOTIMP da FAB -
http://www.fab.mil.br/
Comentário: De toda matéria o que mais me chamou a atenção foi à
estimativa feita pelo Dr. Durão de que com apenas US$ 10 milhões talvez seja possível à
realização de uma missão lunar através de um cubesat. Em minha opinião esta estimativa é ousada, mas não podemos esquecer de que os mais exitosos programas espaciais do mundo marcaram suas atividades
justamente pela ousadia empregada por eles em suas missões. Inclusive estou
ciente de uma iniciativa em curso que envolve pesquisadores do INPE e de outras
instituições onde uma missão como essa se encaixaria como uma luva (isto é,
caso seja exitosa), não só tecnologicamente e cientificamente falando, mas principalmente
na melhora significativa da imagem do PEB junto a Sociedade Brasileira e da
Comunidade Espacial Internacional. Dr. Durão, fique atento.
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