Brasil Lançou 80 Veículos Espaciais em 10 Anos; Confira Entrevista Com Diretor do CLA
Olá leitor!
Segue abaixo uma interessante entrevista com o diretor do
Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), Coronel Engenheiro César Demétrio Santos
e com o Coronel Aviador Avandelino Santana Júnior, chefe da Subdiretoria de
Espaço do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), postada dia
(04/02) no blog “Ceará Científico” do jornal Diário do Nordeste.
Duda Falcão
Desenvolvimento Científico, Exploração Espacial
Brasil Lançou 80 Veículos Espaciais em 10 Anos;
Confira Entrevista Com Diretor do CLA
Adriano Queiroz
Publicado em 04/02/2014 -
23:12
Foto: Douglas Júnior / Blog Brazilian Space
Para o Coronel Engenheiro César Demétrio
Santos, país
precisa apostar no tripé
governo/indústria/pesquisadores
para alavancar seu
programa espacial.
|
Pouca
gente sabe, mas em média o Brasil lançou um foguete ao espaço a cada 46 dias
nos últimos 10 anos. O feito fica ainda mais impressionante quando se considera
um investimento para o setor aeroespacial que representa apenas pouco mais de
0,01% do Orçamento da União.
Mas
talvez seja mais difícil acreditar nesse resultado quando se lembra que no dia
22 de agosto de 2003, uma explosão na principal base de lançamento de foguetes
do país, o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) matou 21 dos mais brilhantes
técnicos e cientistas brasileiros ligados à tecnologia de construção e
lançamento de veículos espaciais, além de interromper o mais audacioso projeto
nacional na área, o VLS (Veículo Lançador de Satélites).
Para
tentar entender como foi possível essa proeza e quais os principais projetos em
andamento e dando prosseguimento à série sobre o Programa Espacial Brasileiro, o Blog
Ceará Científico, entrevistou o diretor do CLA, o Coronel Engenheiro César
Demétrio Santos e também o Coronel Aviador Avandelino Santana Júnior, Chefe da
Subdiretoria de Espaço do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE).
Confira
a entrevista:
Blog Ceará Científico - Quando
o Centro de Lançamento de Alcântara deve retomar o ritmo que tinha antes do
acidente de 2003? Que atividades estão sendo desenvolvidas hoje?
Coronel Engenheiro César Demétrio Santos - Mesmo após o acidente de 2003,
o CLA não diminuiu o ritmo das atividades de lançamentos. O que ocorreu foi uma
revisão geral de todos os procedimentos e do próprio projeto do Veículo
Lançador de Satélites (VLS). Contudo, no ano seguinte os lançamentos foram
retomados com o foguete suborbital SBAT-70 durante a Operação Gaivota VI. Desde
aquele ano, somente no Centro de Lançamento de Alcântara foram lançados 80
veículos espaciais, entre foguetes de sondagem para realização de estudos e
pesquisas com experimentos no espaço e foguetes de treinamento para testar e
verificar os equipamentos e capacitar as equipes. Boa parte desses
lançamentos permitiu aos nossos cientistas e pesquisadores desenvolverem
estudos e pesquisas no espaço e que foram revertidos em uma série de benefícios
para o Brasil. Exemplos são os estudos em biotecnologia e nanotecnologia
referente ao comportamento de enzimas e nanotubos de carbono em ambiente de
microgravidade, ou ainda as pesquisas de nossas universidades e institutos de
pesquisa a exemplo do GPS Espacial em desenvolvimento pela UFRN. O sucesso no
exterior do VSB-30 deve-se em boa medida aos lançamentos de qualificação
realizados no CLA. Só para situar, seu primeiro voo ocorreu em Alcântara no ano
de 2004 durante a Operação Cajuana. O veículo já rendeu mais de 2,8 milhões de euros
ao Brasil e tem sido lançado em países como Austrália, Noruega e Suécia, além
de ser o primeiro foguete brasileiro totalmente certificado. Os lançamentos
realizados em Alcântara movimentam a indústria aeroespacial do país, setor
responsável por empregar milhares de pessoas. Toda a cadeia
(pesquisadores/desenvolvedores, fornecedores, governo) é beneficiada em cada
lançamento que é a etapa final do processo. Além disso, boa parte da
mão-de-obra do setor aeroespacial é capacitada e adquire conhecimentos a partir
dos lançamentos realizados pelo CLA.
BCC - Como
está o desenvolvimento do VLM-1? Qual a previsão de lançamento?
Coronel Aviador Avandelino Santana Júnior - O Veículo Lançador de
Microsatélites (VLM-1) é um foguete destinado ao lançamento de cargas úteis de
até 150 kg( microssatélites, nanossatélites e picossatélites) em órbitas
equatoriais, polares ou de reentrada. Sua configuração básica é composta por
três estágios a propelente sólido: dois com motores S50 de 11 toneladas de
propelente sólido e um estágio orbitalizador com o motor S44 (idêntico ao 4º
estágio do VLS-1). Essa configuração foi escolhida para atender à missão de
levar ao espaço a carga útil alemã SHEFEX 3, experimento que pretende realizar
uma reentrada controlada e ser recuperado no mar. Por essa razão, o
desenvolvimento do VLM-1 está sendo realizado em parceria com o DLR.
Atualmente, diversos estudos de concepção, análises de viabilidade e ensaios já
foram executados, incluindo a fabricação de modelos de engenharia do envelope
motor em fibra de carbono e do sistema de atuação das tubeiras dos motores S50,
bem como tiros em banco com motores testes para avaliar a proteção térmica
interna do motor S50, além de verificar o desgaste das tubeiras. Um dos
principais objetivos desse projeto é a participação da indústria nacional desde
a fase de concepção até a operação de lançamento. Entretanto, devido às
restrições de recursos financeiros, que tem sido insuficientes para contratar
na indústria nacional o desenvolvimento dos motores no que concerne ao envelope
motor e ao próprio carregamento de propelentes, além da eletrônica de bordo, o
desenvolvimento acaba sofrendo constantes ajustes e alterações de cronograma, o
que pode levar ao risco de não atender ao prazo de lançar o experimento alemão
em 2016, tal como planejado.
BCC - Em
termos de percentual relativo do PIB, o Programa Espacial Brasileiro destina
dez vezes menos recursos que a Índia e 30 vezes menos que os EUA, segundo
levantamento? Porque isso acontece? A falta de verbas por si só explica a
diferença entre os programas espaciais desses países ou há como driblar a
escassez de dinheiro e alavancar o setor aeroespacial no País?
CECDS - De fato é uma realidade nossa
defasagem em termos de recursos orçamentários destinados ao Programa Espacial
se comparado a países como os EUA e da própria Índia, que a exemplo do Brasil
compõe o BRIC. Esses mesmos países desde os primórdios da Guerra Fria tiveram
uma alavancada de recursos governamentais destinados aos seus programas
espaciais que possibilitou um maior desenvolvimento de todo setor aeroespacial.
No Brasil, os investimentos governamentais nas décadas pós II Guerra Mundial
foram mais fortemente destinados aos setores de infraestrutura e outras áreas
como a indústria pesada ou de bens de produção (mineração, petróleo). Foi uma
opção que o país adotou e não podemos dizer que tenha sido uma escolha
incorreta, mas sim aquilo que os dirigentes da época vislumbravam como
prioridade de momento. O que acontece é que com os investimentos governamentais
destinados ao setor aeroespacial naqueles países toda uma estrutura propícia
foi ali criada desde a formação de capital humano, passando por investimentos
da iniciativa privada e um crescente desenvolvimento científico-tecnológico. No
Brasil tal situação ocorre mais tardiamente, sobretudo a partir da criação da
Agência Espacial Brasileira (AEB) no ano de 1994, quando maiores volumes de
investimento governamental passaram a ser destinados à atividade espacial. Para
alavancar o setor aeroespacial no país faz-se necessário além de investimentos
governamentais contínuos uma ampla interação com a indústria e os institutos de
pesquisa como ocorreu/ocorre nos países que hoje se encontram na vanguarda da
tecnologia aeroespacial.
BCC - Até
que ponto, o crescimento econômico vertiginoso de Índia e China estão
relacionados ao seu poderio aeroespacial? O Brasil pode se inspirar nesses
países? E quais as implicações militares e geopolíticas que um programa
espacial forte poderia trazer ao Brasil?
CECDS - O setor
aeroespacial não pode ser apontado como único elemento relacionado ao
crescimento econômico observado na Índia e na China. Existem muitas outras
variáveis que elevam os índices macroeconômicos daqueles países (exportações,
baixo custo de produção, incentivos fiscais). Lógico que se você investe no
setor aeroespacial, se quisermos pensar de maneira mais ampla em atividades que
adotem mais intensamente ciência e tecnologia, tem-se produtos e serviços com
maior valor agregado, consequentemente reduzindo-se a dependência por
commodities. Certamente o Brasil pode se inspirar nesses países, mas pra isso
envolve ajustes conjunturais e readequação do modelo macroeconômico atual. Um
programa espacial forte nos propicia garantir maior segurança na proteção de
nosso território por meio de satélites próprios e é uma sinalização para outros
países de nosso poderio, embora nosso Programa Espacial Brasileiro tenha
essencialmente fins pacíficos. Uma simples associação que podemos inferir é a
dos países que compõem o Conselho de Segurança da ONU como membros permanentes,
a que tanto tempo o Brasil pleiteia. Embora não seja um fator único e
exclusivo, todos eles – membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU –
são grandes potências na área espacial.
BCC
– Alguns
países como os EUA estão abrindo espaço para a exploração civil e privada do
setor aeroespacial? Qual a sua avaliação dessa perspectiva? O CLA defende
exclusividade nesse segmento ou estaria aberto a parcerias com a iniciativa
privada?
CECDS - Minha avaliação
é que o setor aeroespacial exige cifras consideráveis de recursos para seu
amplo desenvolvimento o que se pode fazer hoje em dia por meio de parcerias
intergovernamentais e com a própria iniciativa privada. Enquanto Diretor do
Centro de Lançamento de Alcântara defendo o que for melhor para o
desenvolvimento de nosso setor aeroespacial, e isso passa pelo incremento das
parcerias internacionais e com a iniciativa privada desde que haja uma
regulação eficiente e que cada ente envolvido cumpra com as responsabilidades
acordadas. Contudo, tal decisão envolve níveis decisórios superiores como o
alto comando da Aeronáutica, ministérios, Congresso Nacional e a Presidência da
República, além de uma ampla discussão com toda sociedade.
BCC - O
que faltou ao longo dos anos e o que deve ser feito nas próximas décadas para o
Brasil diminuir o atraso em relação às potências espaciais?
CECDS - Acredito que a tríade
governo, indústria e centros de pesquisa é o que precisa ser melhor trabalhado
para desenvolvermos o setor aeroespacial no país.
BCC – A
questão fundiária no entorno do CLA está resolvida? Há algum outro tipo de
obstáculo para a aceleração das atividades do centro?
CECDS - Existe uma área de
8.713 hectares na península de Alcântara que hoje é destinada à atividades
exclusivas do CLA. Contudo, vislumbrando futuramente a expansão operacional do
Centro com a construção de outros sítios de lançamentos, o Comando da
Aeronáutica pleiteou uma área de mais 12.000 hectares junto aos órgãos de
administração fundiária. O processo encontra-se desde 2010 em análise junto à
Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal (CCAF). Para que
possamos trabalhar com os sucessores do VLS, veículos de maior porte ou mesmo
acrescentar outros veículos aos serviços de lançamento do CLA, será necessário
a instalação de outros sítios, pois cada veículo demanda uma plataforma de
lançamentos específica. Logo para que possamos futuramente desenvolver mais as
atividades no CLA e consequentemente o setor aeroespacial no país faz-se
necessário a expansão da atual área operacional da unidade da Força Aérea. Esse
é um ponto primordial, haja visto que todos os grandes projetos envolvendo
veículos lançadores conforme o cronograma previsto no Programa Nacional de
Atividades Espaciais (PNAE) passam invariavelmente pelo CLA.
Fonte: Blog do “Ceará Científico“ - 04/02/2014 - http://blogs.diariodonordeste.com.br/cearacientifico
Comentário: Bom leitor tá aí a entrevista com o diretor do
CLA e com o Cel. Santana Jr., talvez o maior especialista brasileiro em
propulsão líquida em atividade no país. Como já estava desconfiado, a previsão
de lançamento do SHEFEX III em 2016 pelo VLM-1 está ameaçada de não mais
acontecer, já que se o prazo acertado com os alemães não for cumprido, certamente
eles buscarão outra alternativa no mercado internacional. É lamentável que a
falta de atitude e o claro boicote empreendido pelos energúmenos do Governo
DILMA ROUSSEFF criem dificuldades para mais essa possibilidade do PEB realizar
algo de grande significado e de grande repercussão internacional. Vale lembrar
que o lançamento do SHEFEX III está previsto para ser realizado pelo VLM-1 de
Alcântara, o que certamente atrairia a atenção da mídia internacional.
Entretanto fica claro mais uma vez que esses energúmenos estão fazendo de tudo
para atrapalhar o desenvolvimento dos veículos lançadores de satélites
nacionais, ao mesmo tempo em que estimulam que esse trambolho tóxico ucraniano
venha se beneficiar lançando cargas brasileiras para o qual não foi
desenvolvido, e assim tomar conta do mercado no país e justificar não só esse desastroso acordo, como também o não
investimento nos projetos espaciais nacionais. A maneira comedida em que esses
dois grandes profissionais da Aeronáutica colocam suas opiniões é justificável
pela posição em que se encontram como subordinados do governo, mas a verdade é
que algo precisa ser feito para impedir que o boicote empreendido pelo governo
dessa presidetA petista debiloide, inconsequente e irresponsável impeça o nosso
desenvolvimento espacial e o sonho dos pioneiros de transformar o Brasil num
pais de vanguarda. Faça sua parte, participe assinando e divulgando as nossas
campanhas. Aproveitamos para agradecer ao Dr. Waldemar Castro Leite e a um leitor anônimo que nos enviaram essa
entrevista.
" O PREÇO DA LIBERDADE DEMOCRÁTICA.....ESTÁ MORRRRRENDO"
ResponderExcluirO que está acontecendo no Brasil, praticada pelos guer......, vítimas de suas própias ideologias loucas e desvairadas, é de extrema loucura , arrogância e atrevimento, contra o nossos patrimônios e riquezas.
Basta a porca apertar além dos limites de torque, e seus reflexos incidem nos objetivos diretos da ORDEM E PROGRESSO, objetivos do nosso sofrível PEB, e de outras necessidades cruciais e prioritárias, a resultante contundente, são o COLAPSO TOTAL da Ciência e da SOCIDADE. Já está acontecendo lentamente!.
A maioria dos brasileiros, pela sua grandiosa bondade, inclusive a dos militares, deixaram que esses fanáticos que cultuam e veneram o Marxista-Leninista (Socialista -PC), deixaram sorrateiramente se INFILTRARE-SE no seio da DEMOCRACIA DO BRASIL. E agora estamos pagando um preço muito caro! fruto das nossas incompetências em frente as URNAS e do ESQUECIMENTO das Histórias de TERROR, praticadas por esses ilustres INCUBADOS "CAMARADAS e HERMAOS" patriotas amáveis de JOSEPH STALIN.
O Espelho da bola de cristal de cada um dos elementos cintilam as proezas de: Hugo Chaves da (Venezuela), Idi Amim da (Uganda), Kim Jong-Il da (Coreia do Norte); Yahya Jammeh de ( Gâmbia); Muammar Gaddafi da ( Líbia); Than Shwe de (Miammar); Rei abdullah da (Arábia Saudita); Omar Hassan do ( Sudão); Ben ali da (Tunísia); Ale Ksanne Lukashenko de (Belarus); Benito Mussolini da (Itália); Adolf Hitler da (Alemanha); Francisco Franco da (Espanha); Mao Zedorg da (China); Francis "Papa Doc" do (Haiti); Kim Sung da (Coreia do Norte); Augusto Pinochet do (Chile); Nicolae Ceausescu da (Romênia); Saddam Hussein do (Iraque); querem mais! ..............Abdoulaye Wade do (Senegal), acho melhor para por aqui!
Eles falam em realizações em prol da demagogia, investimentos superfaturados, acordos além das estrelas, exemplo disso, com um país que se encontram em constantes atritos políticos, é o caso da Ucrânia, com a implantação da ACS Laranja .
O caminho nem sempre é fácil para encontrá-la, muitas vezes, é torturante para nós brasileiros, busca pela felicidade que está sendo roubada pelos NÃO BRASILEIROS. A verdadeira felicidade e bem estar é uma necessidade social coletiva, antes de ser pessoal, muitas das vezes já estamos próximos a ela, mas não há percebemos. Em compensação sinto alegria pelas proezas e realizações do INPE, entusiasmos pelas conquistas do IAE, exemplos de interações e afinidade das equipes da EMBRAER, capacitância dos futuros engenheiros do ITA, mesmos assim não somos reconhecidos como tal, por esses indivíduos fantasmas, que se escondem á sombra da nossa BANDEIRA.
Muitos temem os "CARAS PINTADAS" . Entenda-mos que já chegou a hora de mudança da cultura social. É hora de VOTAR CERTO, é o momento de não deixarmos a soberania da democracia.....MORRER".