SGDC Será Usado como Modelo para Absorção Tecnológica
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada dia (23/01) no site
“TELETIME” destacando que segundo a Agência Espacial Brasileira (AEB) o projeto do “Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC)” será usado como modelo para absorção tecnológica em outros projetos.
Duda Falcão
SATÉLITE
SGDC Será Usado como Modelo para Absorção
Tecnológica em
Outros Projetos, diz AEB
Helton Posseti
Quarta-feira, 23 de janeiro de 2013, 17h07
A Agência Espacial
Brasileira (AEB) divulgou no último dia 21 o novo Programa Nacional de
Atividades Espaciais (PNAE), documento que estabelece as diretrizes e ações do
Programa Espacial Brasileiro entre 2012 e 2021. No novo PNAE, o aumento
da participação da indústria nacional e a implantação de um programa de domínio
de tecnologias críticas são as principais metas. Além disso, o documento traz
os prazos para a conclusão dos projetos da área e aponta para a criação de um
Conselho Nacional de Política Espacial, conduzido diretamente pela Presidência
da República para liderar a gestão do Programa Espacial Brasileiro.
A criação do conselho está entre as "diretrizes
estratégicas" do programa e tem o objetivo de "promover maior
integração do sistema de governança das atividades espaciais, por meio do
aumento da sinergia e efetividade das ações entre os seus principais
atores". A reestruturação da governança do Programa Espacial Brasileiro é
a principal bandeira do ministro da Ciência,
Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp. Por vezes, a falta de interação
entre os diversos órgãos ligados à área (alguns civis e outros militares) é
apontada como razão para o ritmo lento em que avança o programa.
O relatório fala também da necessidade de uma "Lei
Geral das Atividades Espaciais", com normas que atendam aos padrões
internacionais em matéria de segurança espacial, qualidade e acordos e
contratos de aceitação universal.
Em relação ao estímulo à indústria brasileira, o modelo
usado no Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC)
em que haverá a absorção de tecnologias não dominadas pelo Brasil será aplicado
em outros projetos.
"Há que ampliar a participação da nossa indústria na
manufatura de foguetes e satélites, que tem consumido entre 30% e 35% (cerca de
R$ 102 milhões, em 2011) dos dispêndios anuais com o nosso programa espacial.
Os projetos governamentais devem mobilizar mais profundamente a indústria. Esse
caminho será ampliado ainda mais pelo projeto do Satélite Geoestacionário de
Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), a ser construído por empresa
resultante da união de esforços da Telebrás e da Embraer Defesa. O modelo
deverá ser aplicado a outras grandes demandas espaciais do País", diz o
documento.
O PNAE também oficializa o atraso no lançamento do CBERS
3, cuja previsão inicial era para 2010, depois foi adiado para 2012 e agora o
novo prazo é 2013. O relatório não menciona a razão do adiamento, mas, como já
noticiado na imprensa, foi identificada uma falha em um dos componentes. Ainda
em 2013, o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), localizado em Alcântara
(MA), deverá ficar pronto para os lançamentos do VLS e do Cyclone-4.
Para concretizar todas as propostas previstas no PNAE, o
País precisa de aproximadamente R$ 9,1 bilhões, sendo 47% destinados aos
projetos de missões satelitais, 17% para projetos de acesso ao espaço, 26% para
a infraestrutura espacial e 10% para outros projetos especiais e
complementares.
Fonte: Site TELETIME - http://www.teletime.com.br/
Comentário: Bom leitor, quanto ao novo PNAE, farei uma
analise mais profunda desse documento mais tarde, quando uma cópia do mesmo
chegar a minhas mãos, pois pela net essa operação (pelo menos para mim) é bem
desgastante e eu prefiro fazer com calma tendo o documento em mãos. Vale dizer
que como os anteriores o novo PNAE é fruto de um esforço da comunidade
científica visando dar uma direção ao nosso programa espacial, disso não tenho dúvida.
Entretanto, inicialmente sem ainda querer entrar nos méritos ou não do seu conteúdo,
posso afirmar que o mesmo começou mal, já que chegou com um ano de atraso. Além
disso, é preciso que se entenda que seja qual for o documento, PNAE, END, PNDAE
entre outros, o mesmo só será efetivo se o seu articulador tiver o compromisso necessário para
que os seus agentes executores possam colocar em ação o que está previsto nesses
documentos, caso contrario esses documentos não servirão nem mesmo como papel higiênico.
Dito isso, gostaria de aproveitar a oportunidade e citar aqui a recente
reportagem da revista T&D sobre o PEB. A reportagem em si, apesar de ser
muito bem conduzida não apresentou nada de novo, a não ser a informação positiva
de que no projeto do VLM-1 a Alemanha participará em áreas como engenharia de sistemas, sistemas de controle
e atuadores, além de participarem com 25% nos custos de desenvolvimento, estimados
em R$100 milhões. Essa notícia nos trás a esperança de que pelo menos no
projeto do VLM-1 já teremos garantidos esses recursos, e se não houver um total
boicote do governo DILMA ROUSSEFF, esse lançador sairá do papel. E aí restará à
pergunta: Para que? Só para atender ao lançamento do SHEFEX III e de satélites brasileiros
que nunca ficam prontos? É preciso se fazer uma reflexão sobre isso, pois veículos
lançadores não são foguetes de sondagem e precisam ser acompanhados por uma logística
muito bem elaborada, pois sem cargas úteis para os seus lançamentos eles perdem
o sentido. Sem uma demanda que justifique o seu desenvolvimento, o mesmo não se
sustentará. Entretanto, como há o envolvimento do DLR no projeto, existe a expectativa de que mesmo que não haja demanda no país, haverá na Europa e em outros países, e
a prova disso é o excelente trabalho que o DLR-MORABA já realiza com os foguetes
de sondagens brasileiros. A AEB, por exemplo, poderia seguir o modelo americano antecipando-se e oferecendo o foguete para nações latino-americanos, ou não poderia? Só uma reflexão.
Quanto a reportagem, ela parece somente fazer publicidade ao plano do governo para algo que os especialistas já disseram ser dificil fazer com eficiencia - assimilar a tecnologia transferida a ponto de conseguir contruir o SGDC até 2014.
ResponderExcluirQuanto ao governo precisar dar 9,1 bilhões ao PEB... prefiro nem comentar.
Pelo menos o mercado internacional para o nosso VLM parece estar aquecido. O problema é o Cyclone-4, que como explicado na nota poderá não ter nenhuma utilidade sem a conclusão dos satélites nacionais. O Cyclone pode-se limitar a talvez 1 lançamento por ano se as coisas continuarem como estão, e não há noticias de agendamento e interesse internacional para a utilização desse veículo. Isso demonstra que a empresa parece caminhar para a falência certa, e parece que pode levar o PEB junto se o governo persistir em dar viabilidade a essa empresa em detrimento dos projetos genuinamente nacionais.
É como o Duda vive dizendo...
ResponderExcluirEsse Cyclone-4 não é pequeno o suficiente para atender aos pequenos satélites genuinamente nacionais que podemos desenvolver, e nem grande o suficiente para ser competitivo no mercado de satélites de grande porte.
Ou seja, além de poluir o nosso meio ambiente, ele não tem nenhuma outra serventia, visto que não há transferência de tecnologia (ainda bem diga-se de passagem), ele só está servindo a mais algum interesse escuso de "escoar" o nosso precioso dinheiro de impostos para algumas empreiteiras (de companheiros), e daqui a pouco, tudo vai ser paralisado por falta de verbas.
E daqui a uns 10 ou 20 anos, vai passar no fantástico, um canteiro de obras abandonado ao fundo, e alguém dizendo: "olha, aqui foram gastos tantos milhões de reais e nenhum foguete sequer foi colocado na plataforma de lançamento".
Espero não estar vivo até lá, mas se estiver, vou dizer: "EU JÁ SABIA !".
Olha o resultado da última medida da Sra PresidentA.
ResponderExcluirCONTA DE LUZ BARATINHA, VAI CUSTAR APENAS R$ 21 BILHÕES
Senhoras e Senhores, apertem os cintos, pois estamos entrando numa área muito nebulosa sem perspectivas de sair dela ilesos.
Perdão, R$ 21 BILHÕES, é apenas o que o governo vai desembolsar para para as compensações às empresas de energia elétrica que ficaram impedidas por esse decreto de amortizar os seus investimentos via cobrança de tarifa.
ExcluirIsso, com mais os R$ 8,4 BILHÕES destinados à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), nos leva a módica quantia de cerca de R$ 30 BILHÕES !!!
Mas tudo bem, num "governo" que arranca de nós alguns TRILHÕES todos os anos, tá tudo certo.
Att.