Olimp. e Jornada Espacial Aproxi. Estud. da Pesq. Científica
Olá leitor!
Segue abaixo a nota postada hoje (15/01) no site da Força
Aérea Brasileira (FAB) destacando que Olimpíada e Jornada Espacial aproximam
estudantes da pesquisa científica.
Duda Falcão
ESPAÇO
Olimpíada e Jornada Espacial Aproximam
Estudantes da Pesquisa Científica
DCTA
15/01/2013 - 13h14
A história do cearense
Ricardo Oliveira tinha todos os ingredientes para ser igual à de milhares de
pessoas que desistiram de um sonho. Filho de agricultores, nasceu com
amiotrofia espinhal, doença genética que limita os movimentos. Alfabetizado em
casa pela mãe, somente aos 17 anos ingressou na 5ª série do Ensino Fundamental
e não tardou para o jovem dar sinais da sua força de vontade: conquistou quatro
medalhas na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica, premiação que o
credenciou a participar da Jornada Espacial, evento realizado anualmente pela
Agência Espacial Brasileira (AEB) em parceria com o Departamento de Ciência e
Tecnologia Aeroespacial (DCTA). “Realizar eventos que despertem nos jovens o
interesse pela área espacial é como iluminar (ainda que com uma lanterna) os
caminhos alternativos que eles têm ao seu dispor”, explica José Bezerra Filho,
um dos mentores do projeto.
Casos como o do cearense
Ricardo Oliveira mostram como a determinação é elemento essencial para
transformar vidas e que a realização de eventos que sirvam como palco para
jovens talentos mostrarem suas habilidades é imprescindível. Criada em 2005, a
Jornada Espacial dá oportunidade aos alunos com melhores desempenhos na
Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica de conhecer o universo da
tecnologia aeroespacial e ter contato direto com profissionais que atuam na
área. O sucesso do evento reflete-se nas marcas alcançadas: ao todo, 444 alunos
dos 26 estados brasileiros participaram das oito edições realizadas até agora.
Desses, 169 são oriundos de escolas públicas. “É imperativo mostrar aos jovens
que existe um Brasil e brasileiros que não aparecem nas revistas semanais, nem
no noticiário televisivo, mas que fazem uma diferença enorme para o bem desse
país”, explica Bezerra.
Exemplos positivos que
brotaram da Jornada Espacial não param por aí. A estudante Indhyara Dhânddara,
17 anos, tornou-se a primeira aluna do pequeno município de Paraupebas, no
Pará, a participar – e sair vitoriosa – de um torneio com enfoque nas questões
espaciais. Entre um acesso e outro ao facebook, rede social que frequenta
assiduamente, Indhyara relembra a experiência gratificante que foi participar
da Jornada Espacial, conhecer o DCTA e assistir à palestra do astronauta Marcos
Pontes, do qual se intitula fã de carteirinha. “Cada palestra fazia com que meu
interesse só aumentasse. Os professores e doutores que tive contato foram
grandes exemplos de onde se pode chegar com estudo e trabalho”, revela a jovem,
que tem como espelho nos estudos a mãe, Nubethânia Matos, aprovada em 2º lugar
na primeira turma do curso de Direito da Universidade Federal do Pará (UFPA).
Após participar da
Jornada Espacial e conhecer as dependências do DCTA, Indhyara descobriu um novo
mundo, do qual ela não quer mais se afastar. “Antes da Jornada, eu não sabia
ainda que carreira profissional seguir. Acredito que o evento cumpriu seu papel
na minha vida. Talvez eu nunca tivesse descoberto esse interesse ou possibilidade
de trabalhar para o Brasil se não fosse esse evento”, acrescenta a estudante,
que agora sonha em ingressar no curso de Engenharia Aeroespacial do Instituto
Tecnológico de Aeronáutica (ITA), lugar ao qual se refere, encantada, como
“templo do conhecimento”.
Eventos como a Jornada
Espacial objetivam plantar a primeira semente em busca da conscientização no
que toca à área espacial e, como consequência, ajudam na formação de futuros
profissionais. Esse foi o caso de Danilo José Franzim Miranda, que participava,
em 2005, da primeira edição do projeto. Então aluno do primeiro ano do ensino
médio do Colégio Militar de Brasília, Danilo voltou à jornada também no ano
seguinte. Na oportunidade, desenvolveu um foguete, movido a álcool, feito de
garrafa PET com as bases de PVC. “Considero a área espacial a verdadeira
fronteira do conhecimento do ser humano, é o que mais comove o meu coração”,
disse ele à época, dando prenúncio do que mais tarde estava por vir. Em 2008,
Danilo ingressou na 1ª turma de Engenharia Aeroespacial do ITA, curso que
concluiu em 2012 com um trabalho sobre o Veículo Lançador de Satélites (VLS). A
semente plantada lá atrás, em 2005, na primeira edição da Jornada Espacial,
trouxe bons frutos à sociedade: Danilo hoje é engenheiro da Visiona, empresa
nascida a partir de uma parceria entre a Telebrás e Embraer, que será
responsável pelo lançamento do primeiro satélite geoestacionário brasileiro.
A realização de eventos
como a Olimpíada Brasileira de Astronomia e a Jornada Espacial, que servem
de plataforma para que jovens como Ricardo, Indhyara e Danilo aprimorem seus
interesses sobre foguetes, satélites e aplicações, temáticas ainda pouco
conhecidas pela sociedade em geral, significa um importante passo para a
valorização dos talentos brasileiros – coisa que países emergentes como China e
Índia já têm se empenhado em fazer.
Para José Bezerra Filho,
os projetos voltados à área educacional aos quais é ligado se justificam por
mostrar aos estudantes que existe um caminho a trilhar dentro do Brasil: “temos
o dever para com o país de levantarmos a bandeira do conhecimento. No fundo, no
fundo, eu sinto a obrigação de fazer o que faço”.
Fonte: Site da Força
Aérea Brasileira (FAB)
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