ITA Vai Trazer Professores Para Dentro do Campus
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria publicada hoje (17/03) no Jornal
Valor Econômico e postado no site da Força Aérea Brasileira (FAB), destacando que
o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) vai trazer professores para dentro
do campus.
Duda Falcão
ITA Vai Trazer Professores
Para Dentro do Campus
Por Virgínia Silveira
17/03/2016
O projeto de expansão do Instituto Tecnológico de
Aeronáutica (ITA) para os próximos quatro anos vai além de dobrar o número de
vagas para alunos (120 para 240) e professores. A intenção é retomar o conceito
de professor residente no campus, um modelo implementado na década de 50 pelo
americano Richard Smith, primeiro reitor da escola.
A ideia na época, segundo conta o ex-aluno Ozires Silva,
era seguir o modelo praticado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts
(MIT), onde Smith era professor antes de ser contratado como responsável pelo
plano de desenvolvimento do ensino da engenharia aeronáutica no Brasil.
"Essa foi uma medida importante para o sucesso do
ITA", afirma Silva, ex-presidente da Embraer, atual reitor da Unimonte e
presidente do conselho de administração do grupo Anima Educação.
"A proximidade entre alunos e professores de alto
nível intelectual, propiciada por um ambiente escolar de qualidade, mas também
interativo e humano, ajuda a explicar a presença expressiva de líderes
empresariais e acadêmicos formados na escola e que estão atuando no Brasil e no
mundo", diz o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE),
Leonel Perondi.
As atividades sociais desenvolvidas no ITA com grande
participação dos professores, segundo o diretor, deram a ele a oportunidade de
ir além da formação técnica e de aprender a interagir de forma mais positiva
nos trabalhos em equipe.
Ainda hoje os professores do ITA assumem a função de
"conselheiro" de um grupo de cinco ou seis alunos, para ajudá-los a
resolver problemas acadêmicos ou pessoais. A missão é orientar os estudantes
durante sua trajetória escolar, considerando que a maioria vive distante das
famílias.
Como o curso de graduação do ITA é em tempo integral,
todos os 700 alunos residem no alojamento da escola (conhecido como H8), que
também oferece alimentação. Aqueles que optam pela carreira de engenheiro
militar, além de morar no campus, são remunerados durante os estudos.
No momento, estão sendo construídas mais 360 residências
para os professores e suas famílias. São apartamentos com tamanhos que variam
de 50 a 131 metros quadrados. "Além de otimizar o tempo do professor,
queremos proporcionar a ele um ambiente seguro e com maior interação com os
alunos", comentou. Na consulta feita com os atuais professores, segundo
Correia, a maioria afirmou que prefere morar dentro da escola.
O ITA possui atualmente 139 professores (90% possuem
doutorado), mas a meta é chegar a 300 até 2020. "Para este ano a
prioridade é contratar 60 professores, mas esse número irá apenas repor os que
estão se aposentando", disse. As novas instalações, segundo o reitor
Anderson Ribeiro Correia, facilitarão a implementação de um modelo de ensino
mais próximo ao que existiu no passado.
Walter Schalka, presidente da Suzano Papel e Celulose,
foi da turma de 82 do ITA. Ele lembra que a aproximação com os docentes naquele
período não acontecia apenas para resolver questões técnicas.
"Falávamos da vida, da carreira, jogávamos vôlei e
basquete juntos e também recebíamos dicas valiosas de como equilibrar o
sentimento de rebeldia com a necessidade de uma mudança política", diz.
O engenheiro aeronáutico Conrado Engel, hoje
vice-presidente sênior de varejo do Santander, diz que essa relação com os
professores do ITA e também com os colegas residentes foi muito importante em
sua trajetória profissional. "Às vezes eu ia até a casa dos professores
nos fins de semana para tirar dúvidas sobre exercícios ou para pedir alguma
orientação", diz o executivo, que na época de estudante só visitava a
família, em Santa Catarina, nas férias.
O presidente da Suzano destaca que o convívio intenso com
pessoas de QI elevado e de classes sociais e origens diversas também estimulava
os debates, o que aumentava a capacidade analítica dos alunos, em um clima de
desafio constante. "Essa capacidade de raciocinar, de questionar e de
tentar resolver problemas eu tento levar o tempo todo para minha equipe na
empresa e para o momento que estamos vivendo na política e na economia",
diz.
O vice-presidente do Santander acredita que essas
habilidades são desenvolvidas desde muito cedo porque o aluno do ITA aprende a
trabalhar sob pressão, a lidar com as diferenças e a desenvolver trabalhos em
equipe.
O engenheiro chefe da Embraer, Henrique Langenegger,
conta que o alto nível de exigência dos professores do ITA era também uma forma
de o aluno ir além do raciocínio mecânico ao se deparar com um problema.
"Eles forçavam o estudante a pensar em uma solução razoável."
Essa cobrança por um raciocínio lógico no ITA, na opinião
do presidente da Procter & Gamble do Brasil, Alberto Carvalho, ajuda o
aluno a pensar em saídas para as situações com as quais ele vai se deparar ao
longo da vida profissional. "Recentemente tomei a iniciativa de conectar e
promover o networking dos alunos do ITA para alavancar o potencial desse grupo
de altos executivos e grandes profissionais", comenta.
A inquietude, segundo o presidente da Avibras, Sami
Hassuani, sempre foi uma marca dos `iteanos´. "A gente aplicava a máxima
de que não existe problema insolúvel. É só uma questão de tempo, dedicação e
conhecimento", ressalta o executivo, da turma de 83 do ITA, a mesma de
Frederico Fleury Curado, presidente da Embraer.
O presidente da Capes, Carlos Nobre, lembra que a taxa de
desistência de alunos de graduação do ITA é a mais baixa entre todas as escolas
de engenharia de universidades do Brasil. "Dos 111 alunos da minha turma
inicial, 106 se formaram juntos", comenta o presidente da Avibras.
Fonte:
Site da Força Aérea Brasileira (FAB) - http://www.fab.mil.br
Comentário: Pois justamente são coisas como estas que eu não entendo, e que nos coloca na situação de país de merda que nos encontramos. Se este
modelo já era utilizado com êxito desde a fundação do instituto, por que mudou?
Porque um Engenheiro Aeronáutico altamente qualificado está trabalhando como vice-presidente
sênior de varejo do Santander? E por aí vai, é obvio que está tudo errado e só não enxerga
quem não quer.
Concordo com o Duda.Isso é algo, que sempre considerei errado.Engenheiros altamente qualificados, trabalhando em áreas administrativas , financeiras.Eu arriscaria dizer, que a maioria; (formados no ITA) trabalham em áreas não tecnológicas / científicas.
ResponderExcluirFracaso el proyecto. Si termina en una papelera.
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