Motor Iônico Permite ir a Marte e Voltar Sem Reabastecer

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria postada dia (11/01) no site “Inovação Tecnológica”, destacando que Motor Iônico permitirá ir a Marte e voltar sem reabastecimento.

Duda Falcão

ESPAÇO

Motor Iônico Permite ir a Marte
e Voltar Sem Reabastecer

Redação do Site Inovação Tecnológica
11/01/2016

[Imagem: NASA/GRC]
Teste de um propulsor de íons, com sua característica
emissão azulada de plasma.

Motor Iônico

Os motores iônicos vêm sendo usados em sondas espaciais há alguns anos porque consomem pouco combustível e funcionam por longos períodos.

Embora não sejam bons de arrancada, os motores iônicos fornecem uma aceleração contínua, o que significa que as naves podem alcançar velocidades muito altas, além de viajar a pontos onde a energia solar não é suficiente para as necessidades da nave.

Agora, uma empresa criada por pesquisadores da Universidade de Sidney, na Austrália, a Neumann Space, anunciou a criação de um novo tipo de motor iônico ainda mais eficiente - tão eficiente que seria capaz de levar uma nave a Marte e trazê-la de volta com uma única barra de combustível.

A empresa afirma que o motor poderia ser usado para enviar materiais de suporte à frente da missão tripulada, em naves de carga que poderiam viajar mais lentamente.

Mas a tecnologia também pode ser usada em satélites artificiais, para manterem sua órbita estável.


Motor de Solda

O novo propulsor usa combustível sólido e eletricidade de uma forma que lembra uma máquina de solda.

As máquinas de solda possuem um catodo (negativo) na forma do eletrodo de solda, e um anodo (positivo), geralmente na forma de uma garra que vai presa à peça que será soldada.

Quando a ponta do eletrodo aproxima-se da peça, fecha-se um arco voltaico porque o campo elétrico é forte o suficiente para arrancar elétrons das moléculas de ar, fazendo saltar as fagulhas. O arco faz a eletricidade fluir através do eletrodo, arrancando seus átomos, que fluem pelo plasma rumo à peça, fazendo a solda.

O novo motor funciona exatamente da mesma maneira, com a diferença de que os átomos não são depositados na peça para formar uma solda, mas lançados ao espaço, provendo empuxo, ou seja, empurrando o motor na direção oposta.

[Imagem: Neumann Space]
Diagrama esquemático do novo motor iônico, que funciona
de forma parecida com uma máquina de solda.

Combustível Metálico

O combustível é uma barra metálica - a empresa já testou vários metais, incluindo vanádio, magnésio, titânio, bismuto, molibdênio, e continua fazendo outros testes em busca do melhor combustível.

O anodo é um cilindro oco alinhado no eixo com o catodo, ligeiramente deslocado para a frente, para facilitar a formação do arco.

Assim que a energia é ligada - o motor funciona com uma tensão de 250 volts -, o plasma forma-se em pequenos pontos na superfície do catodo, que é erodido, com o material extraído sendo acelerado por uma câmara de vácuo e ejetado em alta velocidade.

Ainda não há previsão de um teste do novo motor no espaço. Em testes em laboratório, o novo motor iônico bateu o recorde mundial de impulso específico, que pertencia a um motor da NASA chamado Hipep (High Power Electric Propulsion).



Fonte: Site Inovação Tecnológica - http://www.inovacaotecnologica.com.br/

Comentário: Pois é leitor, e pensar que apesar deste caos que se instalou no PEB, o Brasil também vem se aventurando há anos em duas frentes (INPE e UnB) nesta importante pesquisa de vanguarda na área de propulsão iônica. Claro que estas iniciativas se arrastam por anos, não são conduzidas com a velocidade e com comprometimento que deveriam e poderiam, pois não há realmente nem uma cobrança ou encomenda governamental, o que há é um apoio fragmentado e conduzido com má vontade e desinteresse por um programa de nossa Agencia Espacial de Brinquedo (AEB) que atende pelo nome pomposo de “PROGRAMA UNIESPAÇO”. Vale lembrar leitor que apesar disto, tanto o INPE como a UnB, já trabalham tendo como objetivo testar em voo os seus propulsores iônicos durante a realização da fantástica Missão ASTER, mas para tanto, este projeto terá primeiro que sair do papel. Fala-se também que no próximo nanosatélite do Programa SERPENS da própria AEB, se objetiva testar em voo um desses motores iônicos, porém como este programa tem uma forte participação de universidades de outros países, eu creio que infelizmente este motor terá origem estrangeira, e não da UnB ou do INPE, como se poderia inicialmente imaginar.

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