Foguete Nacional Com Combustível Líquido Está Previsto Ser Lançado Pela Primeira Vez Amanhã em Alcântara
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota publicada hoje (28/08) no site da
Força Aérea Brasileira (FAB), informando sobre a Operação Raposa que se realizará
no dia de amanhã no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).
Duda Falcão
Foguete Nacional Com Combustível
Líquido Está Previsto Ser Lançado
Pela Primeira Vez Amanhã em Alcântara
Publicado: Quinta, 28 de
Agosto de 2014 - 13h03
Última atualização em
Quinta, 28 de Agosto de 2014 - 13h25
Está
previsto para esta sexta-feira (29/8) o lançamento do foguete VS-30 no Centro
de Lançamento de Alcântara (CLA) durante a Operação Raposa. A atividade
coordenada pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), organização
subordinada ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), foi
iniciada no último dia 12 de agosto em Alcântara. O objetivo da operação é
realizar o lançamento do foguete de sondagem VS-30 V13, a partir do CLA,
portando dispositivos embarcados do IAE, da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte (UFRN) e da empresa Orbital Engenharia.
Em seu 13º
vôo, o VS-30 traz como diferencial em sua carga útil o Estágio Propulsivo a
Propelente Líquido (EPL-ME) desenvolvido pela Orbital Engenharia em parceria
com o IAE. Além do combustível líquido da carga útil, o foguete levará um GPS
de aplicação espacial da UFRN e um dispositivo mecânico de segurança concebido
no IAE, denominado Chave Mecânica Acelerométrica (CMA). “Com o sucesso da
operação, novas possibilidades de desenvolvimento de motores foguetes a
propelente líquido são abertas para aplicação em outros veículos aeroespaciais
fabricados no país”, afirma o Coronel Aviador Avandelino Santana Júnior,
Coordenador Geral da Operação Raposa.
A previsão é
que o VS-30 seja lançado no final da tarde de sexta-feira em direção ao Oceano
Atlântico. A Marinha do Brasil (MB) atuará no isolamento do tráfego marítimo e
na comunicação com os navegantes, bem como o Departamento de Controle do Espaço
Aéreo (DECEA) realizará a interdição do tráfego aéreo na região.
CARACTERÍSTICAS
PRINCIPAIS DO FOGUETE VS-30 V13
Comprimento
total: 10,84 metros
Massa total:
1,8 toneladas
Diâmetro (1º
Estágio): 0,557 metros
Diâmetro
(carga útil): 0,438 metros
Experimentos Embarcados:
1) Estágio
Propulsivo a Propelente Líquido (EPL) – Orbital Engenharia e IAE
2) GPS
Espacial – UFRN
3) Chave
Mecânica Acelerométrica – IAE
Fonte: Site da
Força Aérea Brasileira (FAB) - http://www.fab.mil.br
Comentário: Bom leitor está chegando o momento que todos
nós esperávamos desde que o Brasil começou as pesquisas em propulsão líquida no
INPE, ainda no início da década de 90 do século passado. Finalmente teremos a
oportunidade de observar em voo um estágio movido à propulsão líquida inteiramente
desenvolvido no Brasil e de forma exitosa, pelo menos é o que todos nós esperamos.
É verdade que esse feito já deveria ter sido realizado há pelo menos uma
década, mas há que se dizer também que a sua realização neste momento é quase
um milagre, se levarmos em conta os desastrosos governos que o país teve de
conviver desde Fernando Collor de Mello. É preciso dizer também que apesar dessa missão
representar algo de muito positivo para o nosso país e para o PEB, na realidade
esta configuração
atual do foguete não é a ideal para configurar um estágio líquido. Isso porque
o antigo SAMF, ou EPL (Estágio de Propulsão Líquida) como é nomeado agora, foi
dimensionado para trabalhar com o Motor-Foguete Líquido L15 e não com o Motor-Foguete
Líquido L5, que tem apenas 1/3 do empuxo. Dessa forma, o EPL/L5 visa
apenas testar a funcionalidade do estágio e na configuração atual ele não
consegue ainda superar o próprio peso que é de cerca de 800 kg e gera 500 kgf.
Em resumo leitor, o cancelamento do projeto do Motor-Foguete L15 (por falta de
recursos financeiros) e por tabela o do projeto do Foguete de Sondagem VS-15,
prejudicou tremendamente o andamento das pesquisas de propulsão líquida no país,
mesmo o IAE (por razões obvias) não reconhecendo isto publicamente. Enfim, mais
um souvenir do desastroso governo DILMA ROUSSEFF.
Hola,
ResponderExcluir¿Ambas (las dos) etapas del cohete son de combustible líquido? No esta claro.
¿O es la primera etapa de combustible sólido, y la segunda de combustible líquido?
Gracias desde ya.
saludos desde Argentina
Hola Anónimo!
ExcluirPara responder a tu pregunta, no, sólo la segunda etapa del cohete es propulsado por combustible líquido. La primera etapa es un mortor S30 de propulsión sólida.
Saludos desde Brasil
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Mas esse é, com certeza, o nosso maior problema...
ResponderExcluirOs "governos" um atrás do outro, foram criando um país de fantasia, uma economia forte de mentirinha, enquanto eles dizem que por fora é apenas uma marola, por dentro é um tsunami embrulhado num pacotão de programas populistas eleitoreiros.
Enquanto isso, as instituições e pessoas que compõem o PEB não reconhecem publicamente esses descalabros. Em vez de se rebelar contra esse estado de coisas, vão aceitando sempre mais um pouco, mais um pouco e mais um pouco, só pensando no salário no fim do mês e numa aposentadoria diferenciada depois de alguns anos... Até quando?
Então, estamos aqui senhores "cientistas do PEB”, fazendo voar um micro motor que como foi explicado sequer consegue impulsionar seu próprio peso. Motor esse cuja única finalidade prática deveria ser efetuar testes estáticos em terra, e não em voo.
Se eu fosse um cientista envolvido nessa comédia, teria vergonha de participar de uma "missão" desse calibre, e com certeza não me curvaria a “ordens superiores” de levar adiante mais esse desperdício do dinheiro público.
Como bem disse o Duda, mesmo que bem sucedido esse "teste", será apenas um "souvenir". Da incompetência dos governos de um lado e do descaso e imobilismo dos diretamente envolvidos de outro.
É uma completa estupidez.
Isso demonstra que você não tem o menor conhecimento do que fala. Parece um político de oposição em cima de um palanque. Pesquise mais sobre as coisas antes de emitir opiniões sem fundamento algum.
ExcluirEstupidez são estas suas palavras.
A quem interessar possa: seguem os "fundamentos", retirados dos requisitos da "missão" que vai simplesmente acionar um motor que pesa 800 kg e gera 500 kgf.
ExcluirNão sei não, mas acho nem precisa ser um cientista para saber o que vai acontecer...
Seguem portanto os "fundamentos":
"A principal finalidade desse lançamento é a capacitação das equipes do IAE e do CLA para a operação de motores a propelente líquido, servindo de base para o desenvolvimento de futuros veículos lançadores de satélites.
É um experimento inédito no País e não há requisitos de desempenho do foguete com relação ao voo. Os principais requisitos de sucesso dessa missão são:
1. dispersão do ponto de impacto no mar dentro das áreas de segurança estabelecidas pela segurança de voo do CLA;
2. ignição do EPL;
3. transmissão e recepção dos dados de voo do VS-30 V13 e dos seus experimentos, por telemedidas;
4. rastreio da trajetória de voo do VS-30, por radares.
Apesar do desempenho do Motor L5, em conjunto com o EPL, ser bem conhecido em solo, por ter sido intensamente testado no IAE, somente com os dados de voo é que haverá confirmação do funcionamento desse motor em condições de ar rarefeito em altitudes elevadas".
E pasmem com o complemento !!!
"Outro grande diferencial desse voo é a parceria da empresa Orbital Engenharia, que desenvolveu os componentes mecânicos e sistemas eletrônicos embarcados que servem para acionar o Motor L5, com recursos recebidos da FINEP.".
Ou seja, tudo financiado com o nosso dinheiro através do FINEP. Enquanto a Orbital Engenharia ainda for uma empresa nacional, ainda vá lá, mas vamos ver quanto tempo mais ela vai resistir num mercado sem demanda como o nosso.
Mais uma demonstração de desconhecimento.
ResponderExcluirA massa do EPL + L5 seria, TEORICAMENTE, de cerca de 750kg, A NIVEL DO MAR. O foguete estará a uma altura cujo ar é rarefeito (ou seja, menor atrito), a aceleração da gravidade já apresentará menores valores e o mesmo já venceu a inércia. Isso é Física!!
Relembro a Operação Angicos, de 2007, quando o mesmo VS-30 decolou com massa inicial de 1500kg de peso e atingiu 120km de apogeu. Como já informado acima, a massa do atual foguete tem inicialmente pouco mais que isso, e, ao contrário da Angicos, cuja carga útil não era propulsada, na de hoje será.
Todos os requisitos informados pelo IAE são simplesmente FUNDAMENTAIS para qualquer outra missão com motores a combustível líquido e, como bem lembrou o autor deste blog, a qualificação em voo do motor L-5 e do EPL são de suma importância para a substituição segura do ultimo estágio do VLS-1 (motor S44). Negar isso é demonstração ainda mais clara de falta de conhecimento ao opinar.
Sobre financiamento da FINEP, não vou comentar, tamanha a estupidez.
Ainda bem que usaste aspas para descrever seus "fundamentos". Os mesmos, são apenas a prova da importância da missão, que é usado por você com uma capacidade de distorção e ignorância sobre o tema poucas vezes vista, ao menos por mim.
Por estas e outras, Einstein disse: "Só duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana, mas não estou seguro sobre o primeiro".
Como todos sabem, não sou cientista, e nem especialista no assunto. Apenas emiti minha opinião a respeito do que havia sido divulgado até então.
ResponderExcluirComo o Sr. Andre é conhecedor do assunto, fico feliz com os esclarecimentos, que no entanto não mudam minha opinião (que alias com as quais ninguém aqui precisa concordar), quanto a julgar que todos os requisitos são fundamentais para qualquer outra missão com motores a combustível líquido. Eu concordaria, se houvesse no horizonte das próximas décadas alguma chance de alguma missão com motores a combustível líquido no Brasil.
Do jeito que andam as coisas se algum dia o Brasil tiver um foguete totalmente movido a combustível líquido, ao estilo desse que os nossos vizinhos argentinos estão qualificando aos poucos, esse tipo de tecnologia só vai existir nos livros de história.
Eu cada vez mais sinto que a estratégia do "governo" está dando frutos. O nosso ministro da economia acabou de declarar que diferente do que dizem os analistas, a economia do Brasil não está estagnada deu apenas "uma parada prolongada". São tantos eufemismos que chega a doer.
Aceitar como argumento que a "qualificação em voo do motor L-5 e do EPL são importantes para substituir o último estágio do VLS-1, é continuar acreditando que o projeto do VLS-1 que teve início prático em 1997, vai chegar a sair novamente do chão algum dia.
Ter esse tipo de fé com o dinheiro do contribuinte é fácil. Eu particularmente, não tenho a menor esperança de que isso venha a ocorrer e gostaria que nessa área o dinheiro dos meus impostos fosse gasto de maneira mais inteligente. Aliás, já deixei isso bem claro no passado, acredito que o VLM sim, seria um projeto útil e comercialmente viável para o país poder se colocar no mercado de lançadores de micro satélites.
De resto, apesar de discordar totalmente dessas "comemorações" sobre missões que existem simplesmente porque o projeto original (no caso do L-15) foi cancelado, não desejo o seu fracasso. Mas tenho que concordar: mesmo se bem sucedida, essa "missão" vai ser apenas um mais um souvenir desse desastroso governo e das pessoas que de dentro do PEB aparentemente estão satisfeitas com esse nível de "missão".
Parabéns.