Confirmado: SARA Suborbital 1 e L5/SAMF Serão Lançados Ainda Esse Ano
Olá leitor!
Dando sequência à apresentação do Caderno Especial do jornal “O
Estado do Maranhão”, publicado na edição do dia (22/08) com
quatro páginas e intitulado “CLA 10 Anos da Tragédia”, trago agora
para você a quarta e última página do caderno, apresentando uma entrevista com
o diretor do CLA, Cel. César Demétrio Santos, que divulga duas grandes notícias
para o PEB, ao mesmo tempo em que demonstra que dessa vez (pelo menos em uma
delas) eu não errei com a minha previsão, e na outra, apesar de citá-la que
poderia acontecer, não acreditava que pudesse. Resumindo leitor, o voo do VS-30
(Operação Raposa) previsto para esse ano, será mesmo do L5/SAMF, e pasmem, o
SARA Suborbital I, será mesmo lançado ainda esse ano, só que do CLBI. Segue
abaixo a quarta página do caderno.
Duda Falcão
ESPECIAL – CLA 10 Anos da Tragédia
Coronel César Demétrio Santos, diretor do CLA
“O VLS Hoje é Outro Foguete”
Em entrevista exclusiva a O Estado, o diretor do CLA,
coronel
César Demétrio Santos, fala da evolução do Veículo Lançador
de
Satélites e anuncia o lançamento do VS-30, que fará o
primeiro
voo, este ano, com combustível líquido produzido no
Brasil
O Estado do Maranhão
22/08/2013
Foto/ Douglas Júnior
Coronel César Demétrio Santos fala sobre as operações futuras do Centro de Lançamento de Alcântara. |
O diretor do Centro de Lançamento de Alcântara, coronel
César Demétrio Santos,
recebeu O Estado na tarde de terça-feira (20) para
falar sobre as mudanças tecnológicas tanto da plataforma quanto do foguete
Veículo Lançador de Satélites (VLS), que também teve os sistemas atualizados
para as próximas operações de lançamentos. Otimista, ele anunciou o lançamento
do Veículo Suborbital VS-30 ainda este ano, entre os meses de outubro e
dezembro. O VS-30 fará o primeiro voo com combustível líquido desenvolvido no
Brasil.
Além da
tecnologia, o coronel prevê outras mudanças na área do CLA, como ampliar o
atendimento no posto de saúde e também na Escola Caminho das Estrelas, que
atende os filhos de funcionários do centro e crianças da comunidade de
Alcântara. Antes de receber O
Estado, César
Demétrio participou de um almoço especial para celebrar os aniversariantes do
mês do Centro de Lançamento de Alcântara. Essa é uma das ações da gestão para
valorizar as equipes que trabalham no CLA.
O
Estado- Como o senhor analisa o Programa Espacial 10 anos após o acidente?
César
Demétrio - Uma das
coisas que eu fico chateado é quando vejo repórter escrevendo que tem 10 anos
do acidente e o Brasil não lançou nada. Isso não é verdade. A área espacial não
é só o VLS. A gente tem vários veículos na área suborbital, o próprio VSB-30,
que é o Veículo de Sondagem Brasileiro, já teve vários sucessos de lançamentos
tanto no Brasil como no exterior. Hoje, o VBS-30 já conseguiu restituir 2,8
milhões de euros ao Brasil, valor que foi reinvestido na área espacial. São
coisas que ninguém comenta e isso, às vezes, até entristece a gente. Para você
chegar ao conhecimento de ciência e tecnologia, lógico que nós aprendemos
muito, inclusive com o próprio acidente e com outros lançamentos. Até mesmo com
os lançamentos do VLS que aconteceram antes de 2003 nós tivemos sucessos
parciais. Nessas operações, em 1997 e 1999, muitos sistemas foram qualificados,
tanto a parte do propelente sólido, sistemas de controle de altitude. Esses
sistemas que foram qualificados, muita coisa a gente aplicou nos foguetes de sondagem e suborbitais e hoje nós estamos fazendo o
caminho inverso. Existem coisas que desenvolvemos para os foguetes suborbitais,
como os dispositivos mecânicos de segurança e interface pirotécnica, que foram
testados nesses foguetes e estamos migrando esses dispositivos para a parte do
Veículo Lançador de Satélites. De modo que você consegue fazer um veículo com
muito mais segurança do que a gente tinha na época.
O Estado- O senhor foi gerente do projeto da Torre Móvel e do VLS.
Quanto tempo demorou o
processo para a
construção da nova torre?
César Demétrio - Quatro anos. Tivemos algumas
dificuldades, esbarramos em algumas burocracias. Iniciamos com um problema ligado
à licitação, empresas que perderam e entraram com recursos. Alguns recursos
demoraram um ano e precisamos de alguns aditivos no orçamento inicial da torre.
Esses aditivos tem um limite e nós fomos até esse limite. Na torre, foram
investidos em torno de R$ 48 milhões.
O Estado- O modelo do VLS também mudou o projeto original?
César Demétrio- O VLS hoje é outro foguete. Ele
continua o mesmo, mas só por fora. A única coisa que a gente utiliza ainda daquela
tecnologia que foi desenvolvida é o propelente, que teve êxito nas missões. Mas
hoje mudamos a geometria até para ter a propulsão maior. As quatro redes
elétricas do veículo são desenvolvidas com equipamentos novos. Na parte de redes
pirotécnicas, elas foram todas reprojetadas e hoje esse sistema é até fabricado
por uma empresa francesa que faz a rede elétrica do Ariane-5, o foguete francês
que é lançado na Base de Kourou, na Guiana Francesa.
Ano que vem, nós iremos fazer a simulação com um veículo inerte,
sem combustível, mas com todas as redes elétricas do veículo, e vamos fazer
todos os ensaios e simulações possíveis sem a ignição, para que a gente possa
rever esses sistemas todos. Vai ter também uma simulação de acidentes para
testar os sistemas de fuga e evasão. Também ano que vem a gente lança o foguete,
que terá os dois primeiros estágios ativos, e servirá para testar exatamente os
estágios que deram problema nos dois primeiros lançamentos antes de 2003.
O Estado- Além do VLS, o CLA tem previsão de lançamento de outro
foguete para este ano?
César Demétrio -Temos a previsão de lançar o VS-40
no Centro de Lançamento de Barreira do Inferno (CLBI), levando um satélite de
reentrada atmosférica que foi construído para entrar numa condição de
microgravidade e depois vamos forçar a reentrada dele na atmosfera para saber
qual o rendimento.
"Uma das coisas que eu
fico chateado é quando vejo
repórter escrevendo que tem 10
anos do acidente e o Brasil não
lançou nada. Isso não é verdade"
Coronel César Demétrio
Santos, diretor do CLA
O Estado- Para o CLA, o que está previsto para acontecer ainda este ano?
César Demétrio- Nós estamos com a previsão, entre os meses de
outubro e novembro, de
lançar um VS-30,
que será mais uma operação de testes, pois ele vai levando um motor com propelente líquido totalmente nacional. A
missão se chamará Operação Raposa.
O Estado- Além da torre de escape,
quais os itens de segurança que a nova plataforma tem hoje e que não tinha no
passado?
César Demétrio-Temos dispositivos na nova Torre Móvel de Integração
que são de controle e de combate a incêndio. Eles
conseguem supervisionar, detectar se você tem algum problema, como de um início repentino de situação de incêndio, e combatêlo. Temos
também o sistema de Dispositivos Supervisores de
Isolamento, que são dispositivos nas quatro redes elétricas que tem
no VLS e que têm uma interface
com a plataforma
de lançamento. Com esses dispositivos, nós conseguimos identificar, por
exemplo, uma fuga de corrente ou um curto circuito. Esse sistema detecta e avisa o controlador
na Sala de Apoio para que ele tome as medidas necessárias para a correção. Temos o
sistema de alarme visual e sonoro que
avisa qualquer alteração,
além dos
dispositivos mecânicos
de segurança que
não permitem uma ignição intempestiva do veículo na torre.
Outro item é o sistema de controle
de tomadas elétricas, que na torre anterior não tinha. As tomadas só são energizadas dentro
de um controle, ou seja,
tem toda uma
programação de atividades previstas e em qual
nível da torre vai ser feita cada
atividade e por quem vai ser feita. Então, você energiza em níveis adequados
cada tomada para o procedimento. Qualquer coisa que fuja daquela cronologia inicial a pessoa tem que pedir autorização, que é analisada. Se proceder
e não for colocar em risco a cronologia que está sendo realizada, ela vai ser autorizada. Na torre, tem ainda um dispositivo visual, que é sofisticado. Por
exemplo: eu congelo a imagem
e digo que o
lançamento só é possível se estiver nessa
posição. Se entrar um passarinho, ele vai parar o sistema.
O Estado- E em relação a outros itens,
não só os de segurança, como os tecnológicos que não havia na antiga torre e
existem agora?
César Demétrio-Quando foi feito o relatório de acidentes, os técnicos russos desenvolveram um
relatório de recomendações.
Na época, foram
levantadas possíveis causas do acidente e o relatório foi inconclusivo. Não se conseguiu
chegar, por exemplo, à causa real da ignição. Não se pode afirmar que foi uma descarga elétrica, uma onda eletromagnética emitida por um navio ou
um operador que energizou
demais uma tomada.
Para acionar um motor, tem que ser uma descarga muito alta. O pessoal foi fazendo pesquisas e no relatório
eles recomendaram algumas
atividades que
deveriam ser realizadas, desde procedimentos, construções de prédios, sistemas
para que possamos combater esses prováveis riscos. Dentro dessas recomendações, a
gente começou a elaborar o
projeto. Nós
temos, por exemplo, o sistema de proteção de descargas atmosféricas, que existia na época do acidente, mas colocamos
agora na metodologia da área da física, conhecida como Gaiola de Faraday [experimento para demonstrar que uma
superfície condutora eletrizada possui
campo elétrico nulo em seu interior, dado que as cargas se distribuem de forma homogênea
na parte mais externa da superfície condutora]. Trata-se
de um sistema que não deixa
qualquer descarga
elétrica afetar o veículo. Nós adquirimos ainda um sistema capaz de identificar ondas eletromagnéticas para
fazer um levantamento do
espectro
eletromagnético e se for
identificado uma
onda diferente do previsto é possível parar a cronologia. Fora isso, todo o controle do Centro de Lançamento de
Alcântara passou dos sistemas
analógicos para os
digitais. De 2008 para cá, foram investidos mais de R$110 milhões nessas mudanças.
Nós já tivemos visitas
até da embaixada americana, de ucranianos e de alemães e
várias pessoas comentam que
hoje nós temos um
equipamento de ponta que não deixa a desejar a nenhum país.
O Estado- Além das construções tecnológicas, quais são as outras áreas do CLA que estão recebendo investimentos?
César Demétrio- Nós estamos construindo uma escola.
A nossa em 2011 ficou em nono lugar no Índice de Desenvolvimento de Educação
Básica (IDEB) no Maranhão, e nosso intuito é criar uma escola de referência.
Para o meu efetivo trabalhar bem, ele precisa estar se sentindo bem e não só
ele, a família dele. Se a família dele não tiver com saúde vai interferir no desempenho
dele aqui dentro. São coisas que a gente tem que pensar o tempo todo, além da área
espacial. Estamos reformando o posto médico também, mas, voltando à escola,
hoje nós temos 102 alunos, sendo 42 filhos de funcionários e o restante de
pessoas da comunidade. Meu objetivo é atender mais com a construção da escola e
queremos ter até uns 250 alunos de fora na nossa Escola Caminho das Estrelas.
Moradores de Alcântara
Ainda Lembram Tragédia
Acidente é lembrado com tristeza pela comunidade,
que tinha bom relacionamento com os técnicos
que morreram na plataforma
Fotos/Douglas Júnior
Heidimar Marques lembra a boa relação com os técnicos do CLA. |
Valdinei Ribeiro diz que a comunidade temia material radioativo. |
Na
pacata cidade de Alcântara, a tragédia no centro de lançamento, ocorrido há 10
anos, ainda é algo presente na memória coletiva. Muitos moradores chegaram a
conhecer os técnicos que morreram no incêndio da plataforma. Por isso, a
notícia do acidente mexeu com o cotidiano da cidade e, até hoje, é tratada
pelos moradores como um assunto que traz tristeza.
Para o
aposentado Heidimar Guimarães Marques, 85 anos, e que, na época, era diretor do
Museu Histórico de Alcântara, a lembrança dos profissionais é ainda bastante
forte. Na véspera do acidente, os técnicos estiveram na cidade, visitaram o
museu e tiraram diversas fotos da cidade. “Eles estiveram um dia antes lá. Eram
pessoas jovens. Estavam brincando e rindo, falando com as pessoas. Para a
gente, foi um fato horrível. Nós já os conhecíamos. Eles eram simpáticos com toda
a cidade”, lembrou.
Na lembrança do aposentado, a nuvem de fumaça no local da
destruição da torre de lançamento é ainda muito forte para a comunidade
alcantarense. “Nós não sabíamos o que tinha acontecido de fato. Lembro de uma
senhora que era casada com um técnico que estava lá. Lembro dela desesperada.
Felizmente, o marido dela não estava entre as vítimas”, contou.
Heidimar Marques acredita que o acidente foi uma fatalidade, mas
atrapalhou bastante o desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro e também
o relacionamento da Aeronáutica com os moradores. “Antes, nós éramos convidados
para os lançamentos. Hoje a operação é mais fechada. Eu não acredito que eles consigam
fazer um lançamento grande”, resumiu.
O comerciante Neto Lobato também relembra a tragédia e o espírito
de solidariedade dos moradores de Alcântara. “Foi uma tristeza. Lembro que
mandaram celebrar missa na igreja. Até hoje, tem gente que fala nesse assunto ainda
bastante emocionado”, comentou.
Boatos - Na época do acidente, surgiram muitos boatos na cidade para
explicar o acionamento inesperado da ignição. O mais comum deles era de que um
navio norte-americano teria sido visto próximo a Alcântara e que teria sido
sabotagem norte-americana. Essa hipótese serviu para aumentar o sentimento de
pavor dos alcantarenses na época. “Era um pavor. Nós víamos a fumaça e não
sabíamos o que estava acontecendo. Jornalistas chegavam a toda hora e muitas eram
as informações desencontradas. Só depois que a gente foi saber da morte dos
técnicos e foi uma tristeza. Eram pessoas muito simpáticas”, recorda o artista plástico
e funcionário público Valdinei Ribeiro.
Segundo Ribeiro, outra preocupação dos moradores era a respeito
de material radioativo que poderia ter se espalhado na explosão. Uma hipótese
que foi descartada pela Aeronáutica logo após o acidente. “A gente sentia medo.
Nós achávamos que esse material radioativo poderia fazer mal para a gente e
isso fez a cidade ficar em polvorosa”, disse.
Fonte: Jornal O Estado
do Maranhão – Caderno Especial - pág. 04 - 22/08/2013
Comentário: Pois é leitor, parece que está confirmado
mesmo, o VS-30 lançará ao espaço ainda esse ano o primeiro motor foguete líquido
desenvolvido no Brasil, ou seja, o MFPL L5, além testar em voo o Sistema de
Alimentação Motor Foguete (SAMF), o que é uma grande notícia. Bom, é verdade
que segundo o que deixou entender a Capitã Cristiane Pagliuco (Gerente dos Projetos
de Propulsão Líquida do IAE), em entrevista recente ao blog, não era bem o que
eles queriam, já que o planejado era lançar o SAMF com o MFPL L15 acoplando, e não o L5. Porém como sabemos
a PresidetA Dilma e seus energúmenos do MPOG entraram em campo e deram o Cartão
Vermelho nessa ideia, fazendo com que o IAE procurasse uma outra alternativa
para testar o SAMF. Assim sendo, como o L5 já se encontrava qualificado em solo,
restou aquela coisa: “Só tem tu, vai tu mesmo”. Mas leitor esse é um momento histórico para o
PEB, pois o VS-30/L5/SAMF da “Operação Raposa” é o primeiro foguete movido à propulsão
liquida em toda historia das atividades espaciais brasileiras. Sendo que fique
bem claro para todos que ele não é integralmente movido à propulsão líquida, já
que no primeiro estágio será usado o MFPS S30, que compõem o foguete VS-30.
Além disso, não podemos deixar de citar aqui a outra expressiva missão prevista
para esse ano segundo a entrevista acima do diretor do CLA, ou seja, o lançamento
do VS-40/SARA Suborbital 1. Como já havia comentado anteriormente, não acreditava que o SARA ainda fosse lançado esse ano, já
que após tomar conhecimento (através de outra entrevista do Cel. Demétrio) do
cronograma de lançamento previsto para o resto do ano no CLA, cheguei à
conclusão que a missão não mais se realizaria em 2013, pois não acreditava que
a mesma pudesse ocorrer do CLBI, devido às limitações impostas a esse centro
pelo crescimento urbano em torno da região (o VS-40 é um foguete de sondagem
considerado de grande porte). Que bom
que eu estava errado quanto a isso, e assim, o que foi dito pelo Dr. Luis Eduardo Loures da Costa
(gerente do projeto) em entrevista ao blog no primeiro semestre desse ano irá
realmente se concretizar, o que é uma outra excelente notícia para o PEB. Em
outras palavras leitor, o ano de 2013 não passará sem realizações
significativas do IAE. O Blog BRAZILIAN SPACE deseja desde já as equipes da Capitã
Cristiane Pagliuco e do Dr. Luis Eduardo Loures da Costa sucesso em suas missões, avante IAE. Quero aproveitar a oportunidade para me solidarizar com o que disse o Cel. Demétrio Santos quanto a ele está chateado com a mídia. Afinal ele tem toda razão. A mídia brasileira não tem dado a importância devida ao grande trabalho realizado pelo Brasil na área de foguetes de sondagem, diferentemente do blog "BRAZILIAN SPACE" que tem divulgado frequentemente noticias sobre essas atividades importantíssimas para o nosso desenvolvimento espacial. Aproveitamos para agradecer mais uma vez ao leitor maranhense Edvaldo Coqueiro
pelo envio desse Caderno Especial.
Boas notícias! Então não falta muito para ser lançado o SARA suborbital :)
ResponderExcluirUma pergunta, porque existem duas versões do SARA suborbital e outras duas do SARA Orbital? É por motivos de qualificação?
Uma coisa é certa, espero que possam num desses lançamentos colocar um animal vivo para catapultarem o programa espacial aos olhos do povo. Mas sei que isso exige outros avanços, como a construção de uma pequena roupa espacial para o animal, uma cabine com um espaço especial, etc (ou seja, um pouco mais de investimento... o que é um problema para o nosso PEB). A Argentina nessa parte saiu-se bem a umas décadas atrás, e quem sabe sabe nós também não o possamos.
Mas enfim, aguardo com ansiedade por esse próximo lançamento do VS-40 no CLBI, e estarei acompanhando as notícias para não perder as datas e os resultados.
Olá Israel!
ExcluirSim amigo, o SARA Suborbital 1 será mesmo lançado esse ano, só que do CLBI e não mais do CLA como estava previsto desde o início do projeto. Quanto a sua pergunta, sim são duas versões do SARA suborbital e duas versões orbital. O projeto foi concebido dessa forma para que a cada lançamento se qualifique equipamentos que vão compor a versão final da cápsula a ser industrializada. Nessa primeira versão serão testados o subsistema de recuperação, o subsistema de redes elétricas e o módulo de experimentação. Nessa versão o Sara Suborbital também apresentará uma proposta inovadora, pois toda a eletrônica do veículo VS-40 se encontrará dentro da plataforma SARA Suborbital. Assim sendo, esta eletrônica poderá ser recuperada após o voo. Vamos torcer que ambas as missões sejam bem sucedidas amigo.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Tenho uma pergunta boba. Não sei se podes responder. Mas o sobreaquecimento da cápsula leva a que o invulcro exterior precise de suportar altas temperaturas. Esse involcro é revestido com alguma espécie de cerâmica, é o metal mesmo que aguenta altas temperaturas, ou ambos?
ResponderExcluirVisto que o teste visa simular uma reentrada atmosférica a altas velocidades, creio que os resultados dos SARA's poderão ser aplicados em cápsulas espaciais (e outros engenhos) que precisarão desse tipo de tecnologia (a das cerâmicas ou metais que aguentam altas temperaturas). Sabendo que o IEAv tem um departamentos para essas áreas, você saberia dizer se o invulcro do SARA Suborbital já contém essa tecnologia?
Olá Israel!
ExcluirO que eu sei é que foi desenvolvido um material cerâmico para ser empregado no SARA visando suportar a reentrada, fruto de um acordo feito entre o IAE e o DLR. Você está certo, essa tecnologia poderá ser aplicada em cápsulas espaciais tripuladas ou não, pois diferentemente do governo de energúmenos que temos, na Aeronáutica temos profissionais de visão, e certamente o SARA tem entre seus objetivos chegar a tecnologia de capsulas tripuladas, mas estamos ainda muito longe de algo assim, pois nem mesmo o PNAE prevê atividades tripuladas no espaço por parte do Brasil.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Encontrei isso aqui, em referência ao que perguntei:
ResponderExcluirSIMULAÇÃO COMPUTACIONAL DO AMBIENTE TÉRMICO E
ESTRUTURAL DE VEÍCULOS ESPACIAIS
Pois é Israel!
ExcluirInclusive existe uma iniciativa de um grupo não ligado a equipe do Dr. Luis Loures que teve como objetivo (caso se decida pela continuação do projeto SARA após o vôo do SARA Orbital 2) desenvolver um sistema de acoplagem espacial, para que o SARA pudesse se acoplar a outros veículos no espaço. Isso por si só já demonstra que o Projeto SARA é o embrião de algo muito maior. Entretanto, temos de ser realistas, com o governo que temos, isso ainda está no campo da ficção científica.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Interessante. Mas pensando no que falta fazer até conseguirmos enviar esse módulo podemos prever que pode demorar algumas décadas até que isso aconteça. Primeiro temos que ter um lançador, e nem o Cyclone em principio poderá aguentar o peso de um sistema de transporte de carga/pessoas para acoplagem espacial (visto que, segundo constatei, o peso médio de um módulo gigante fica entre uns 3500kg até uns 5500kg). E precisamos de construir esse módulo de forma a ser competitivo internacionalmente.
ExcluirA não ser que consigamos uma parceria internacional para recorrer a outro veículo de grande porte, levará algumas décadas até um modelo como o VLS-Epsilon sair... se levarmos em conta os fracos investimentos atuais feitos por Brasília no setor espacial.
Relativamente a viagens tripuladas, isso nem se fala. Precisamos de roupas espaciais, comida a ser usada em ambientes sem gravidade, equipamentos para proteger pessoas contras as condições perigosas do espaço, etc. Isso exige muita preparação, organização profissionais, e... investimento. Mas o principal seria um governo que tenha visão o suficiente para por isso na pauta de prioriedades do Brasil visto que coisas como essas levam anos (e vários governos) para serem concluidos.
Bem, mas vale ir pensando numa coisa de cada vez, e é excelente saber que existe gente visionária no Brasil e que estudos ambiciosos estão sendo feitos para que, pelo menos, possamos sonhar com maiores voos. O amanhã a Deus pertence.