Espionagem: O Que o Governo Pretende Fazer?
Olá leitor!
Veja abaixo um artigo opinião publicado no “Jornal do
SindCT” de agosto de 2013, jornal esse editado pelo "Sindicato dos Servidores
Públicos Federais na Área de C&T (SindCT)", questionando o que o governo
pretende fazer contra a espionagem.
Duda Falcão
Opinião
Espionagem: O Que o Governo Pretende Fazer?
DCTA e INPE na mira dos EUA
Por Shirley Marciano
Só temos uma
certeza absoluta. Sempre fomos espionados por estrangeiros. É é claro, as áreas
mais cobiçadas são a de Defesa e de pesquisa. Mas, se já sabíamos que éramos
vigiados, por que nunca ninguém fez nada?
Agora que tudo
está público, haverá abertura para investigação sobre esses atos ilegais? São
muitas as perguntas e pouquíssimas as respostas. É a vez de o governo
responder.
As declarações
do agente Edward Snowden, da empresa Booz Allen, que prestava serviço de
espionagem à CIA, são somente mais evidências de que realmente estamos dentro
de um Big Brother da vida real. Lembrando que isto não se trata exatamente de
uma novidade, pois em 2011, Julian Assange, por meio do Wikileaks, também
publicou informações reveladoras sobre o mesmo tema.
Pior do que
saber que suas informações não estão seguras, é ter a constatação de que
existiu anuência do próprio governo brasileiro, pelo menos durante o ano de
2002, conforme divulgado no dia 08 de julho pelo jornal O Globo, o qual
diz ter tido acesso a documentos da NSA – Agência Nacional de Segurança
Americana vazados por Snowden. Neles haveriam afirmações de que Brasília sediou
uma estação de espionagem, onde funcionários da NSA e agentes da CIA
trabalharam em parceria. O jornal diz ainda que fica evidenciado que a capital
federal integrava um pool formado por 16 bases da espionagem para coleta de
dados de uma rede mundial.
Os telegramas da
diplomacia dos EUA revelados pelo Wikileaks comprovaram que a Casa Branca toma
ações concretas para impedir, dificultar e sabotar o desenvolvimento
tecnológico brasileiro em duas áreas estratégicas: energia nuclear e tecnologia
espacial. Nos dois casos, observa-se o papel antinacional da grande mídia
brasileira, bem como escancara-se, também sem surpresa, a função desempenhada
pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, colhido em uma evidente sintonia
com os interesses estratégicos do Departamento de Estado dos EUA, ao tempo em
que exibe problemática posição em relação à independência tecnológica
brasileira.
O primeiro dos
telegramas divulgados, datado de 2009, conta que o governo dos EUA pressionou
autoridades ucranianas para emperrar o desenvolvimento do projeto conjunto
Brasil-Ucrânia de implantação da plataforma de lançamento dos foguetes
Cyclone-4, de fabricação ucraniana, no Centro de Lançamentos de Alcântara, no
Maranhão.
O telegrama do
diplomata americano no Brasil, Clifford Sobel, enviado aos EUA em fevereiro de
2009, relata que os representantes ucranianos, através de sua embaixada no
Brasil, fizeram gestões para que o governo americano revisse a posição de
boicote ao uso de Alcântara para o lançamento de qualquer satélite fabricado
nos EUA. A resposta americana foi clara: a missão em Brasília deveria comunicar
ao embaixador ucraniano, Volodymyr Lakomov, que os EUA “não querem” nenhuma
transferência de tecnologia espacial para o Brasil.
“Queremos
lembrar às autoridades ucranianas que os EUA não se opõem ao estabelecimento de
uma plataforma de lançamentos em Alcântara, contanto que tal atividade não
resulte na transferência de tecnologias de foguetes ao Brasil”, diz um trecho
do telegrama.
Em outra parte
do documento, o representante americano é ainda mais explícito com Lokomov: “Embora
os EUA estejam preparados para apoiar o projeto conjunto ucraniano-brasileiro,
uma vez que o TSA (acordo de salvaguardas Brasil-EUA) entre em vigor, não
apoiamos o programa nativo dos veículos de lançamento espacial do Brasil”.
O governo
brasileiro, muito timidamente, busca soluções para proteger suas informações,
como com o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação – SGDC, os Cabos
Submarinos (interligadores de continentes) e a Internet (ponto de troca de
tráfego internacional), mas ainda é muito pouco. Enquanto os grandes projetos
estão em andamento, teríamos que imediatamente fechar os vazamentos nas
áreas consideradas estratégicas, pois nossa soberania está em jogo.
Fonte: Jornal do SindCT - Edição 24ª - Agosto de 2013
Comentário: Pois é, e para piorar ainda mais, permitem
que a Boeing instale um pseudo centro de pesquisa no país, empresa essa que sabidamente tem estreitíssimas relações com a CIA. Não satisfeitos, foram ainda mais longe,
e de forma ingênua e bastante desastrosa, ou talvez por interferência política
ainda mais desastrosa (o que se for o caso, levantaria suspeitas quanto a motivação), tanto o DCTA quanto o INPE, assinaram parcerias com esse
parceiro discutível e extremamente perigoso, e assim escancararam as portas das
organizações do INPE e do DCTA (ITA, IFI, IAE, IEAv) para atividades de
espionagem. Isso leitor, certamente trará sérias consequências no futuro. Vale lembrar leitor que, após o acidente do VLS-1 em 2003, o COMAER começou a investir pesado em infraestrutura, visando com isso aumentar a segurança em torno do CLA e do CLBI. Sendo assim, é mais que esperado que quem tivesse interesse nas atividades espaciais brasileiras buscasse outras alternativas, sendo o pseudo centro da Boeing, no caso dos americanos, uma alternativa bastante interessante, não só por ser instalado nas proximidades dos principais centros de pesquisas envolvidos com o programa, mas também e principalmente, por contar ingenuamente ou obscuramente com a simpatia das autoridades brasileiras. Lamentável!
Diante disso, que saudade do Lula.
ResponderExcluirMuito do sucesso dos americanos em nos espionar se dá em grande parte por indivíduos carruptos e com pouco ou nenhum senso patriótico que são corrompidos a entregar dados,se não fosse assim não seria tão fácil o serviço deles,apesar de haver outras formas de espionagem.Esses merecem ser presos em regime perpétuo!
ResponderExcluirE o que dizer de algumas das nossas melhores empresas tais como Embratel leiloadas e vendidas por uma fração do seu preço de mercado?
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