Brasil Investirá R$ 1,5 Bi em Satélite p/Segurança de Dados
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria postada ontem (26/08) no site
“G1” do globo.com, destacando que o Brasil vai investir R$ 1,5 bilhão no
projeto do Satélite SGDC.
Duda Falcão
TECNOLOGIA E GAMES
Brasil Vai Jnvestir R$ 1,5 Bilhão em
Satélite Para Segurança de Dados
Sistema produzido na França será lançado em abril de
2016, diz Telebrás.
Com transferência tecnológica, país construirá satélite próprio em 2024.
Tahiane
Stochero
Do G1, em São Paulo
26/08/2013 - 10h26
Atualizado em 26/08/2013 - 11h30
(Foto: Thales
Alenia/Divulgação)
Satélite geoestacionário do Brasil será produzido por empresa francesa. |
O governo brasileiro deve assinar, no fim de setembro, um
contrato de cerca de R$ 1,5 bilhão para ter um satélite que não possa ser
monitorado por outros países. Além de ampliar a capacidade de telecomunicações
e de banda larga no Brasil, o satélite, que será administrado no país, terá
faixas exclusivas para transferência de informações civis e militares que
envolvam a segurança nacional e serão protegidas.
(Correção: na publicação desta
reportagem, o G1 informou incorretamente no título que o valor do satélite
seria de 1,5 bilhão de dólares. O correto é 1,5 bilhão de reais. A informação
estava correta no texto e foi corrigida às 10h50).
Atualmente, o Brasil não possui nenhum satélite
geoestacionário próprio – todos os dados passam por sistemas que são alugados e
controlados por companhias de outros países.
O sistema será produzido na França e lançado na Guiana
Francesa em abril de 2016, segundo Sebastião Nascimento Neto, gerente da Telebrás
responsável pelo projeto.
O contrato com as francesas Thales Alenia Space,
responsável pela fabricação, e Arianespace, que fará o lançamento do foguete,
prevê transferência de tecnologia que permitirá às empresas brasileiras
produzir um satélite nacional a partir de 2021, quando o governo pretende
comprar o segundo artefato, afirma Nascimento Neto. O lançamento acontecerá
três anos depois.
“Este contrato impõe uma série de condições para
alavancar a indústria aeroespacial brasileira. Temos uma base nacional que hoje
não tem nenhuma capacidade de produzir peças para este satélite de
telecomunicações, porque são totalmente diferentes das dos satélites de baixa
órbita, como os de meteorologia e de sensoriamento remoto”, explica ele.
Uma equipe de 100 técnicos irá à França acompanhar a
produção. “O próximo satélite será contratado cinco anos depois do lançamento
deste e, até lá, a base industrial nacional já estará fortalecida. A previsão é
de lançá-lo da Base de Alcântara, no Maranhão. Esta é a nossa intenção, de
termos um satélite que possa ser produzido e lançado aqui. O Instituto Nacional
de Pesquisas Especiais (INPE) está assumindo o compromisso de capacitar Alcântara
até lá”, defendeu.
Ainda não foi definido se a compra do segundo satélite
será feita integralmente de uma empresa brasileira ou se será necessário
comprar partes de companhias internacionais. Isso dependerá de como será
realizada a transferência de tecnologia e a capacitação da indústria até lá,
diz a Telebrás. O objetivo é que todos os componentes do segundo modelo, ou
pelo menos a maioria deles, sejam produzidos aqui.
“O próximo satélite será
contratado cinco anos
depois do lançamento deste (...).
Esta é a nossa intenção,
de termos um satélite que possa
ser produzido e lançado aqui"
Sebastião Nascimento Neto,
gerente do projeto do satélite brasileiro
“Alcântara hoje está sendo reconstruída devido a tentativas frustradas
no passado e não comporta atualmente um foguete do tamanho deste.
Esperamos que até lá tenha condições e capacidades para lançar um satélite
deste tamanho. O primeiro passo está sendo dado agora com este contrato”,
explica Nascimento Neto.
Há dez anos, uma
explosão em Alcântara matou 21 profissionais civis e adiou os projetos do
programa espacial brasileiro. No dia 22 de agosto de 2003, o foguete
Veículo Lançador de Satélites (VLS) foi acionado antes do tempo. A torre acabou
explodindo e matando os homens que trabalhavam.
Processo Demorado
O projeto para a aquisição do Satélite Geoestacionário de
Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) teve início em 2005, com um processo
de consultas de preços a diversos fornecedores internacionais. Em 2012, Embraer
e Telebrás firmaram uma parceria que culminou com a criação da Visiona
Tecnologia Espacial, a empresa que será responsável pela compra e
desenvolvimento do sistema.
No último dia 15, após
o escândalo de que a Agência de Segurança Nacional (NSA), dos Estados Unidos,
espionou e-mails e telefonemas de pessoas em diversos países, inclusive o
Brasil, revelado por documentos do ex-técnico da CIA Edward Snowden, a
Visiona divulgou, enfim, que
Thales e Arianespace eram as escolhidas para o projeto, que buscará impedir
qualquer tentativa de invasão a dados sigilosos compartilhados no país.
Segundo Nascimento Neto, o programa levou tempo para sair
do papel porque envolve diversos órgãos - além dos ministérios das
Comunicações, Defesa, Ciência, Tecnologia e Inovação, participam INPE, Agência
Espacial Brasileira (AEB) e Telebrás. “Todo mundo queria ter um pedaço, uma
participação, e isso dificultou fechar o processo”, explicou.
O SGDC atenderá às necessidades do Programa Nacional de
Banda Larga, garantindo a chegada da internet a mais de 2 mil municípios do
país, que, devido às condições de difícil acesso, não é possível por meio de
uma rede de fibra óptica terrestre.
(Foto:
Thales Alenia/Divulgação)
Empresa prevê que técnicos do Brasil aprendam a fazer cérebro do satélite de dados. |
Já a faixa militar permitirá um aumento de dez vezes de
potência em relação à atual capacidade de transferência e armazenamento de
dados usada pela Defesa no Star One, que é alugado e administrado por uma
multinacional mexicana desde 1998, quando satélites estatais brasileiros foram
vendidos com a privatização da Embratel.
Desde então, sistemas de informações essenciais ao Brasil
passam por controles estrangeiros.
Com o lançamento do SGDC, o Brasil retoma a administração
sobre uma infraestrutura própria. O modelo, que pesará mais de 6 toneladas e
terá vida útil de 15 anos, será administrado em um centro conjunto da Defesa
com a Telebrás em Brasília.
“Haverá mecanismos de controle que irão impedir invasões
à rede de dados”, garante o diretor da Telebrás. As bandas serão protegidas por
sistemas de criptografia.
Transferência de Tecnologia
(Foto:
Thales Alenia/Divulgação)
Empresas brasileiras receberão aporte de tecnologia com fabricação e lançamento de satélite no exterior. |
O contrato com a Thales Alenia Space prevê, segundo a Telebrás,
diversos temas que a indústria brasileira deseja aperfeiçoar para que possa
produzir autonomamente partes do satélite na próxima década, como painéis
solares, baterias, softwares, sistemas de controle e a parte mecânica.
“O programa tem uma lista enorme de temas específicos que
serão tratados em um contrato separado para garantir a transferência de
tecnologia. Estamos avaliando com diversos órgãos as pessoas que serão
qualificadas e que podem contribuir com os projetos futuros. Neste período de
dois anos, várias equipes de 100, 150 profissionais podem ser
capacitados”, afirma ele.
“Está tudo sendo tratado ainda com muito cuidado e
cautela, pois envolve escolher as empresas que poderão participar dos projetos
futuros”, explica.
O diretor de desenvolvimento de negócios da Thales Alenia
Space no Brasil, Sergio Bertolino, disse ao G1
que a empresa não quer “simplesmente transferir o conhecimento
para produção de pequenos elementos, mas sim o conhecimento para o cérebro do
satélite, para que a comunidade espacial brasileira, aos poucos, tenha
autonomia para fazer o seu próprio satélite”. Conforme Nascimento Neto, este é
um dos tópicos do contrato.
“Isso faz parte do plano de transferência de tecnologia,
que o cérebro do satélite, os softwares de dados, sejam produzidos aqui no
futuro. Mas isso demandará, no mínimo mais três anos após o lançamento deste
(2016). Vai depender da capacidade da indústria brasileira absorver a
tecnologia”, diz.
Fonte: Site G1 do globo.com
Comentário: Primeiramente o custo do satélite era pouco
mais de R$ 700 milhões e agora chega a R$ 1,5 bilhão, rsrsrsrs. Já o lançamento
do SGDC estava previsto para o final de 2014 (segundo o nosso eficiente e
respeitado Ministro Paulo Bernardo), passou depois para 2015 e agora vai para
abril de 2016. Além disso foi dito que o Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (INPE)
está assumindo o compromisso de capacitar Alcântara até 2024, quanto então se
pretende lançar desse centro o segundo SGDC, este desenvolvido no Brasil. Ora caro
leitor, faça-me uma garapa, essa gente além de mal informada (pra constar: numa
suposta e improvável preparação e capacitação de Alcântara para lançar um
satélite deste porte, entre 5500 kg e 6500 kg, essa função não caberia ao INPE
e sim ao DCTA) tenta vender um peixe totalmente irreal e sem qualquer
possibilidade de êxito para uma sociedade que ainda compra inverdades como essa.
É claro que esse Sr. Sebastião Nascimento Neto sabe que o segundo SGDC (isto é, se for realmente construído) não será lançado do Brasil nem em 2024, nem
nunca, caso os governos até lá continuem sem a ‘Falta de Compromisso’
demonstrada desde Governo Fernando Collor de Melo. Além do mais, temos eleição
em 2014 e numa eventual mudança de governo tudo pode mudar, inclusive o projeto do primeiro SGDC pode ser interrompido. Enfim, esta matéria é mais
uma investida sobre o desinteresse, a ignorância e inocência do povo brasileiro. Lamentável!
Oi Duda, gostaria apenas de fazer um comentário em relação ao valor do satélite. o previsto inicialmente para o SGDC era de fato em torno de R$700M e esse valor não mudou. Mesmo assim, o contrato de fato foi de cerca de R$1,5B. Essa diferença se diz ao fato de os R$700M se referirem apenas ao satélite (na verdade cerca de US$400M. O restante diz respeito ao lançamento que, corretamente, já foi incluído no contrato uma vez que o desenvolvimento precisa levar em conta quais interfaces serão necessárias com o lançador.
ResponderExcluirCaro Pedro!
ExcluirVeja bem amigo, mesmo que seja assim, tem algo de muito errado. Se não vejamos: 800 a mais para lançar o satélite? Ôôôô Pedro, faça-me uma garapa amigo.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Talvez eles nos transfiram a tecnologia do foguete também, ho ho...
ExcluirDuda, infelizmente, os valores não estão discrepantes. Hoje, a quantia de R$1,5B corresponde a cerca de U$630M. Considerando cerca de U$400M para o SGDC e U$230M para o lançamento. A questão maior não acredito que seja a contratação desse satélite. Inclusive vejo uma movimentação razoável por parte da Thales no que diz respeito a transferência de conhecimento. Pelo que me parece, eles pretendem aproveitar essa situação para ampliar o leque de fornecedores deles o que a meu ver é extremamente positivo, visto que cria uma oportunidade para a indústria brasileira se desenvolver diminuindo um pouco a dependência do governo brasileiro. Resta agora torcer para que esse tipo de iniciativa vingue e que as empresas consigam sobreviver para colher os frutos.
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