Participação do Brasil em Obs. Europeu Continua Indefinida
Olá leitor!
Segue abaixo uma
matéria publicada hoje (17/09) no site do jornal “O Estado de São Paulo” destacando
que a adesão do Brasil ao Observatório Europeu do Sul (ESO) e sua participação na
construção do “Telescópio Europeu Extremamente Grande (E-ELT)” continuam
indefinidas devido a falta de atitude do governo DILMA ROUSSEFF.
Duda Falcão
Astronomia
Participação do Brasil em Observatório
Europeu
Continua Indefinida
HERTON ESCOBAR
O Estado de São Paulo
17 de setembro
de 2012 -17:57:41
FOTO: ESO/L. Calçada
Ilustração de como será o E-ELT, nos Andes da
região de Atacama, no Chile.
A adesão do
Brasil ao Observatório Europeu do Sul (ESO, em inglês) e sua participação na
construção do Telescópio Europeu Extremamente Grande (E-ELT) continuam indefinidas,
quase dois anos após a assinatura de um acordo formal entre o consórcio europeu
e o governo brasileiro. A parceria, que garantirá o acesso de pesquisadores
brasileiros a vários telescópios de ponta do ESO instalados no Chile, tem um
custo estimado de R$ 565 milhões em dez anos.
Os primeiros
pagamentos deveriam ter sido feitos em 2011, mas não foram, porque o contrato
de adesão não foi enviado ao Congresso para ser ratificado – etapa necessária
por se tratar de um acordo entre países. Em janeiro, o diretor-geral do ESO,
Tim de Zeeuw, fez várias advertências de que a sociedade com o Brasil poderia
ser revista, ou até cancelada, caso o País não ratificasse o acordo até meados
deste ano – o que não aconteceu.
Agora, em nova
entrevista ao Estado, Zeeuw diz que sua intenção não foi dar um “ultimato” ao
Brasil, mas “encorajar” o País a acelerar o processo de ratificação e, assim,
garantir a participação da indústria brasileira nas licitações para construção
do E-ELT – que deverá ser o maior telescópio do mundo, com um espelho de 39
metros de diâmetro. “A indústria brasileira tem ótimas condições de competir
nesse processo, mas só poderá receber contratos se o Brasil for membro pleno do
ESO, o que implica em ratificar o acordo de adesão e depositar os pagamentos
anuais”, afirma Zeeuw.
Segundo
informações do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o acordo de
adesão foi enviado ao Ministério das Relações Exteriores (MRE) no dia 30 de
maio e agora está com a Casa Civil, com a anuência de ambas as pastas. A Casa
Civil informou apenas que o documento está “em análise” e não deu previsão de
quando (ou se) ele será enviado ao Congresso. Zeeuw, porém, não estipulou
nenhum novo prazo para isso, dizendo apenas que “seria melhor” se o Brasil
ratificasse o acordo até o fim deste ano, já que os contratos de construção do
E-ELT começarão a ser negociados em 2013.
“Nenhum dos 14
sócios europeus tem interesse em ‘expulsar’ o Brasil. Pelo contrário, eles têm
uma opinião muito positiva sobre a adesão do País, uma vez que isso permitirá
trabalhar em parceria com o Brasil em ciência e tecnologia, com benefícios
mútuos”, afirma o diretor.
Mais do que
isso, a participação do Brasil é considerada vital, financeiramente falando,
para a construção do E-ELT. Fontes próximas ao projeto dizem que os europeus,
em meio a uma crise econômica e com seus orçamentos já esticados ao máximo, não
têm como bancar o telescópio sozinhos – o que explicaria a inusitada
“paciência” europeia com o Brasil. O custo estimado do telescópio é de mais de
EU$ 1 bilhão.
A entrada do Brasil no ESO, se confirmada,
faria do País o primeiro não europeu a integrar o consórcio. A maior parte da
comunidade científica astronômica brasileira é favorável à adesão. Alguns
críticos, porém, consideram o preço alto demais – mesmo com o desconto de 30%
oferecido pelo ESO, comparado ao que pagam os países europeus.
A bandeira do Brasil já figura no site e em
todos os materiais de divulgação do ESO desde o início de 2011, mesmo com o
acordo não ratificado. Astrônomos brasileiros, assim como os de qualquer outro
país não membro, sempre puderam participar de pesquisas feitas com os
telescópios do ESO (todos localizados nos Andes chilenos), mas sempre em
colaboração com parceiros europeus. Como membro do consórcio, o País ganharia
muito mais acesso e autonomia no uso desses telescópios, que estão entre os
melhores do mundo para uma série de aplicações.
FOTO: ESO/G.Hüdepohl
O Observatório de Paranal é a maior “joia” do
ESO, com vários telescópios
de alta tecnologia. Abaixo, uma das fotos mais recentes divulgadas de lá, da
galáxia NGC 1187, localizada a 60 milhões de anos-luz da Terra.
A imagem foi feita
com o Very Large Telescope, que
significa,
literalmente, Telescópio Muito Grande.
FOTO: ESO
Fonte: Site do
jornal O Estado de São Paulo - 17/09/2012
Nada de muito novo...
ResponderExcluirPara acelerar a construção dos estádios, eles aceitaram um "pé no traseiro".
Mas para honrar este e outros acordos internacionais de real interesse da nação, é quase impossível.
É questão de aritmética. Afinal, quantos "eleitores" estão interessados nos estádios em comparação com aqueles interessados em astronomia e programa espacial?
Lamentável.
Enquanto fragmentos de um imenso meteoro atingem a Rússia (e o mundo) de surpresa, o Brasil se nega a participar da construção do maior telescópio do mundo, o que daria um impulso gigantesco à ciência e à tecnologia no país! Claro, uma classe dominante provinciana e atrasada, que não enxerga um palmo diante do nariz, desinteressada no verdadeiro desenvolvimento nacional, que consiste no avanço da cultura e da ciência e sua massificação para o povo, não tem o menor interesse em observar as estrelas...
ResponderExcluir