CLA Faz Teste com Foguete de Treinamento Básico
Olá leitor!
Segue abaixo uma
matéria publicada hoje (29/09) no jornal “O Estado do Maranhão”, destacando que
o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) lançou (como já havíamos anunciado
anteriormente) com sucesso no dia 27/09 mais um o Foguete de Treinamento Básico
(FTB), esse relativo à Operação Falcão V.
Duda Falcão
Geral
CLA Faz Teste com Foguete
de Treinamento
Básico
Lançamento de protótipo da Base de Alcântara
foi realizado na quinta-feira
para testar os meios de solo e a equipe de
técnicos envolvidos com a área
Leandro Santos
Da Equipe de O
Estado
29/09/2012
Divulgação
Foguete de Treinamento Básico posicionado no
lançador universal
na Base de Alcântara antes do teste; protótipo
não levava carga útil
O Centro de Lançamento de
Alcântara (CLA) realizou, na tarde de quinta-feira (27), o lançamento de mais
um Foguete de Treinamento Básico (FTB). O lançamento, o quinto realizado só
este ano, faz parte da Operação Falcão V, iniciada em 2008, cuja principal
finalidade é o treinamento operacional do Centro de Lançamento e a obtenção de dados
para a qualificação e a certificação do veículo.
O lançamento do protótipo objetivou também
testar os meios de solo e a equipe de técnicos, engenheiros e demais profissionais
envolvidos com a área operacional, capacitando, dessa forma, o CLA para
lançamentos de maior porte, como o Veículo Lançador de Satélite (VLS). A
atividade teve a presença de militares e civis da Força Aérea no Maranhão, 32
militares do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), localizado no
Rio Grande do Norte, e de estudantes do curso técnico em Eletrônica do
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA) da cidade
de Alcântara.
Lançamento – O foguete, que não levava carga
útil, tinha comprimento total de 3,05 metros e pesava 68,3 kg. O lançamento do FTB
seguiu os parâmetros para este tipo de veículo: foi lançado às 14h11 (horário
de Brasília) e atingiu uma altitude de 31,7 quilômetros, em 79 segundos de voo.
Com o protótipo em operação, os técnicos do
CLA pretendiam realizar uma análise experimental do comportamento balístico do
veículo durante a trajetória de voo e obter dados para a qualificação e certificação
dos foguetes de lançamento.
O FTB é um
veículo de fabricação nacional e faz parte do projeto FOGTREIN. Ele foi
desenvolvido pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) em
parceria com a Avibras e tem por objetivo manter em atividade tanto equipes
técnicas quanto os meios operacionais dos Centros de Lançamento do
Brasil. Atualmente, o projeto FOGTREIN contempla o FTB e o Foguete de
Treinamento Intermediário (FTI), ambos lançados anualmente tanto pelo Centro de
Lançamento de Alcântara quanto pelo CLBI, localizado na cidade de Parnamirim,
no estado do Rio Grande do Norte.
MAIS
Além dos lançamentos do FTB, o CLA também
deverá realizar uma atividade com um foguete de médio porte – o VSB-30 – ainda este
ano para experimentos em microgravidade. A última vez em que ocorreu um
lançamento com um foguete desse porte foi em dezembro de 2010
Fonte: Jornal O
Estado do Maranhão - pág. 06 - 29/09/2012
Comentário: Apesar dessa matéria do jornal “O Estado do
Maranhão” ser uma cópia quase idêntica da nota postada dia 27/09 no site da
Agência Espacial Brasileira (AEB) e publicada aqui, essa matéria confirma a
informação já divulgada no blog da possibilidade de lançamento ainda esse ano de
mais um foguete VSB-30 do Programa Microgravidade da AEB, diminuindo em dois
anos o período que esse Programa levava para cumprir seus lançamentos, o que já
é um avanço, mais que ainda deve ser relacionado ao 3º AO (talvez em
substituição ao voo de experimentos brasileiros para a Estação Espacial Internacional
(ISS) via a Soyuz russa, que estava previsto nesse terceiro Anuncio de
Oportunidade) lançado pela
agência na longínqua data de 21/11/2006. Desde então, nenhum outro
Anuncio de Oportunidade (AO) foi lançado pela AEB, sem contar o fato de que nem
o 3º AO ainda foi concluído, o que criou certa descrença sobre a efetividade desse
programa junto a Comunidade Científica Brasileira (conheço pesquisadores que
tinham interesse no programa e desistiram), devido ao longo tempo que os voos desse
programa levam para acontecerem, impedindo assim que qualquer projeto de desenvolvimento,
baseado numa programação pré-estabelecida, seja concluído dentro do prazo. Em
resumo, acabou virando motivo de piada e sendo nomeado de Projeto Vaga-Lume. Gostaríamos de agradecer uma vez mais ao leitor maranhense Edvaldo Coqueiro pelo envio dessa matéria.
Essa é outra questão do PEB que não consigo entender.
ResponderExcluirJá está claro depois de 5 décadas de "não realizações" que essa forma de estabelecer metas é no mínimo inconsequente (ou irresponsável).
Me chama a atenção essa insistência numa quantidade exagerada de projetos/prioridades em paralelo quando sabemos que nesses anos todos nenhuma delas foi levada a cabo.
Vou tratar a ACS como um caso a parte. Então temos: VLS, VS-30, VS-40, VLM, entre outros, além de uma infinidade de projetos de satélites com os objetivos os mais diversos...
Afinal o que é que o Brasil quer em termos de programa espacial? Tudo de uma vez ???
Olhando para essa quantidade enorme de projetos em paralelo, dá a impressão que somos uma verdadeira potência espacial, com várias alternativas de lançadores, várias alternativas de satélites, tudo isso incompatível com o orçamento e a prioridade dada ao PEB pelo governo.
A quem eles pretendem enganar? Ou talvez melhor seria perguntar: quem tem interesse de continuar sendo enganado, ou olhar pro outro lado e deixar o "status quo" atual permanecer?
Afinal, como TUDO do nosso programa espacial está atrelado ao setor público, as pessoas vão continuar recebendo seus salários, independente da existência de lançadores comercialmente competitivos e da colocação em órbita dos satélites de interesse da nação.
Que tal o pessoal da base começar a fazer greve para revindicar uma coisa extremamente simples: o estabelecimento de UMA única prioridade em termos de lançador/carga útil e simplesmente fazer acontecer.
Uma só! Por favor façam acontecer apenas UM lançador de órbita baixa e um satélite de 50 ou 100 kg que tal? Será que é pedir muito?
Desculpem o desabafo, mas fico revoltado com tantas greves de revindicação salarial e nenhuma para melhorar, ou no nosso caso, VIABILIZAR as condições de trabalho e dar um rumo correto ao nosso suado dinheiro de impostos. Apresentando algum RESULTADO.
Daqui, o que venho assistindo é o nosso dinheiro de impostos sendo desperdiçado e vendo outros Países que em teoria teriam menos recursos, dando saltos kilométricos nessa área.
Lamentável.
Só corrigindo seu comentário os foguetes de sondagem a exemplo do VSB-30 tem sido lançados anualmente dentro das atividades do Programa Espacial Brasileiro. O que acontece é que cada ano tem sido um centro de lançamento que contempla o projeto. No ano passado foi lançado um VS-30 no CLBI durante a Operação Brasil-Alemanha como parte das atividades do Programa de Microgravidade da AEB como fora noticiado neste mesmo blog http://brazilianspace.blogspot.com.br/2011/12/ola-leitor-foi-anunciado-agora-pouco-no.html
ResponderExcluirCaro Anônimo!
ResponderExcluirLeia a nota enviada por você com atenção, pois não foi isso que eu postei. A nota em questão fala da "Operação Brasil-Alemanha", ocorrida realmente no ano passado, e não de uma operação relacionada com o "Program Microgravidade da AEB". Essa operação foi realizada para comemorar os 40 anos do acordo tecnológico internacional entre o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e o Centro Aeroespacial da Alemanha (DLR). A ultima operação relacionada com o "Programa Microgravidade" da AEB foi a "Operação Maracati II", lançada do CLA em dezembro de 2010. Antes dela foi a "Operação Cumã II", lançada também do CLA em 19/07/2007, ou seja, quase quatro anos antes. Vale dizer também que as operações de lançamento desse programa são estabelecidas através de Anúncios de Oportunidade (AO) que são divulgados pela agência, e também que essas duas missões ainda são relacionadas com o 3º AO, lançado que foi em 21/11/2006, e que até hoje não foi concluído totalmente, tendo inclusive a possibilidade de uma de suas metas ter sido alterada, como comentado por mim acima.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Oi Duda,
ResponderExcluirProsseguindo no raciocínio do meu comentário anterior, se já temos um projeto, baseado em tecnologias já dominadas, que "sem estar pronto, já tem demandas internas e externas".
Porque o pessoal da base não força a barra para que ele seja tratado como prioridade até a sua efetiva homologação como produto? Depois disso, sim poderiam destacar uma equipe para continuar a sua manutenção/evolução e partir para outros projetos.
Trata-se do VLM-1, já destacado aqui por você nesse artigo.
O que não dá pra aturar, é eles continuarem a fingir que conseguem tocar um monte de projetos em paralelo e nenhum chegar a bom termo.
Caro Marcos!
ResponderExcluirEu já lhe disse que o problema do PEB não está em seu tamanho que é bastante modesto na realidade. O problema do PEB está exclusivamente na recursa do governo em decidir se quer ou não quer um programa espacial. É claro que existem problemas de operacionalização, mas que seriam resolvidos com rapidez se o governo se decidisse por fazê-lo. O Programa Espacial Brasileiro tem um orçamento ridículo se comparamos com o da Índia por exemplo, o governo vive solicitando organização aos seus subordinados (todos presidentes da AEB tentaram elaborar regras e soluções para dinamizar o PEB), mas o governo não cumpri nada que se compromete a fazer. Isso gera evidentemente descontentamento fazendo com que o programa perca seus melhores profissionais para outra agências ou instituições públicas e evidentemente atrase seus projetos. Tenho convicção que isso só ira mudar quando conseguirmos atrair o interesse da Sociedade Brasileira para o programa. A história da Astronáutica Mundial demonstra que não existe programa espacial exitoso sem o apoio do seu povo, por isso criei o blog, por isso a minha luta, por isso não desisti e espero está vivo para ver o Brasil ainda como uma potência espacial.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Não quero parecer mauzinho, mas as vezes parece que o lançamento de tantos foguetinhos seriam como dar um show de fogos de artificio para ir destraindo a o grupo dos impacientes. "Aqui está mais um osso, amanhã prometo aumentar a dose de comida". Provavelmente existem estudos, testes, e verificações por detrás desses lançamentos, e sei que a tecnologia de lançamento de foguetes é complexa, mas sabendo que são projetos que levam anos, pelo menos ter lançador de satélites que prometesse recursos AGORA deixaria mesmo parte da população atenta mais feliz.
ResponderExcluirEstou impaciente só de saber que os VLS mais sofisticados só estarão ativos daqui a 2 anos. Impaciente mais positivo. Quero pensar que por detras desses foguetinhos se esconde algum avanço tecnológico significativo para um empreendimento maior amanhã, porque lá no fundo da minha cabeça tem uma vozinha dizendo: "Mas para que estão lançando tanta coisa e não avançam com o grosso do projeto?". Não quero parecer meio romantico quanto a idéia espacial, mas já é tempo de sermos mais surpreendidos com noticias como "o tal projeto foi lançado com sucesso, muito antes do previsto". Mas qualquer idéia do gênero está agora mais para uma linha de stand up comedy, do que para o realidade do projeto espacial.
Mas obrigado Duda e demais participantes indiretos por nos irem mantendo informados.
Caro Duda,
ResponderExcluirEu concordo plenamente com você no fato de que o PEB é bastante modesto se considerarmos o potencial técnico e econômico do Brasil.
No entanto, também é fato que nem UM dos poucos projetos desse modesto PEB eles conseguem concluir e apresentar um resultado final.
Ficam querendo tocar em paralelo vários lançadores diferentes, vários satélites diferentes e no final não realizam absolutamente nada.
Seria muito mais inteligente, a meu ver, o pessoal da base se mobilizar e "forçar uma barra" para que fosse dada prioridade por exemplo para o VLM-1 e a plataforma SARA. Um único lançador e uma única carga útil.
Assim, todos os institutos e profissionais poderiam focar num objetivo factível, que depois de realizado passaria para uma fase de manutenção e desenvolvimento com equipe específica enquanto um novo projeto mais ambicioso poderia ser priorizado.
Ficar esperendo que esse ou futuros "governos" cumpram o que se comprometem a fazer é ter muita fé na classe política Brasileira. Isso simplesmente NÃO vai acontecer. Cabe aos técnicos e dirigentes dos institutos se unirem em torno de um único objetivo comum, o mais simples possível dentro das circunstâncias e realizá-lo. Eles mesmos já demonstraram que quando se unem e fazem greve, acabam conseguindo "dobrar" o "governo". Então porque não usar essa força em prol deles mesmos e da nação?
Ou isso, ou seria necessário mudar completamente o modelo vigente.
É uma coisa tão clara que me atrevo a dizer que aqueles de "dentro do sistema" que gostam de todos esses projetos em paralelo sabem que eles não vão ser levados a cabo, então algum outro interesse existe.
Ainda reforçando o argumento do meu comentário anterior, vejam um trecho extraído do histórico do lançador VSB-30 e seu fornecimento a DLR no site do IAE:
ResponderExcluir"Em 2003, o desenvolvimento de outros subsistemas do veículo (VSB-30) foi prejudicado pelos preparativos da operação de lançamento do VLS-1 V03. A expectativa era que os trabalhos sobre o VSB-30 tomariam impulso a partir de setembro de 2003, após o lançamento do VLS-1. Face ao acidente e a respectiva investigação, a evolução dos trabalhos só veio a se intensificar em fevereiro de 2004. Nesse momento, o IAE já estava ciente de que a empresa canadense Bristol Aerospace havia oferecido ao consórcio europeu um vôo gratuito do veículo Black Brant, visando o fornecimento dos veículos seguintes, de modo a substituir o VSB-30 e o VS-30. Uma parte dos integrantes do consórcio passou a desejar essa solução, mas o DLR se manteve firme na defesa do VSB-30".
Se o acordo sobre o VSB-30 foi firmado em 2001 com o primeiro lançamento previsto para 2004, por que os técnicos e dirigentes não separaram uma equipe para continuar o desenvolvimento deste como produto? Será que todos queriam participar do projeto mais ambicioso que acabou explodindo na plataforma de lançamento?
Devido a essa divisão de esforços, corremos um sério risco, pois além de perder o VLS-1, poderíamos perder também um produto muito promissor, caso do VSB-30 !
Isso demonstra claramente que o Brasil ou não tem recursos humanos para tocar esses poucos projetos em paralelo, ou se tem, não sabe como usá-los.
Caro Marcos!
ResponderExcluirAs coisas não são assim, mas já cheguei a conclusão de que não adianta lhe explicar, então eu desisto. Respeito a sua opinião, mas não concordo. Entretanto elas estão ai para discussão entre os leitores.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Essa é a idéia Duda,
ResponderExcluirTambém respeito sua opinião mesmo discordando dela, e longe de mim ser o "dono da verdade", apenas ainda não fui convencido do contrário, e espero mesmo que outros participantes aqui do blog emitam suas opiniões.
Mais uma vez parabens pelo excelente trabalho e pela paciência (necessária a qualquer blogueiro he he).
Grande abraço.
Que é isso Marcos, estamos aqui para isso. Seja sempre bem vindo e parabéns também pela sua iniciativa de sempre está aqui colaborando. Valeu amigo.
ResponderExcluirAbs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)