Compra do Primeiro SGB Começa Até Outubro

Olá leitor!

Segue abaixo mais uma notícia postada ontem (13/09) no site da “Agência Brasil” destacando a compra do primeiro Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB) começa até Outubro.

Duda Falcão      

Pesquisa e Inovação

Compra do Primeiro Satélite Geoestacionário
Brasileiro Começa Até Outubro

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Edição: Juliana Andrade
13/09/2012 - 14h31

Rio de Janeiro - O processo de compra do primeiro satélite geoestacionário brasileiro deve começar até outubro deste ano, informou hoje (13) o secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Maximiliano Martinhão. A meta é que o equipamento entre em órbita até dezembro de 2014, prazo estabelecido em acordos internacionais.

Também presidente do Comitê Diretor do projeto, Martinhão reconheceu que colocar o satélite em órbita em dois anos “não será fácil”. Entre os desafios, ele cita a contração dos fabricantes. De acordo com o secretário, isso será feito “por um processo que leve em conta as especificidades técnicas determinadas em um termo de referência”, excluindo a licitação.

“A partir do termo, para atender a demandas do setor de telecomunicação, do Plano Nacional de Banda Larga, e de defesa nacional, será contratada a empresa para a construção do satélite”, declarou, durante o Congresso Latino-Americano de Satélite, realizado no Rio até amanhã (14). O custo estimado incluindo o lançamento é R$ 720 milhões.

Responsável pelas escolhas técnicas, o representante da Telebrás, Sebastião Neto, adiantou que o equipamento pesará até 6 toneladas e terá capacidade entre 50 e 60 gigabytes por segundo (GB/s), acima da demanda atual de 35 GB/s. Com isso, segundo ele, atenderá às necessidades do país nos próximos dez anos.

De acordo com o presidente do comitê, o satélite geoestacionário é fundamental para atender a cerca de 1,2 mil municípios que ainda não têm banda larga por questões geográficas, além de suportar a troca de dados da administração pública. Atualmente, para suprir a demanda pública, o país contrata a tecnologia de satélite privados.

“É mais vantajoso economicamente e do ponto de vista do desenvolvimento de tecnologia nacional construir um satélite a continuar a contratar a capacidade de serviços”, avaliou Martinhão. Segundo ele, com o equipamento, é esperado o barateamento de serviços de internet, a atração de tecnologia e a cobertura de defesa em áreas de fronteira e no oceano.

A compra e a fabricação do satélite geoestacionário, sob a supervisão do Ministério das Comunicações, será feita por uma sociedade entre a Telebrás e a Embraer.


Fonte: Site da Agência Brasil

Comentário: Quer dizer então que a conversa começa a mudar? Hummmm, sei, tá legal, acabou a farsa, ou estão primeiro preparando o terreno? Lamentável! Aproveitamos para agradecer ao leitor André C. Castro pelo envio dessa notícia.

Comentários

  1. Alguns dados me chamam a atenção nessa notícia.

    O primeiro é o do custo de colocar este único satélite em órbita (R$ 720 milhões), alguém se lembra qual é o orçamento do PEB como um todo?

    O segundo é o fato de excluir licitação. Estão desvirtuando tudo (pra variar). O problema não é a existência de licitação, e sim os critérios usados. Preço nesse caso, só pode ser considerado DEPOIS da qualidade e do prazo.

    E o terceiro, essa associação estranha entre uma empresa de economia mista (Telebras) que estava extinta e foi "resucitada" pelo Lula, e a terceira maior produtora mundial de jatos civis (Embraer). Espaço e satélites NÃO são as suas atividades fim !

    Enquanto os setores privados diretamente envolvidos com a questão (as empresas de telecomunicações e de mídia) não tomarem as rédeas das ações, continuo descrente.

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  2. Olá Marcos!

    O satélite será construído e lançado, já que as pressões são grandes, inclusive em âmbito internacional devido a acordos assinados. Entretanto o que eu me pego é nesse prazo irreal, irresponsavelmente divulgado por motivos exclusivamente eleitoreiros.

    Quanto ao seu valor, está dentro da média do mercado para um satélite desse porte, mas concordo contigo quando diz que o preço só pode ser considerado após a definição do fornecedor e o prazo solicitado por ele. Já esse valor é quase duas vezes o orçamento do PEB em 2012, mas envolve diretamente três ministérios, ou sejam, o das Comunicações, da Defesa e o MCTI.

    Quanto a associação não é bem assim. Na verdade a Telebrás não estava extinta e o modelo adotado de empresa de capital misto é o mais adequado mesmo, apesar de acharmos que deveria ter mais empresas envolvidas. A participação pública é necessária para impedir um eventual venda da nova empresa para estrangeiros e consequentemente perda de controle de tecnologias desenvolvidas com o apoio do governo. Para isso existe o poder de veto do governo no acordo.

    Quanto ao fato da EMBRAER não ter o espaço e o desenvolvimento de satélites como atividades afins, isso é facilmente equacionado com a contratação de profissionais do setor (que já está acontecendo) e a orientação e o uso das instalações do INPE. Entretanto isso leva tempo, mas não afeta o projeto desse primeiro satélite pois o mesmo será muito provavelmente todo (ou quase) contratado no exterior. Minha aposta para o seu lançamento é de 4 a 5 anos.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  3. Só a título de documentação, segue um artigo, claro que com a visão do setor privado, basta olhar o nome da publicação, sobre situação da Telebras, que foi desativada em 1998 pelo FHC no processo de "privatização", e reativada em 2010 pelo Lula que era "ideológicamente" contrário a esse processo.

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  4. Olá Marcos!

    Como você disse é a visão do setor privado e não poderia ser diferente. Entretanto o que pesa aqui é a necessidade de ter o envolvimento do governo no processo devido ao real problema da possibilidade de perda de recursos e de tecnologias numa eventual desistência da EMBRAER pelo setor, seguida da provável venda da empresa a grupos estrangeiros, exemplo que o Brasil viveu em épocas recentes.

    A Telebrás foi a escolhida, mas poderia ser qualquer uma, não importa. A lisura como foi feito esse processo pode ser colocada em pauta, mas achar que com o governo que temos e com a mentalidade vigente em nossa sociedade isso poderia ser realizado de forma clara e limpa de dúvidas é pura utopia, e isso vale tanto para o poder público, como para área privada.

    O acordo entre a EMBRAER e a TELEBRÁS pode não ter sido o melhor e em minha opinião está bem longe disso. Entretanto, temos de ser realistas, na atual situação foi o melhor possível e se comparamos com o assinado com a Ucrânia fica mais claro entender o porquê.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  5. Nossa, são muitos interesses contraditórios...

    O Governo agora, em cima do laço, revolve priorizar esse satélite, e entra nesse "faz de conta" de que vai estar em órbita em 2014, porque entre outros "compromissos" lembrou que vendeu internet banda larga para todos os Brasileiros. Não falaram nada da qualidade desse serviço, mas prometeram...

    Então usa a Telebrás para "convidar" uma "empresa privada", (só lembrando que antes da sua privatização em 1994, a Embraer estava quase falida como estatal), para "participar" com 51% do empreendimento.

    Por outro lado, o "Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia" (que nome pomposo), já cobra a participação direta do INPE no projeto, porque afinal, os servidores públicos que não estão sujeitos às leis de mercado, precisam ser protegidos ainda mais, conforme foi noticiado aqui mesmo no Blog.

    E ainda dizem que esse satélite praticamente "comprado no exterior" vai atender também as demandas de "comunicações estratégicas de governo e de defesa em banda X". Será mesmo? Num satélite importado? Tá aí uma missão que deveria ser totalmente executada pelos militares, pois esta sim, é uma das suas atribuições na defesa do Estado.

    Juro que tento entender a argumentação de que a "participação pública é necessária para impedir uma eventual venda da nova empresa para estrangeiros e consequentemente perda de controle de tecnologias desenvolvidas com o apoio do governo".

    Na minha ótica, a Telebrás só vai servir para dizer que o "governo" especificou o satélite. A Embraer entrou de bucha pra contratar os técnicos do INPE que efetivamente vão "especificar" o satélite. Coloquei o especificar entre aspas, pois claro que eles vão estar limitados a definir os critérios do que os fornecedores internacionais vão colocar no "nosso" satélite. Além de, talvez, efetuar a integração das partes. Cabe ressaltar também que: essa forma de uso da "banda Ka" para distribuição de banda larga, é pioneira.

    E mais, é sabido que a Boeing é a maior especialista mundial nesse tipo de satélite. Por outro lado, todos também sabem que os Americanos sempre que podem dão uma prejudicada no nosso programa espacial, o que se agravou nesses últimos governos que tivemos e estamos tendo. Provável será que o critério qualidade ficará, mais uma vez, em segundo plano, agora perdendo para a questão política (haja visto a questão dos caças da Aeronáutica).

    Então pergunto: O que precisa ser protegido? Que tecnologia vai ser desenvolvida? A de solicitações de compra? Com apoio do Governo? Fala sério. E duvido que alguém de fora se interesse em comprar, afinal de contas, um investidor internacional vai preferir contratar um pacote completo direto com a Boing. Quem sabe a partir do segundo desses satélites, se este for feito aqui, talvez essa preocupação tenha sentido.

    Acho que é a política do "Assim no Céu como na Terra". Eles querem transformar o PEB num PAC.

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  6. Olá Marcos!

    Tudo bem amigo é a sua opinião, está postada, eu respeito, mais não concordo e está aberta para discussões no blog como de costume.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  7. É isso aí Duda,

    É só a minha opinião, meio exacerbada talvez...

    Espero que os demais participantes se manifestem !!!

    Grande abraço a todos.

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  8. O Ganem sempre cobrou a presença da Embraer no setor aeroespacial. Acredito que o Governo quer usar Embraer e Telebrás pra fazer o que os EUA fizeram com a Boeing, Lokheed Martin, McDonell Douglas. O Brasil precisa do satélite, pois, se não tiver um até 2014 terá que contratar os serviços de um satélite estrangeiro. O sistema de empresa integradora é interessante, pois, a Visiona poderia especificar projetos e subcontratar fornecedores nacionais, ainda cravando a força de sua marca nos casos de exportações de equipamentos e serviços. Outro aspecto importante é que dessa forma se poderia driblar as restrições por falta de concursos públicos nos institutos, já que uma empresa de capital misto poderia fazer contratação de profissionais de forma menos burocratizada.

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  9. Gilberto Rezende Rio Grande/RS

    O preço encarece até pelo curto prazo de lançamento...

    Quanto a afirmação que para um fluxo atual de tráfego das áreas isoladas de 35 Gigabytes/s poderá ser atendida pelos próximos 10 ANOS com um aumento para apenas 50 a 60 Gigabytes/s a princípio parece ser de uma ignorância BRUTAL sobre o assunto INTERNET.

    Esta previsão só poderá ser "REALIZADA" se a expansão do BACKBONE da rede de fibra ótica nacional de alta velocidade for diminuindo paulatinamente os 1.200 municípios isolados da rede de banda larga.

    Uma vez disponível a banda larga nestes municípios que não a tem o aumento de demanda será (como SEMPRE) explosivo...

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  10. Oi Gilberto,

    Essa promessa de "internet para todos" segue alinha do PAC, de "eletricidade para todos", "casa para todos", e por aí vai.

    E segundo as suas informações, fica mais alinhada ainda, pois quem já sentiu os efeitos do PAC, sabe que a eletricidade é para alguns, e as casas são de baixa qualidade, então porque a internet seria diferente?

    Programa espacial então, nem se fala. É como eu disse. Eles querem transformar o PEB num PAC.

    Lamentável.

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  11. Se formos analisar somente pelo uso militar, já valeria a pena.

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