DLR Comemora a Parceria BRA/ALE Lançando Publicação

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria postada ontem (05/09) no site do “Jornal da Ciência” da SPBC destacando que a Agência Espacial Alemã (DLR) comemora os 40 anos da “Cooperação Teuto-Brasileira no Transporte Aéreo e Espacial” com publicação.

Duda Falcão

Notícias

Agência Espacial Alemã Comemora
40 Anos de Cooperação Teuto-Brasileira no
Transporte Aéreo e Espacial com Publicação

A DLR relembra o histórico da parceria na edição, que conta
com texto do ministro de C,T&I, Marco Antonio Raupp

Clarissa Vasconcellos
Jornal da Ciência
05/09/2012

Quarenta anos em 30 páginas ilustradas. Assim o Centro Aeroespacial Alemão (Deutsches Zentrum für Luft-und Raumfahrt /DLR, no original), a agência espacial da Alemanha, resume as décadas de parceria com o Brasil na área espacial. O documento '40 Anos de Cooperação teuto-brasileira no Transporte Aéreo e Espacial' foi divulgado recentemente e conta um importante trecho da história do País nesse campo.

"A cooperação espacial definitivamente se tornou um fator essencial para o desenvolvimento dos países nesta área estratégica. O Brasil e a Alemanha, que vêm mantendo quatro décadas da colaboração benéfica mútua, dão um exemplo inspirador para a comunidade internacional contemporânea", afirma o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, no texto de abertura.

Raupp lembra que a parceria cobre "assuntos relevantes e de enorme interesse" de ambos os países e que, atualmente, a DLR e a Agência Espacial Brasileira (AEB) - juntamente com o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) - trabalham em cerca de doze projetos científicos.

Histórico - A publicação faz um passeio pela história das iniciativas teuto-brasileiras desde 1969, quando a Alemanha usou pela primeira vez o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) para a execução de experimentos científicos do Instituto Max-Planck para Física Extraterrestre. E aponta que, desde o início, os pontos centrais da cooperação bilateral foram projetos de tecnologia espacial, acompanhados por investigações comuns em aeronáutica, tecnologia de materiais, tráfego aéreo e energia.

As iniciativas envolviam os antecessores do DLR, indústria, universidades, o Centro Técnico Aeroespacial (CTA) do Brasil e o INPE. Entre as dezenas de exemplos, um deles remete à primeira crise energética mundial, em 1974, que levou os parceiros a transferirem conhecimentos nas áreas de aerodinâmica, tecnologia de fibras e sistemas de energias renováveis, por meio do desenvolvimento de conversores modernos de energia eólica.

A cooperação com o INPE, por exemplo, se concentrou no desenvolvimento de métodos e software para a operação de satélites, na utilização de dados óticos e do mapeamento com base em radares, especialmente em florestas tropicais, bem como em estudos de possíveis projetos comuns de satélites e sensores. A observação da região tropical e subtropical com um sistema ótico foi o principal objetivo da proposta do projeto SSR-1, por meio da sua órbita equatorial. Além das aplicações clássicas de sensoriamento remoto como cartografia e agricultura, seriam também disponibilizadas para o usuário informações sobre a utilização sustentável de recursos biológicos, biodiversidade e monitoração ambiental.

No âmbito do Acordo Brasil-Alemanha sobre cooperação técnico-científica (WTZ), foi iniciado um intercâmbio entre membros do DLR e do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DTCA). O objetivo deste intercâmbio é a promoção de jovens universitários de ambos os países, com a oportunidade de escrever projetos e trabalhos de conclusão de curso no país anfitrião respectivo.

Foguetes - Raupp cita como exemplos a utilização do foguete brasileiro VSB-30 (em 2004) e também o motor de foguete S30 no programa europeu de foguetes de sondagem, iniciativas "relevantes e representativas de novas perspectivas oferecidas pela cooperação relativa a experimentos em microgravidade".

O ministro também pontua uma missão que está sendo desenvolvida pela agência alemã e que busca uma tecnologia de reentrada atmosférica para alcançar a plataforma recuperável chamada SHEFEX (Sharp Edge Flight Experiment), o que beneficiaria o Programa Espacial Brasileiro.

Por sua vez, Johann-Dietrich Wörner, diretor geral do Centro Aeroespacial Alemão, destaca que se trata de uma comemoração "muito especial" pela "excelente cooperação bilateral e a excelência cientifica de ambas as nações pesquisadoras". Ele lembra que a área aeroespacial desempenha "um papel especial como tecnologia-chave e interdisciplinar" na sociedade científica de hoje. "O uso de tecnologias inovadoras para resolução de problemas sociais globais é cada vez mais requisitado. Nesse sentido, a cooperação teuto-brasileira oferece uma excelente base", destaca.

Desafios Sociais, Ambientais e de Segurança - Wörner cita, entre as investigações conjuntas, sistemas autônomos para gerar energias por meio de centrais eólicas (projeto DEBRA 25 1974); um sistema de bobinagem de fibras para se entrar em órbita com materiais sintéticos reforçados, resistentes e mais leves; o controle do meio ambiente desde o espaço; além da análise, desde 1972, de motores de foguetes usados não só pela Alemanha, mas por outros países europeus.

"O abrangente potencial científico de ambos os países une-se, em nível global e regional, pela solução de desafios sociais, ambientais e de segurança atuais e futuros. É de nosso interesse manter e intensificar futuramente a harmoniosa cooperação teuto-brasileira na investigação e exploração aeroespacial para fins pacíficos, bem como em outros campos científicos, como por exemplo o da aeronáutica e o de energias renováveis e transportes", resume Wörner.

Confira a íntegra da publicação, em alemão e português, disponível no link: http://www.jornaldaciencia.org.br/links/40AnosCooperacao.pdf.


Fonte: Site do Jornal da Ciência de 05/09/2012

Comentário: Muito bom. Sempre fui um defensor ferrenho dessa parceria teuto-brasileira, e o lançamento dessa publicação vem ajudar a sociedade brasileira entender melhor o porquê de sua importância para o Brasil. Parabéns para o DLR pela iniciativa, mas em nossa opinião faltou na matéria do "Jornal da Ciência" informações de como o público em geral pode adquirir essa publicação.

Comentários

  1. Realmente parece que esta parceria com a Alemanha é a mais coerente e que tem obtido resultados vantajosos para ambas as partes.

    Melhor ainda, seria um programa com patrocínios para que nossas Universidades pudessem fazer uso dos foguetes já extensivamente testados e aprovados para mais pesquisas.

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  2. Olá Marcos!

    É verdade amigo, essa parceria tem sido muito benéfica para o país, e lhe digo que em minha opinião é a grande responsável pelo avanço dos foguetes de sondagens no Brasil. Digo isso amigo, porque o ser humano precisa de desafios, e os projetos alemães vieram justamente proporcionar aos pesquisadores do IAE a motivação para que se chega-se nesse estágio de desenvolvimento, pois se fosse pelos sucessivos governos que tivemos após o governo Sarney, a história seria bem diferente.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  3. Senhores,
    A parceria com a Alemanha é frutífera, mas acredito que se "molhassemos a mão" dos Russos poderiamos estar em um patamar semelhante aos Indianos ou Sul Coreanos, pois estes "compraram" a tecnologia soviética.
    Que o diga os Chineses!

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  4. Caro Rondini!

    Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. A cooperação espacial com a Alemanha nunca previu o desenvolvimento de veículos lançadores de satélites. A cooperação previa o desenvolvimento de foguetes de sondagens e tecnologias associadas, além do desenvolvimento de tecnologias de reentrada atmosférica, e isso vem sendo feito. O Caso do VLM-1 é um caso aparte, pois surgiu da necessidade do DLR de um veículo que fosse capaz de lançar o experimento SHEFEX III. Em reunião com o IAE, foi então apresentado aos alemães a opção do uso do VLM-1 que era um projeto que estava engavetado e o desenvolvimento do VS-50 para atender outras vertentes do Programa SHEFEX, o que foi prontamente aceito pelos germânicos. Agora quanto aos russos, em minha opinião você tem razão, sempre defendi essa tese e continuo acreditando ser a melhor opção na área de veículos lançadores para o Brasil. Entretanto, o desastroso acordo assinado com os ucranianos inviabiliza no momento qualquer iniciativa nesse sentido.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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