Cientista Brasileira da NASA Vai chefiar Publicação Que Carl Sagan Liderou Por 12 Anos
Olá leitor!
Segue abaixo uma interessante notícia postada ontem (31/01)
no site da “Revista Superinteressante” destacando que a cientista brasileira da
NASA, Dra. Rosaly Lopes, foi nomeada editora-chefe da revista científica “Icarus”,
uma das mais importantes do mundo, tornando-se assim a primeira mulher e não
americana a conseguir esta conquista. Veja abaixo uma pequena entrevista com
ela feita pela Revista Superinteressante.
Duda Falcão
Ciência
Brasileira Vai chefiar Publicação
Que Carl Sagan Liderou Por 12 Anos
Entrevista exclusiva com Rosaly Lopes: primeira mulher –
e não americana – nomeada
como editora-chefe de uma das revistas científicas mais
importantes do mundo
Por Tiago Jokura
Access_time 31 jan 2018, 11h35
(NASA/Reprodução)
A astrônoma brasileira Rosaly Lopes assume nesta quinta-feira, 1º de fevereiro, o
posto de editora-chefe da Icarus, periódico mais relevante no campo da
ciência planetária, fundado em 1962 – e cujo primeiro editor-chefe foi ninguém
menos do que Carl Sagan. Durante os próximos três anos – com opção de extensão
por outro triênio – Rosaly comandará um time de editores que publica,
mensalmente, os melhores artigos científicos do mundo sobre sistemas
planetários.
Até o fim de 2017, Rosaly coordenava um time de 80
astrônomos, como gerente de Ciência Planetária do Laboratório de Propulsão a
Jato da Nasa (JPL, na sigla em inglês). A partir de amanhã, ela segue como
funcionária da Caltech (universidade que abriga o JPL), mas deixa as funções
gerenciais para se dedicar a atividades de pesquisa – que conciliará com o
comando da Icarus.
Figurinha carimbada aqui na SUPER há
mais de 20 anos, Rosaly interrompeu suas férias no Havaí para nos
atender por telefone – com o sotaque britânico-carioca de quem deixou Ipanema
aos 18 anos, em 1976, para explorar este planeta (e tantos outros) como poucos:
SUPER: Primeiramente, parabéns pela nomeação à chefia
da Icarus. E muito obrigado (quer dizer, desculpa mesmo) por interromper
suas férias havaianas para nos dar essa entrevista.
Rosaly Lopes: Imagina, Tiago. Muito bom poder
falar sobre astronomia para o público brasileiro.
S: Como foi seu processo de nomeação? Você foi
convidada ou selecionada?
RL: As duas coisas, na verdade. Com a saída do
editor-chefe Phil Nicholson, a AAS (Sociedade Americana de Astronomia,
instituição que publica a Icarus em parceria com a Elsevier) convidou
alguns astrônomos com experiência necessária para assumir a função e agendou
conversas com os interessados. Acredito que tenham entrevistado meia dúzia de
candidatos. Eu já tinha feito parte do conselho editorial da revista, presidi a
Divisão de Ciência Planetária da AAS e publiquei inúmeros artigos na Icarus.
Então, já estava bem familiarizada com a publicação.
S: E o que faz, exatamente, uma editora-chefe da Icarus?
RL: Vou tentar resumir: coordenarei o trabalho de
um time de editores que recebe dezenas, até centenas de artigos todo mês. Eles
selecionam os materiais mais relevantes e convidam um par de cientistas
especializados no campo de conhecimento de cada artigo para revisar o conteúdo
e sugerir ajustes necessários para a publicação. Esse processo de revisão dos
pares dura de 4 a 6 semanas. Se não houver concordância entre os especialistas
sobre a publicação ou não do artigo, sou eu quem desempata. No caso de artigos
que os editores avaliem de cara como espinhosos, eu mesma participo do processo
de revisão.
S: Seus três antecessores são da Universidade Cornell.
Sua nomeação indica uma mudança de rumos na Icarus?
RL: Não, absolutamente. Cornell centralizou a
chefia de edição da Icarus porque a revista nasceu lá, num tempo em que
a informação não fluía como hoje – demorava para um editor se comunicar com
colaboradores e pesquisadores. Então, além de Cornell ser um centro de
excelência em astronomia, era mais fácil manter a burocracia por lá – minha
assistente, inclusive, trabalha em Cornell. Com as facilidades de comunicação
atuais, não há o que impeça uma editora-chefe de despachar da Califórnia, na
costa oeste dos EUA, com a assistente alocada na costa leste.
S: O que você planeja para fazer jus ao legado de seus
antecessores?
RL: Carl Sagan foi um dos fundadores da Icarus
e chefiou a revista por 12 anos. Joseph Burns e Phil Nicholson, que passaram 17
e 20 anos à frente da empreitada, foram meus colegas na missão Cassini, que
explorou Saturno e suas luas. Quero dar continuidade à excelência e à
relevância da publicação, mantendo o rigor científico construído ao longo de
mais de 50 anos. Além disso, pretendo aumentar o número de edições temáticas
(dedicadas a um assunto específico) e dar mais espaço para estudos sobre
exoplanetas (localizados fora do Sistema Solar) e sobre astrobiologia.
S: Quer deixar algum recado para os brasileiros?
RL: Agradeço o contato feito pela SUPER e quero
deixar uma mensagem, sim: espero que mais cientistas brasileiros se envolvam
com a ciência planetária. Sempre que posso, colaboro com pesquisadores e
instituições para que isso aconteça e vou seguir nessa linha. Inclusive, devo
passar por Natal e pelo Rio de Janeiro ainda em 2018. Quem sabe a gente possa
conversar ao vivo dessa vez.
Fonte: Revista da
Superinteressante
Comentário: Tive o prazer de conhecer a Dra. Rosaly Lopes pessoalmente e da Bahia lhe envio os meus sinceros votos de congratulações por esta conquista.
Essa e outras como ela não fazem sucesso na nossa Midia que parece quer esconder dos brasileiros que somos tão capazes quanto quaisquer outros.
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