Estamos Democratizando Acesso ao Espaço’, Diz Líder de Primeiras Missões Brasileiras
Olá leitor!
Segue abaixo uma interessantíssima entrevista postada dia
(16/02) no “Portal Vírgula” com o grande e visionário Eng. Lucas Fonseca.
Duda Falcão
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Estamos Democratizando Acesso ao Espaço’,
Diz Líder de
Primeiras Missões Brasileiras
Por Fabiano Alcântara
Atualizado em 16/02/2018
Foto: Montagem/Reprodução/Facebook
Lucas Fonseca. Brasileiro lidera missões ao espaço.
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Um dos maiores porta-vozes brasileiros do new space, a
entrada do dinheiro privado na corrida espacial, o engenheiro espacial Lucas
Fonseca está à frente de projetos que envolvem o envio de experimentos
brasileiros para a Estação Espacial Internacional e para a órbita lunar.
Uma delas é a missão Garatéa, projeto para levar um
experimento de astrobiologia, desenvolvido por cientistas brasileiros para a
órbita lunar, no começo da década de 20. A segunda é uma parceria com a NASA
para enviar experimentos concebidos por estudantes brasileiros para a Estação
Espacial Internacional.
Fale sobre seus projetos e em que pé estão, por favor?
Lucas Fonseca - Quando começamos a missão
Garatéa em setembro de 2016, não fazia ideia do que isso tudo poderia virar.
Começamos com o objetivo de enviar uma sonda brasileira para a lua e hoje
transformamos a missão Garatéa em uma luta pela ciência brasileira usando o
espaço como um pano de fundo inspirador.
Nossas atividades são todas nomeadas com um sufixo no
nome Garatéa, então temos a Garatéa-L que é a própria missão lunar, mas também
a Garatéa-ISS que é nosso programa de envio de experimentos para a Estação
Espacial Internacional, e a Garatéa-E, nosso voo de balão estratosférico que
leva experimentos de estudantes do Brasil todo para a estratosfera. Tanto a
ISS, quanto a E (Educacional), já tivemos a edição de 2017 com bastante êxito e
estamos agora preparando as edições de 2018 (inclusive o edital para participar
da Garatéa-E está aberto em edu.garatea.space).
Agora em junho, vamos enviar nosso primeiro experimento
para a Estação Espacial Internacional, fruto da edição de 2017. A Garatéa-L
deve ocorrer em 2021, e nosso principal desafio é levantar o total de fundos
necessário para executar a missão (10 milhões de dólares).
Nosso equipe científica foi recentemente contemplada com
uma verba do Instituto Serrapilheira, o que nos dá um folego para desenvolver a
parte científica da missão, mas ainda temos que acertar a parte mais cara que o
foguete que nos leva até a lua. Cientes do momento atual que o Brasil vive,
nossos esforços por fundos estão todos focados na iniciativa privada.
Contando um pouquinho da missão lunar: em 2016, fomos
selecionados para fazer parte de uma missão compartilhada com europeus para
levar nossa própria sonda até a lua. Mesmo que não seja gratuito, a missão tem
um custo baixo para uma missão lunar e por isso acreditamos que ela possui o
tamanho ideal para o bolso de uma missão genuinamente brasileira. Queremos
enviar uma sonda até a vizinhança da lua para entender como micro organismos
super resistentes conseguem se adaptar a um ambiente tão hostil. Essa pesquisa
no campo da astrobiologia é importante para descobrirmos mecanismos que tornem
a vida mais resistente à ambientes extremos e possamos assim criar aplicações
que variam desde plantações em lugares com alta incidência de radiação (clima
equatorial/desértico) até proteção de organismos vivos em viagens
interplanetárias. Caso consigamos enviar nossa sonda, será a primeira sonda do
hemisfério sul além da órbita da terra, colocando o Brasil num seleto grupo de
nações que fazem pesquisa de espaço profundo.
A Garatéa é uma iniciativa sem fins lucrativos
capitaneada pela minha empresa, a Airvantis. Além da Garatéa, também tenho
atividades comerciais baseadas no uso do espaço, sendo uma das poucas empresas
brasileiras atuando no NewSpace. Recentemente fomos integrados a um HUB de
empresas espaciais em Nova Iorque e temos atuado com experimentos científicos
em microgravidade.
Foto: Reprodução/Facebook
Garatea 7.
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Na entrevista que concedeu à Scientific American, você
disse que começou a se apaixonar por viagens espaciais ao visitar à NASA, como
despertar a vocação em crianças que não têm condição de sair do país?
Lucas - O que eu tento trabalhar através do
que chamamos de “inspiração educacional”, é a prática de projetos com temas
espaciais que de fato coloquem alunos com a mão na massa. Esses nossos projetos
são executados com alunos do Brasil todo, sem distinção de escolas públicas e
privadas. Para simplificar nossa ação, temos um moto muito simples que é:
“Inspirar, Educar e Construir”, e através de atividades que variam de voos de
balões à uma oportunidade única de colocar um experimento na Estação Espacial
Internacional, temos atingido um número significativo de estudantes. Claro que
eu gostaria de levar todos os alunos que participam de nossos projetos para
conhecer a NASA, mas trazer essa experiência prática com a ciência espacial já
é algo que muda a relação do estudante com a ciência. Para alguns alunos que se
destacam, estamos conseguindo levar alguns deles para a NASA.
Em 2017 indicamos a estudante Mylena Peixoto para passar
uma semana em um programa dentro da NASA, e em 2018 vamos levar dois estudantes
de escolas públicas para representar o Brasil no congresso de experimentos
enviados para a Estação Espacial Internacional, que ocorrerá em Washignton DC
em agosto. Estamos sempre dependentes de recursos que vem em forma de
patrocínio, mas temos a meta de impactar 20 mil estudantes para os próximos 3
anos e conseguir levar uma parcela dos expoentes para conhecer a NASA de perto.
A Mylena por exemplo, por conta de sua história de
superação e interesse pela ciência, já teve a chance de visitar duas sedes
diferentes da NASA e recentemente se tornou a primeira brasileira representante
do programa 24 under 24 do Mars Generation. É esse tipo de coisa que buscamos,
transformar a vida de jovens para que eles possam transformar a vida de outros
jovens, pois se tornam referência.
Foto: Reprodução/Facebook
Falcon Heavy.
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O lançamento da Falcon Heavy mobilizou a mídia. Crê
que tenha fortalecido o conceito de new space?
Lucas - Assistir ao lançamento da Falcon
Heavy foi um recado para a humanidade que o NewSpace existe e já está aí se
provando. Mesmo que muitos não saibam exatamente o que é o conceito do NewSpace
(empresas atuantes na área espacial que possuem o jeitão de start-ups, e
principalmente, produzem seus próprios modelos de negócio no qual façam uso do
espaço sem a influência das diretrizes governamentais), acho que ficou claro
que estamos presenciando uma grande revolução no acesso ao espaço.
Mais que o fato de enviar um carro à Marte, o simbolismo
demonstra como estamos democratizando o acesso ao espaço e sabendo que
consequentemente isso vai abrir portas para dezenas de novas atividades
comerciais que fazem o uso de recursos que só são encontrados quando no espaço.
Diria que junto da Inteligência Artificial, esse acesso de baixo custo ao
espaço é a grande revolução desse século. Basicamente o Elon Musk hasteou a
bandeira da independência espacial e agora diversas novas empresas poderão
fazer uso comercial dos benefícios espaciais.
Não é preocupante poluir o espaço com um carro, não
foi uma bola fora em nome da propaganda?
Lucas – Essa pergunta tem vários detalhes
interessantes. O carro por si só não representa risco para missões futuras. A
órbita que o carro se encontra não é uma órbita comum para outros satélites,
então a chance dele colidir com algo é praticamente nula. Se não fosse voar o
carro, eles teriam que voar algum peso morto no lugar para provar a eficácia do
lançador espacial. Entre voar concreto ou um carro que ajudou a chamar a
atenção da importância do feito, por que não o carro? Os números de audiência
do lançamento foram descomunais, um interesse que não se via desde as missões
Apollo. O carro foi uma jogada de marketing genial na minha opinião, super bola
dentro. Além disso tudo, circulou a informação nos bastidores que foi oferecido
para a NASA a possibilidade de enviar uma sonda, mas a mesma não se interessou.
O carro era o plano B e acabou sendo parte importante do grande show, algo do
tipo: “Sim, estamos prontos para os desafios do espaço e por isso estamos
enviando um carro para Marte.”
Foto: Reprodução/Facebook
Astronauta em estação espacial.
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É possível sonhar que o Brasil se torne uma referência
no setor aeroespacial, mas que passem a desenvolver e fazer foguetes, naves,
estações, no Brasil, da mesma maneira que hoje fabricam aviões?
Lucas – Olha, eu acho que o Brasil tem que
procurar sua aptidão junto ao espaço. Impossível querermos abraçar todas as
frentes ao mesmo tempo, e em um mundo cada vez mais globalizado, devemos nos
beneficiar de tecnologias que temos diferenciais. Se lançador espacial já é
fabricado por muitos outros países e não temos mais possibilidade de nos
tornarmos competitivos, melhor usarmos o serviço de outro país. Com várias
opções no mercado, o discurso da necessidade de termos todas as tecnologias
desenvolvidas por soberania acaba se tornando obsoleto. Se um país não quer
vender determinado serviço, vamos no vizinho e compramos dele.
Só para exemplificar essa aptidão que falei, para mim é
claro que o uso de satélites para melhoria na agricultura deveria ser uma
tecnologia priorizada pelo nosso país, já que somos referências mundiais nesse
setor e poderíamos agregar nosso conhecimento para melhorar os processos já
existentes com uso de satélites. Devemos focar em iniciativas que produzam
modelos de negócios rentáveis, é disso que o NewSpace se trata.
É possível se recuperar do trauma de Alcântara, o que
deve ser feito?
Lucas – Alcântara foi um episódio terrível,
uma lástima. Mas todos os países que se aventuraram pelo setor espacial tiveram
suas perdas humanas, e o Brasil é o único que conheço que usou do episódio como
motivo de enterrar de vez nosso programa espacial. Alcântara, na minha opinião,
deveria ter se tornado uma moeda de troca extremamente estratégica para o nosso
país há muito tempo. Se não temos motivos comerciais para desenvolver nosso
próprio lançador, que ganhemos dinheiro com o uso da nossa base que é tão bem
localizada. Costumamos dividir as atividades do NewSpace em alguns verticais, e
um deles é o uso de bases terrestres para apoio de atividades de lançamento.
Temos a faca e o queijo na mão com Alcântara, atualmente a base mais bem
localizada no mundo, uma pena que não seja utilizada.
Foto: Reprodução/Facebook
Estacão espacial. |
De que maneira é possível ganhar dinheiro com a ida do
homem ao espaço?
Lucas – Mais do que a ida do homem ao espaço,
ganhamos dinheiro com diversas atividades que contemplam ou não os astronautas.
Dentro dos verticais de atividades do NewSpace (8 no total), temos os
lançadores espaciais, sistemas de constelações de satélites (que podem servir
para observar a Terra, telecomunicação, previsão do tempo, e etc.), o turismo
espacial, experimentos científico em ambientes de microgravidade (toda
atividade comercial na ISS provém disso), serviços de manutenção no espaço
(robôs para reabastecer satélites ou mesmo para coletar detritos espaciais),
serviços de base terrester (como alcântara), exploração de recursos espaciais
(como mineração em asteroides), e a busca por energia oriunda do espaço (ideias
futurísticas de uso da energia solar no espaço, por exemplo). Qualquer uma das
atividades desses verticais citados vão fazer parte da economia espacial no
futuro, e levar o homem até o espaço só agrega mais na possibilidade de
exploração de cada uma das atividades.
Como a iniciativa privada consegue realizar os
projetos, como foi o caso da Falcon Heavy, gastando menos?
Lucas – A iniciativa privada parte da
princípio da escassez, e por isso é forçada a executar a mesma atividade de
órgãos públicos, mas de maneira mais enxuta. Como existe a necessidade do
retorno financeiro para seus investidores, as empresas focam seus modelos de
negócio na redução de custos, potencializando seus lucros. O órgãos
governamentais não tem essa obrigatoriedade, apenas lutam para manter seus
orçamentos.
Como justificar investimento no espaço diante de
argumentos como a fome?
Lucas – O problema da fome no mundo é oriundo
da política, não do investimento da tecnologia. Temos sempre que saber separar
as coisas, o desenvolvimento tecnológico sempre foi o motor que impulsionou a
humanidade para uma qualidade de vida melhor. O espaço, por todo desafio que
apresenta, acaba se tornando um celeiro de novas tecnologias; e costumo a
acreditar que tecnologias geradas em grandes desafios podem trazer soluções não
apenas para fome no mundo, mas também para novos tratamentos médicos, melhorias
gerais em nosso cotidiano, prevenções contra catástrofes naturais e etc.
A própria missão lunar que estamos propondo tem potencial
de melhorar, futuramente, sistemas de plantio em regiões mais afetadas com a
radiação solar, e quem sabe ajudar a reduzir a fome no mundo. A exploração do
espaço entra no que chamamos de ciência básica, e essa necessidade da
humanidade em entender diversos assuntos que não dominamos, nos vem permitindo
evoluir desde as savanas africanas há 70 mil anos até o envio de sondas além do
sistema solar nas últimas décadas. Acho que é claro os benefícios que novas
tecnologias trouxeram desde nossa revolução cognitiva como parte da evolução da
humanidade, então costumo dizer que para um país em crise devemos sempre
priorizar o investimento em ciência e educação, não rivalizando com
investimentos em outras áreas. Talvez a solução para diversas mazelas do mundo,
esteja de fato no espaço.
Fonte: Portal Vírgula - http://www.virgula.com.br
Comentário: Pois é leitor, esse jovem é extraordinário,
mas infelizmente em um Território de Piratas como o nosso, ele faz parte de uma
minoria da minoria, mas ainda assim não deixa de contribuir como cidadão,
fazendo a sua parte e muitas vezes até com grandes sacrifícios pessoais. Como
comparar um profissional deste perfil, sério, comprometido com o que faz,
visionário e de atitude, com um banana irresponsável e vendedor de ilusões como
é o Sr. José Raimundo Braga Coelho, presidente desta piada de mau gosto
chamada Agencia Espacial de Brinquedo (AEB)??? Os resultados leitor falam por
si só, veja o que esse jovem vem realizando sem qualquer apoio governamental e o que esse senhor fez desde que assumiu esta fantasia espacial, hoje tão
insignificante e sem qualquer força politica, rebaixada que foi pelo próprio
MCTIC, outra instituição vergonhosa por sinal. Pois é, quisera tivéssemos mais
profissionais como esse extraordinário jovem em todas as áreas que compõem a
sociedade brasileira, certamente hoje estaríamos mais próximos de intitular
essa ‘joça pirata’ de país. Aproveitamos para agradecer publicamente a nossa leitora Mariana Amorim Fraga pelo envio desta entrevista.
Discordo totalmente do Eng. Lucas sobre a não necessidade de termos ou conseguirmos fazer nossos lançadores espaciais. O futuro da humanidade está no espaço - inclusive em termos econômicos. Seu acesso será controlado pelos países que tiverem a tecnologia. Não podemos ficar fora dessa, embora estejamos extremamente atrasados. Ora, se até a Coreia do Norte conseguiu em pouco tempo não só fazer foguetes como armas nucleares, por que não conseguiríamos? Como testaríamos, por exemplo, modelos de aviões ou armamentos hipersônicos? Com foguetes estrangeiros? Temos que pensar grande. É uma questão de organização da sociedade, todos sabemos, mas não devemos jogar a toalha.
ResponderExcluirOlá Márcio,
ResponderExcluirAcho ótima a discordância, inclusive assim abrindo frente a um debate que considero importantíssimo. Assumo que foi parte do meu discurso por muito tempo a necessidade dessa soberania que você descreveu, mas acabei mudando de opinião recentemente por diversos motivos.
Vou tentar elaborar um pouco melhor a resposta da entrevista apenas para elucidar meu ponto de vista. Fique livre para fazer sua tréplica.
Não tenho absolutamente nada contra o Brasil tentar fazer um lançador espacial, desde que se tenha muito claro seu uso perante o mercado, que se prove que existe uma modelo de negócio que torne a iniciativa sustentável e que existam clientes que queiram fazer uso dessa tecnologia.
Quando você traz para o tabuleiro empresas como SpaceX, Blue Origin, Vector, RocketLabs e etc, percebemos que o status quo da área vem mudando drasticamente. Estamos falando de iniciativas que buscam mercado e não ficam dependentes dos ensejos governamentais. Essa tendência vai aumentar cada vez mais e logo teremos um avanço similar ao das montadoras automotivas.
O problema que temos aqui é muito mais relacionado com nossa atuação dentro do cenário do comércio internacional, do que questão de soberania per se. E acredite, encher nosso país de ICBM não vai melhorar nossa imagem no comércio internacional.
Quanto ao impedimento de enviarmos nossa tecnologia ao espaço, gostaria de lembrar que já fazemos uso de tecnologia militar no espaço, lançado por um veículo europeu. O SGDC tem metade de sua carga útil destinado para telecom militar e não me recordo do Brasil ter tido dificuldade por parte da França de lançar o satélite. Para uso civil então, basta ter dinheiro que qualquer país voa a sua carga.
Quando você pega a situação da Coréia do Norte, ela tem seu próprio lançador sim, mas a qual custo? E o que essa grande soberania dela trouxe para ela? Você realmente acha que os países do ocidente não invadem a Coréia por medo do seu poderio bélico? Existem vários artigos que provam que não existe benefício econômico de invadir a Coréia, simples assim.
Estamos passando por um momento de inversão do uso do espaço, empresas privadas vão ser os principais atores dessa nova fase e assim espero que o Brasil também faça parte. Se olharmos para trás, sempre vivemos nesse discurso de soberania e exaltação do fator de poderio militar, daí te pergunto, o que você enxerga além do desempenho pífio que nosso programa espacial nos entregou por conta disso.
Mas reitero, consigo entender perfeitamente o discurso da soberania nacional, acho válido até certo ponto. Mas considerando o nível de investimento e interesse de nosso país, temos que ser pragmáticos e colocar esforços onde podemos criar ações reais. Na entrevista disse algo sobre o que realmente acredito, precisamos encontrar nossa aptidão junto ao espaço, tornar uma atividade rentável ao Brasil, atrair interesse dos investidores, e quem sabe, criar um cenário que seja positivo para termos um motivo claro do desenvolvimento de um lançador espacial.
grande abraço,
Lucas Fonseca
Acho que a vocação espacial do Brasil estará mesmo é no setor agrícola! E acredito que nossa "salvação" no setor espacial estará mesmo nas mãos da iniciativa privada que venham mais empresas como a Airvantis!
ExcluirCaro Eng. Lucas - antes de tudo, agradeço sua resposta.
ResponderExcluirA questão da soberania é mesmo um ponto importante e sujeito a polêmicas. Mas nunca deve ser debatida à luz da ideologia. Só gostaria de deixar isso claro quanto ao meu posicionamento.
Sua argumentação mostra claramente uma visão de mercado. Respeito muito sua opinião, mas nem tudo se resolve com o mercado. O acesso ao espaço, como o Eng. Lucas deve saber, é uma questão muito mais de geopolítica e defesa do que de mercado. Sempre foi assim e será, mesmo com o desenvolvimento da iniciativa privada nesse campo - pois todas essas empresas que você citou (falo das lançadoras) atuarão sob licença e serão milimetricamente monitoradas pelos seus governos. Portanto, não é de se supor que teremos o acesso garantido ao espaço sempre que quisermos ou para fazermos lá o que bem entendermos.
A concorrência de diferentes países também não resolve tudo. O embargos da ONU são um exemplo. Ou mesmo as limitações de uso de tecnologias impostas por certos países para a prestação de serviços a terceiros.
Também não é de se supor que nunca seremos atacados. País pacífico não é país desarmado, nos ensina a doutrina militar. Sem contar que vivem aqui mais de 200 milhões de pessoas. Contar com a sorte não é uma opção.
Se não temos uma iniciativa privada interessada ou capaz de proporcionar os lançadores e seu uso comercial, então cabe ao Estado desenvolvê-los a título militar, dada sua importância geopolítica e de defesa - assim como foi com o desenvolvimento da Embraer, mesmo com bastante atraso e que hoje é uma empresa global de ponta (não esqueçamos que sempre teve o apoio fundamental do governo, ainda que privada).
É claro, um avanço nesse sentido depende de governantes sérios e comprometidos com o setor espacial - coisa que nunca tivemos desde o fim do regime militar. Mas quem sabe isso pode mudar?
O Eng. Lucas sabe também, que o futuro da humanidade está no espaço, e quem tiver a chave para o seu acesso controlará o futuro. O Eng. acha mesmo que Marte, com todas as riquezas que provavelmente lá existem, será da humanidade? E além de Marte? Se não começarmos agora a pensar grande como nação, e a longo prazo, nossa economia e nosso bem estar baseado em nossos recursos naturais não valerá muita coisa num intervalo de três ou quatro gerações. Não devemos nos esquecer que o presidente Obama sancionou no fim de novembro/2015 uma lei que dá a cidadãos americanos o direito de reivindicar a posse e comercializar recursos obtidos no espaço. Estamos numa corrida civilizatória - é bom ficarmos cientes disso.
E o que teremos para dar em troca pela nossa soberania no espaço? Dinheiro?
Um abraço e muito boa sorte em seus projetos. Estou aqui na torcida.
A Humanidade ainda vive na fase comercial tudo gira em torno do dinheiro e lucro, para o espaço infelizmente não é diferente, um dia daqui alguns séculos a humanidade vai entrar na fase científica (ao grande estilo de Star Trek) mas até lá fala mais alto quem tem mais dinheiro.
ResponderExcluirO Brasil deve desenvolver lançadores com fins científicos, fins comerciais vamos deixar para as empresas privadas.
Montei a Edge of Space no Brasil tentar realizar este sonho mas o governo brasileiro dificultou tudo....um sócio ladrão,assim tudo acabou.
Eng. Miraglia
Tente novamente Eng Miraglia quem sabe agora vc consiga nunca desista de seus sonhos! Hoje falam muito da SPACE X mais quantos foguetes explodiram antes das missões bem sucedidas mesmo assim Elon Musk foi persistente e vejam o que a SPACE X já conseguiu estão incomodando atá a NASA portanto tente de novo monte uma nova empresa espacial o Brasil agradece!
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