25 Anos do SCD-1
Olá leitor!
Recebi no dia (08/02) mais um
interessante artigo escrito pelo pesquisador do INPE, Mário
Eugênio Saturno que transcrevo abaixo na íntegra para você leitor.
Duda Falcão
25 Anos do SCD-1
Por Mario Eugenio Saturno*
08/02/2018
Muitas obras inacabadas irritam os
cidadãos brasileiros, de pontes, hospitais e escolas inacabadas ao Programa
Espacial Brasileiro. São bilhões desperdiçados, sem transportar alimentos, sem
salvar nem educar ninguém, sem trazer progresso tecnológico, nem científico.
O Brasil investiu muitos bilhões na
área espacial, na infraestrutura, em naves e foguetes, em tecnologia e ciência,
mas não dá continuidade, não mantém o investimento. E o pior, mais de meio
século investido na área.
O INPE surgiu na rabeira dos lançamentos do
primeiro satélite em 1957 e do primeiro astronauta, Iuri Gagarin, em 12 de
abril de 1961. A Sociedade Interplanetária Brasileira (SIB) resolveu, durante a
Reunião Interamericana de Pesquisas Espaciais, propor a criação de uma
instituição civil de pesquisa espacial ao presidente da República Jânio
Quadros.
Jânio ficou entusiasmado e, em 3 de agosto de
1961, assinou o decreto criando o Grupo de Organização da Comissão
Nacional de Atividades Espaciais (GOCNAE), o embrião do que viria a ser o INPE.
O interesse externo na coleta de dados na faixa equatorial trouxe a
oportunidade para o INPE inserir-se na comunidade científica internacional.
Foi quando o INPE propôs ao Ministério da
Aeronáutica a construção de uma base de lançamento de foguetes com cargas
científicas. O Centro de Lançamento de Foguetes da Barreira do Inferno (CLFBI),
em Natal (RN) foi inaugurado em 1965 com o lançamento de um Nike-Apache,
foguete da National Aeronautics and Space Administration (NASA).
Em 1966, foi criado o programa Meteorologia baseado
na recepção de imagens meteorológicas de satélite NOAA da NASA. Depois, veio o
Projeto Sensoriamento Remoto (SERE) em 1969 usando fotos aéreas do Earth
Resources Technology Satellite (ERTS) e, depois, do LANDSAT. Como sucesso,
pode-se destacar, em 1970, a detecção de ferrugem nos cafezais na região de
Caratinga (MG).
Cabe destacar ainda, nesses anos, o projeto
Satélite Avançado de Comunicações Interdisciplinares (SACI), que consistia na
utilização de um satélite de telecomunicações da NASA para a transmissão de
conteúdos educacionais produzidos e transmitidos pelo INPE. Entre tantos
outros projetos, faltava o projeto de um satélite próprio.
Em 20 de janeiro de 1971, foi criada a Comissão
Brasileira de Atividades Espaciais (COBAE) para elaborar a política espacial e
coordenar o Programa Espacial Brasileiro. E em 22 de abril de 1980, criou-se a
Missão Espacial Completa Brasileira (MECB) visando o desenvolvimento de quatro
satélites e de um veículo lançador. E isso trouxe grande aumento do orçamento,
a contratação de recursos humanos e projetos de ampla infraestrutura.
Ao INPE coube desenvolver dois satélites de coleta
de dados ambientais de aproximadamente 100 kg e dois satélites de sensoriamento
remoto de cerca de 150 kg em órbita polar, além de desenvolver um sistema de
solo para o controle de satélites.
Os tecnologistas do INPE enfrentaram e venceram
difíceis barreiras tecnológicas. Para o foguete elas foram intransponíveis
fazendo-se necessário contratar lançamento pelo foguete Pegasus, em 9 de
fevereiro de 1993 do SCD-1.
* Mario Eugenio Saturno (cientecfan.blogspot.com)
é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e
congregado mariano.
Há muito esforço a ser aproveitado. Há muitos jovens se formando em engenharia aeroespacial no Brasil, e é hora de aproveitá-los.
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