Incêndios Florestais Dominam as Emissões de Carbono Durante Secas na Amazônia
Caro leitor!
Segue abaixo uma nota postada dia (14/02) no site oficial
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) destacando que segundo Artigo
de pesquisador do instituto publicado na Nature Communications, Incêndios Florestais
dominam as emissões de carbono durante Secas na Amazônia.
Duda Falcão
NOTÍCIA
Incêndios Florestais Dominam as Emissões
de Carbono
Durante Secas na Amazônia
Por INPE
Publicado: Fev 14, 2018
São José dos Campos-SP, 14 de fevereiro de 2018
Artigo publicado na Nature Communications, nesta
terça-feira (13/02), revela que as emissões de carbono por incêndios
florestais, durante secas extremas, estão superando as emissões associadas ao
processo de desmatamento na Amazônia.
“As secas recorrentes durante o século XXI podem afetar o
progresso dos esforços bem sucedidos em reduzir as emissões de carbono
provenientes do desmatamento na região”, alerta Luiz Aragão, do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), principal autor do artigo Century
drought-related fires counteract the decline of Amazon deforestation carbon
emissions.
Aragão e seus colaboradores utilizaram dados de satélite
e inventários de gases de efeito estufa para quantificar os impactos de secas
amazônicas na incidência de queimadas e nas emissões associadas a este processo
no período de 2003 a 2015. Apesar de uma redução de 76% nas taxas de
desmatamento nos últimos 13 anos, a incidência de fogo aumentou em 36% durante
a seca de 2015, quando comparada à média dos 12 anos precedentes ao evento.
“Incêndios florestais durante anos de seca, sozinhos,
contribuem com emissões anuais equivalentes a um bilhão de toneladas de CO2
para atmosfera, que correspondem a mais da metade das emissões associadas ao
desmatamento”, explica o pesquisador do INPE.
Esta foi a primeira vez que cientistas puderam claramente
demonstrar como os incêndios florestais podem se espalhar extensivamente
durante secas recentes e quanto este processo pode influenciar as emissões de
carbono na Amazônia na escala decenal.
O conjunto de satélites atualmente em operação permite a
aquisição de dados sobre o clima atual, o conteúdo de carbono atmosférico e a
qualidade dos ecossistemas terrestres. O INPE está desenvolvendo metodologias
robustas para entender e contabilizar as emissões de carbono relativas ao
processo de degradação florestal, um dos gargalos para o monitoramento,
verificação e relato do balanço de carbono amazônico com exatidão.
O Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais
(CEMADEN), que colaborou com o estudo do INPE, ressalta que algumas observações
e modelos indicam que a intensidade e frequência de secas na Amazônia podem
aumentar como consequência das mudanças climáticas e do desmatamento.
As três “secas do século”, que ocorreram na região em
2005, 2010 e 2015/2016, foram consequência do aquecimento do oceano Atlântico tropical
norte e do El Nino. A intensificação destes fenômenos no futuro favorece o
aumento de secas. Para os pesquisadores, “se as mudanças do clima em um futuro
próximo forem consistentes com os resultados dos modelos e ações políticas não
forem implantadas para prever e evitar eficientemente a ocorrência de
incêndios, é esperado que as emissões de carbono associadas aos incêndios
florestais sejam sustentadas de forma análoga ao que foi demonstrado no
estudo”.
O artigo destaca que o Brasil conseguiu avanços
substancias referentes ao relato das emissões por desmatamento, no entanto,
baseado nos resultados obtidos, o País precisa urgentemente incorporar em suas
estimativas as perdas de CO2 associadas às queimadas não relacionadas com o
processo de desmatamento. Os autores alertam que os governos precisam conhecer
estes números para propor soluções pragmáticas e efetivas para manter as baixas
taxas de desmatamento, encontrar novas práticas de manejo da terra e restringir
a incidência de fogo. Estas ações serão de extrema importância para reduzir
futuras emissões de carbono na Amazônia Brasileira.
O estudo conclui que a continuidade de atividades
associadas ao uso da terra e a intensificação de secas extremas têm o potencial
de aumentar as emissões por fogo não relacionadas ao desmatamento. Este cenário
pode comprometer a estabilidade dos estoques de carbono florestal e reduzir os
benefícios associados à biodiversidade que podem ser obtidos com os esquemas de
conservação de carbono, como os de redução das emissões por desmatamento e degradação
florestal (REDD+).
Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE)
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