AEQ Concentra Produção em Nova Fábrica
Olá leitor!
Segue abaixo uma reportagem postada hoje (15/10) no NOTIMP
do site da Força Aérea Brasileira (FAB) publicada pelo site do Jornal Valor
Econômico, destacando que a empresa AEQ,
do grupo Sinergy Defesa e Segurança (SDS), vai concentrar a fabricação de seus produtos incluindo
aí a produção de perclorato de
amônio (combustível usado em mísseis e
foguetes), em uma nova fábrica
em Lorena (SP).
Duda Falcão
EMPRESAS
AEQ Concentra Produção em Nova Fábrica
Virginia Silveira
Jornal Valor Econômico
A empresa AEQ, do
grupo Sinergy Defesa e Segurança (SDS), vai concentrar a fabricação de produtos
de defesa e de matérias-primas para a produção de perclorato de amônio,
combustível usado em mísseis e foguetes, em uma nova fábrica em Lorena (SP). O
grupo SDS adquiriu a AEQ, há dois anos, da Britanit Sistemas de Defesa, maior
fábrica de explosivos civis da América Latina.
O investimento
previsto é de R$ 37 milhões, sendo R$ 25 milhões em 2014 e o restante em 2015.
Segundo o diretor Comercial da AEQ, Antônio Nogueira Cândido, o aporte será
todo com recursos próprios.
Nogueira explica
que a primeira fase do projeto prevê a desocupação das atuais instalações da
AEQ em Quatro Barras, região metropolitana de Curitiba, de propriedade da
Britanit. "Todas essas operações serão transferidas para Lorena",
disse.
Em Quatro Barras,
onde trabalham hoje 106 funcionários, a empresa produz as bombas série MK,
bombas guiadas, foguetes, cabeças de guerra e motores para diversas aplicações.
"Estamos aguardando a conclusão de alguns acordos internacionais para
definir os detalhes da segunda fase do projeto, que prevê a produção de bombas
inteligentes com empresas parceiras, para atender a uma demanda da Força Aérea
Brasileira (FAB)", explicou.
A nova fábrica
será construída em uma área de 1,2 milhão de metros quadrados. O início das
obras está previsto para janeiro e a conclusão é esperada para o fim de 2014. A
unidade terá por volta de 400 funcionários.
O perclorato de
amônio já é produzido pela AEQ em Jacareí (SP), em uma usina arrendada da
Aeronáutica. "As matérias-primas usadas na fabricação do perclorato são
importadas com dificuldade, porque têm aplicação dual", comentou. A
produção será mantida na usina de Jacareí, onde existe infraestrutura
instalada.
"A AEQ tem
alavancado novos clientes no exterior para o perclorato. Por isso precisamos
aumentar a produção e fabricar as matérias-primas no país", disse o
diretor. Atualmente, segundo Nogueira, apenas dez países produzem perclorato.
A Avibras também
produz perclorato de amônio, mas para consumo próprio em foguetes, mísseis e
engenhos espaciais. Uma pequena parte é fornecida para o programa espacial
brasileiro.
A Avibras, que
possui uma fábrica de explosivos civis em Lorena, também pretende construir uma
unidade no mesmo local para produzir polibutadieno (PBLH), polímero utilizado
na fabricação do combustível sólido do foguete VLS-1, mas que tem ainda
aplicações industriais, como resina plástica.
O perclorato de
amônio e o PBLH são itens que integram a lista de materiais sensíveis
controlados pelos países signatários do MTCR (sigla em inglês para Regime de
Controle de Tecnologia de Mísseis). O foguete VLS-1 consome 54 toneladas de
perclorato de amônio em cada lançamento.
A tecnologia de
produção nacional do PBLH surgiu na década de 70, por meio de uma parceria
entre a Petrobras e o DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial).
Em 1982 a Petrobras iniciou a produção, em escala industrial, do PBLH, dentro
da Petroflex. Com a privatização da Petroflex, em 1994, a unidade de PBLH foi
adquirida pela Braskem.
A produção do
PBLH no Brasil foi interrompida em 2008, quando a nova proprietária da unidade,
a alemã Lanxess, decidiu descontinuar o negócio. "Temos muita dificuldade
para importar o polibutadieno para fins militares. Por isso, sua fabricação no
Brasil é extremamente estratégica", disse uma fonte do setor.
Para viabilizar o
projeto da fábrica de PBLH em Lorena, a Avibras está tentando obter recursos
por meio do Inova Aerodefesa, linha de financiamento oferecida pela Finep e o
BNDES para apoiar projetos de inovação nos setores aeroespacial e de defesa.
O Inova
Aerodefesa está analisando 98 planos de negócios submetidos por 70 empresas
líderes. O resultado preliminar está previsto para sair no dia 2 de dezembro.
Cada projeto receberá até 90% de financiamento. O restante deverá ser
investido, obrigatoriamente, pelas empresas beneficiadas.
Fonte:
Site do Jornal Valor Econômico via NOTIMP da FAB
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