Grupo da UEL Integra Missão Espacial de 2015
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria publicada dia (12/10) no site “bonde.com.br”
destacando que o “Grupo de Instrumentação Eletrônica e Sistemas Inerciais da
Universidade Estadual de Londrina (UEL)” participará em 2015 de uma missão espacial
do Programa Microgravidade da Agência Espacial Brasileira (AEB).
Duda Falcão
Educação
Grupo da UEL Integra Missão Espacial de 2015
Novos empreendimentos que serão pré-incubados em 2014,
serão recebidos nesta quinta-feira.
Agência UEL
12/10/2013 – 10h39
O Grupo de Instrumentação Eletrônica e Sistemas Inerciais
da Universidade Estadual de Londrina (UEL) está participando, pela segunda vez,
do Programa Microgravidade da Agência Espacial Brasileira (AEB). O grupo do
Departamento de Engenharia Elétrica foi contemplado com R$184,48 mil da agência
para dar continuidade à criação de um instrumento para medir as acelerações de
uma plataforma de microgravidade.
A experiência “Plataforma de Aquisição para Análise de
Dados de Aceleração (Paanda)” vai ser testada em ambiente simulado de gravidade
zero no voo espacial previsto para meados de 2015, no Centro de Lançamento de
Alcântara, que fica no Maranhão, juntamente com experiências científicas de diversas
universidades brasileiras.
Em julho de 2007, o grupo da UEL integrou a Missão Cumã
II, que lançou o VSB-30 VO4 (quarto Foguete de Sondagem da série VSB-30).
Naquela missão foi testada a primeira versão da Paanda. Participaram da missão,
além da UEL, instituições que tem tradição nesses estudos como o Instituto
Tecnológico de Aeronáutica (ITA), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE), o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e também o Centro
Universitário FEI.
O experimento da UEL pode ser considerado um sucesso.
Mais que isso, entrou para história da pesquisa aeroespacial do país ao
conseguir produzir um protótipo e embarcá-lo no VSB-30. O veículo atingiu uma
altitude de 250 quilômetros e permaneceu no espaço durante 6 minutos em um
ambiente de microgravidade.
O ambiente de microgravidade ou ambiente simulado de
gravidade zero é obtido quando o veículo sai atmosfera e entra em queda livre.
O veículo separa-se de seu motor e inicia um procedimento para zerar suas
rotações. A partir deste instante e enquanto estiver em queda no espaço ele
estará em microgravidade.
RESULTADOS PRÁTICOS
– O coordenador do projeto, Prof. Marcelo Tosin, espera repetir a
experiência de olho no domínio de novas tecnologias. Ele explica que o ambiente
de microgravidade permite observar determinados fenômenos que seriam impossíveis
sob a ação da gravidade da terra. Neste ambiente, por exemplo, podem ser realizadas pesquisas biológicas,
sintetizados novos materiais e substâncias e testados equipamentos eletrônicos.
Os londrinenses buscam desenvolver um instrumento capaz
de medir níveis de aceleração um milhão de vezes menores que a gravidade da
terra, de forma a monitorar o ambiente de microgravidade gerado no veículo em
queda livre no espaço. Para isto, o instrumento utiliza sensores de aceleração
(acelerômetros) de altíssimo desempenho. Apenas para comparação, os controles
de videogame atuais também utilizam acelerômetros e outros sensores para mapear
os movimentos do usuário. No entanto, os sensores utilizados na Paanda possuem uma resolução mil vezes
melhor.
Segundo o professor, o Brasil, apesar de figurar entre as
dez maiores economias mundiais, apresenta um grande déficit tecnológico. “Esses
sensores não são fabricados no Brasil. Não temos sequer tecnologia para isso”,
reclama Tosin. Ele explica que os estudos do grupo focam em projetar e construir
circuitos e desenvolver técnicas para ler e tratar os sinais oriundos destes
acelerômetros.
“Estes circuitos precisam ter um desempenho melhor que os
próprios acelerômetros se quisermos obter as informações de aceleração com a
qualidade necessária para monitorar o ambiente de microgravidade do veículo.
Além disso, os circuitos precisam sobreviver ao ambiente gerado pelo voo em um
foguete de sondagem como o VSB-30 até chegarem ao espaço”, complementa ele.
ALCÂNTARA – Na
primeira missão, em 2007, Tosin acompanhou pessoalmente o lançamento Paanda, no
Centro de Alcântara, juntamente com o professor Francisco Granziera Junior, do
mesmo departamento, e do engenheiro Luis Guilherme Gimenez de Souza, aluno de
pós-graduação no curso de Engenharia Elétrica da UEL. Tosin conta que o foguete
chegou a voar durante 15 minutos, atingindo 7.200 km/hora, caindo depois no mar
a cerca de 160 quilômetros da base de lançamento.
O experimento, assim como os demais sete projetos
embarcados no veículo, foram perdidos. Os dados, no entanto, foram recuperados,
já que as informações de aceleração
puderam ser transmitidas em tempo real, por ondas de rádio.
O professor Francisco Granziera Junior explica que o voo
de um foguete é marcado por turbulências, oscilação rápida de temperatura e
alto risco. Por isso, antes do voo o projeto científico passa por testes e ensaios
de qualificação que buscam garantir a resistência de todos os materiais e
componentes utilizados nas piores condições de temperatura e vibração.
Segundo Granziera, o protótipo passa, inicialmente, por
um ensaio de vibração, em que é colocado dentro de um aparelho denominado “Shaker”,
que simula as vibrações do veículo durante o voo. Numa segunda etapa, é
submetido a testes térmicos, que buscam encontrar falhas nos circuitos sob
variações drásticas de temperaturas. De acordo com o professor, durante o
deslocamento na atmosfera o veículo esquenta rapidamente e a Paanda ultrapassa
os 65 graus.
Granziera Junior lembra ainda que o voo da Operação Cumã II
foi acompanhado passo a passo pelos militares em Alcântara. Toda operação foi
rastreada para tentar recapturar o veículo após a missão. O professor lembra
que após a queda no mar, os militares buscaram o aparelho no litoral do
Maranhão, em um helicóptero com pessoal especialmente treinado para o resgate.
Infelizmente o veículo não foi encontrado. O projeto da UEL teve todos os dados
recuperados, mas alguns experimentos acabaram sendo prejudicados.
Fonte: Site Bonde - http://www.bonde.com.br/
Comentário: Bom, bom, muito bom mesmo e acho que esses voos
do Programa Microgravidade da AEB deveriam ser realizados com mais frequência,
mesmo que não exista demanda suficiente no Brasil (como alguns defendem), pois
os espaços restantes nessas missões poderiam ser oferecidos (através de acordos
internacionais em especial na América Latina) a instituições universitárias, privadas e governamentais de outros países.
Aproveitamos para agradecer ao leitor Luiz de Paula Rocha pelo envio dessa notícia.
Comentários
Postar um comentário