Vetos ao Marco Legal Dificultam Interação Entre Universidades e Indústria, Diz Secretário
Olá leitor!
Segue agora uma notícia postada ontem (03/08) no site do Ministério
da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) destacando que segundo
o Secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTIC,
Jailson de Andrade, vetos ao Marco Legal dificultam interação entre Universidades
e Indústria.
Duda Falcão
NOTÍCIAS
Vetos ao Marco Legal Dificultam Interação Entre Universidades
e Indústria, Diz Secretário
Para Jailson de Andrade, vetos criaram insegurança
jurídica para a prática
da pesquisa na academia e na indústria. Nova lei
facilitou a importação de
insumos para controle antidoping na Rio 2016, disse o
secretário, no Senado.
Por Ascom do MCTIC
Publicação: 03/08/2016 | 16:25
Última modificação: 03/08/2016 | 16:28
Crédito: Ascom/MCTIC
Secretario do MCTIC, Jailson de Andrade
participou de
seminário no Senado.
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Os vetos presidenciais ao Marco Legal da Ciência,
Tecnologia e Inovação (Lei nº 13.243/2016) criaram insegurança jurídica para a
prática de pesquisa e desenvolvimento tanto na academia quanto na indústria.
Além disso, a retirada de artigos da nova lei trouxe dificuldades para a
interação entre universidades e setor produtivo. A avaliação é do secretário de
Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Jailson de Andrade.
Durante seminário sobre o Marco Legal, promovido nesta
terça-feira (2) pelo Senado em parceria com a Câmara dos Deputados, o
secretário reiterou o apoio do ministro Gilberto Kassab à recuperação do texto
original do Marco Legal por medida provisória ou por projeto de lei de autoria
do senador Jorge Viana (PT-AC).
"A retirada de artigos atingiu ao mesmo tempo os
setores acadêmico e empresarial, atrapalhando inclusive a interação entre os
dois lados. Então, seja PLS ou MP, quem ganhar a corrida será saudado como
vencedor, mas ambos têm papel extremamente relevante, porque a disputa é
saudável e aumenta a pressão."
Sobre a regulamentação do Marco Legal, o secretário
recordou o plano de trabalho iniciado em fevereiro, por meio do diálogo entre
diversos órgãos, para elaborar a proposta de decreto, submetida à consulta
pública entre 9 de maio e 12 de junho. "Fora as várias reuniões feitas,
recebemos 461 contribuições e tivemos mais de 40 mil acessos", informou, explicando
que um comitê liderado pelo MCTIC analisa os comentários para consolidar a
minuta do decreto.
Jailson reforçou que o Marco Legal alterou nove leis
federais e criou uma série de facilidades. "Dentre elas, vale a pena
destacarmos a segurança jurídica, afetada pelos vetos; a ampliação do conceito
de ICT [Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação], que passa a
abranger os setores privado e público; o estímulo à interação
universidade-empresa; e, além de mudanças em licitações e do compartilhamento
de laboratórios, a importação de produtos e insumos para pesquisa,
desenvolvimento e inovação."
Segundo o secretário, no primeiro semestre de vigência, o
Marco Legal facilitou a solução de dois desafios por dar agilidade à importação
de produtos. "Vimos já este ano a questão de insumos ligados aos Jogos
Olímpicos, para o controle antidoping, que inclusive requereu uma ação especial
desenhada de forma muito específica. Outro ponto que enfrentamos recentemente é
com relação ao vírus zika. O plano de combate exige a compra de pequenos
equipamentos. Então, essa é uma situação extremamente estratégica para o
setor."
Diálogo
A diretora de Inovação da Confederação Nacional da
Indústria (CNI), Gianna Sagazio, destacou que é consenso a urgência da
recuperação do texto original do Marco Legal, mas defendeu o diálogo com todos
os atores envolvidos.
Na mesma linha, a presidente da Sociedade Brasileira para
o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, afirmou que, em reunião no Palácio
do Planalto, o presidente em exercício, Michel Temer, "ficou extremamente
sensibilizado" com os desafios do setor. O encontro, segundo ela,
"deixou claro que vamos precisar de diálogo" com o Ministério da
Fazenda, Tesouro Nacional e Ministério do Planejamento – o que levou o
presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e
Informática do Senado (CCT), Lasier Martins (PDT-RS), a sugerir o convite a
representantes da equipe econômica do governo para participar do diálogo sobre
pesquisa, desenvolvimento e inovação.
Para Helena Nader, junto à necessidade de reinserir os
trechos vetados na lei e de regulamentar o Marco Legal, é preciso trabalhar
para que estados e municípios adequem suas legislações. Ela destacou que o
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a
Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) interagem "de forma muito boa,
há muitos anos", com as fundações de amparo à pesquisa e as secretaria
estaduais. "Mas eu acho que essa articulação tem que ser mais clara e
incisiva. Supondo que a gente vença isso, vamos ter que levar essa lei aos
municípios. Muitos deles fazem inovação e vão ter que incorporar as novas
regras, que têm que ser entendidas e praticadas por todos os atores do
sistema."
Na opinião do consultor jurídico do Ministério da
Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Bruno Portela, o artigo 3º da Lei de
Inovação Tecnológica (Lei nº 10.973/2016), alterado pelo Marco Legal, simboliza
o "espírito" da ação articulada entre comunidade científica,
Congresso e Executivo. O novo texto define que "a União, os estados, o
Distrito Federal, os municípios e as respectivas agências de fomento poderão
estimular e apoiar a constituição de alianças estratégicas e o desenvolvimento
de projetos de cooperação".
"Isso dá uma amplitude de uma gama de contratos e
ajustes que podem ser assinados. A gente não tem entrave para assinar diversos
instrumentos jurídicos em razão dessa lei e desse dispositivo, que trouxeram
claridade para os operadores."
2% do PIB Para Ciência e Tecnologia
Também presente ao seminário o chefe da Assessoria de
Acompanhamento e Avaliação das Atividades Finalísticas do MCTIC, Luiz Fernando
Fauth, avaliou que a meta de investir 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em
ciência, tecnologia e inovação é fundamental para os programas estratégicos do
país. Segundo ele, projetos como o Sirius (nova fonte de luz síncrotron
brasileira) e o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) são importantes para
impulsionar a ciência brasileira.
"Considerando que possamos alcançarmos esse patamar,
vamos poder dar ênfase em projetos estratégicos. Poderemos investir nos
programas espacial e nuclear e na expansão das minas de urânio. Também estão
inseridos o Projeto Sirius e o Reator Multipropósito Brasileiro [RMB], que vão
ser importantes para alavancar a ciência do país e trazer dividendos
econômicos", destacou Fauth no seminário sobre o Marco Legal da Ciência,
Tecnologia e Inovação no Senado.
Fauth destacou ainda a importância dos investimentos em
bolsas de pós-graduação para formar pesquisadores. "É importante investir
na formação de cérebros capacitados. São eles que vão fazer a ciência
acontecer, e devemos ampliar a base de pesquisa com bolsas de pós-graduação.
Com esse contingente de recursos humanos, as empresas vão ter gente capacitada
para investir mais em pesquisa e desenvolvimento."
Fonte: Site do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação
e Comunicações (MCTIC)
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