Nova Exploração dos Dados da 'Sonda Espacial Voyager 2' Revela Mistérios Antigos Sobre o Planeta Urano

Prezados leitores e leitoras do BS!
 
Imagem: Space Daily
Ilustrativo.
 
No dia de ontem (12/11), o portal Space Daily noticiou que uma análise recente dos dados da histórica passagem da Sonda Espacial Voyager 2 pelo Planeta Urano, realizada pela NASA em 1986, ajudou a esclarecer alguns mistérios que deixaram os cientistas perplexos por décadas. 
 
De acordo com a nota do portal, durante sua abordagem histórica em 1986, a Voyager 2 capturou as primeiras imagens detalhadas e medições de Urano, revelando um planeta incomum com um eixo inclinado e características únicas, incluindo comportamentos inesperados em sua magnetosfera. Esta região, conhecida por prender partículas carregadas, apresentou anomalias que confundiram os pesquisadores.
 
Agora, dados recentemente revisitados dessa missão revelam que um evento incomum de clima espacial comprimiu a magnetosfera de Urano apenas dias antes da passagem da Voyager 2. Segundo Jamie Jasinski, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA e autor principal de um estudo publicado recentemente na Nature Astronomy, "Se a Voyager 2 tivesse chegado apenas alguns dias mais cedo, teria observado uma magnetosfera completamente diferente em Urano." Essa compressão, observada em apenas 4% das vezes, causou uma depleção de plasma e uma súbita injeção de elétrons.
 
As magnetosferas protegem os planetas com campos magnéticos, funcionando como barreiras contra o plasma do vento solar. Os dados da Voyager 2 mostraram cinturões de radiação intensa de elétrons, semelhantes apenas aos de Júpiter, mas não detectaram as fontes usuais de plasma esperadas das cinco grandes luas do planeta, levando os cientistas a acreditar que essas luas eram geologicamente inativas.
 
As descobertas mais recentes atribuem a ausência de plasma ao vento solar forte, que o expulsou da magnetosfera de Urano. Esse fenômeno também sugere que as luas de Urano podem ser mais ativas do que se pensava anteriormente, fornecendo consistentemente íons ao ambiente do planeta.
 
Esses novos insights despertaram o interesse dos cientistas planetários, alinhando-se com o Decadal Survey de 2023 da Academia Nacional de Ciências, que identificou o sistema de Urano como uma prioridade para futuras missões.
 
Linda Spilker, que fez parte da equipe original da Voyager 2, refletiu sobre a histórica passagem: "A passagem foi cheia de surpresas, e estávamos em busca de uma explicação para seu comportamento incomum. A magnetosfera medida pela Voyager 2 era apenas uma fotografia do momento. Este novo trabalho explica algumas das aparentes contradições e mudará novamente nossa visão sobre Urano."
 
Hoje, a Voyager 2 continua sua jornada pelo espaço interestelar, aproximadamente 21 bilhões de quilômetros da Terra.
 
 
Brazilian Space
 
Brazilian Space 15 anos
Espaço que inspira, informação que conecta!

Comentários