O 'Rover Curiosity' da NASA Se Prepara Para Deixar Para Trás as Pedras de Enxofre e Iniciar a Exploração do Boxwork

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Imagem: Space Daily
O Rover Curiosity da NASA capturou este panorama usando sua Mastcam enquanto se dirigia para o oeste, afastando-se do canal Gediz Vallis em 2 de novembro de 2024, o 4.352º dia marciano, ou sol, da missão. As trilhas do rover em meio ao terreno rochoso são visíveis à direita.
 
No dia de ontem (19/11), o portal Space Daily noticiou que o Rover Curiosity da NASA está prestes a embarcar em um novo capítulo de sua missão, rumo a uma formação geológica distinta chamada Boxwork, após concluir suas investigações no Canal Gediz Vallis. Este canal tem sido um local de grande interesse para os cientistas, levantando questões sobre sua formação durante a transição de Marte para um clima mais seco. O mistério aumenta com a descoberta inesperada de um campo de pedras de enxofre branco encontrado durante o verão.
 
De acordo com a nota do portal, antes de partir, o Curiosity capturou um panorama de 360 graus do canal e suas características únicas, incluindo o campo de pedras de enxofre. Essa imagem detalhada foi obtida pouco antes de o rover se deslocar para o limite ocidental do canal no final de setembro.
 
A missão do Curiosity foca em descobrir evidências de condições que poderiam ter sustentado vida microbiana durante os períodos mais úmidos de Marte, bilhões de anos atrás. O canal Gediz Vallis, localizado nas regiões inferiores do Monte Sharp, pode fornecer novas percepções sobre a transição climática de Marte à medida que as fontes de água diminuíam. Enquanto as camadas mais antigas da montanha revelam uma história de condições áridas, o canal indica episódios de fluxo de água durante períodos de mudança climática.
 
Pesquisadores estão examinando características dentro de Gediz Vallis, como um monte de detritos conhecido como "Pinnacle Ridge", visível no panorama recente. A paisagem variada sugere que ela foi moldada por uma combinação de fluxos de rios, movimentação de detritos úmidos e avalanches secas. Os cientistas buscam estabelecer uma linha do tempo usando dados coletados pelo Curiosity.
 
Um foco importante tem sido as misteriosas pedras de enxofre espalhadas pela região. Imagens anteriores da sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) mostraram a área como uma mancha aparentemente comum de terreno claro, sem conseguir detectar as pedras de enxofre devido ao seu tamanho pequeno. No entanto, ao chegar, o Curiosity revelou sua presença e até esmagou uma delas, descobrindo cristais amarelos em seu interior.
 
Testes realizados com os instrumentos do Curiosity confirmaram que a composição da pedra é enxofre puro, uma descoberta sem precedentes em Marte. Na Terra, o enxofre está associado à atividade geotérmica, como vulcões e fontes termais, mas o Monte Sharp não apresenta sinais desses processos geológicos.
 
"Analisamos o campo de enxofre de todos os ângulos - de cima e de lado - e procuramos qualquer coisa misturada com o enxofre que pudesse nos dar pistas sobre como ele se formou. Coletamos uma tonelada de dados, e agora temos um quebra-cabeça divertido para resolver", disse Ashwin Vasavada, cientista do projeto Curiosity no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA.
 
Atualmente, o rover está posicionado ao longo da borda ocidental do canal, capturando imagens panorâmicas adicionais antes de partir para o boxwork. Essa formação, quando observada pela MRO, parece com teias de aranha cruzando a paisagem marciana. Os cientistas acreditam que o boxwork se formou quando minerais transportados pelos últimos vestígios de água do Monte Sharp se depositaram nas fraturas rochosas e se solidificaram. Com o tempo, à medida que a rocha se erodiu, as fraturas preenchidas com minerais foram expostas, criando os padrões distintos.
 
Na Terra, o boxwork é tipicamente encontrado nas encostas de falésias e em cavernas, mas as formações no Monte Sharp são únicas devido à sua escala, se estendendo por uma área entre 10 e 20 quilômetros e se formando à medida que os recursos hídricos de Marte diminuíam.
 
"Essas cristas incluirão minerais que se cristalizaram no subsolo, onde teria sido mais quente, com água líquida salgada fluindo por ali", observou Kirsten Siebach, cientista da Universidade Rice. "Micróbios da Terra primitiva poderiam ter sobrevivido em um ambiente semelhante. Isso torna esse um lugar empolgante para explorar."
 
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