Sonda da ESA Detectou Brilho Verde ao Redor de Marte Pela Primeira Vez
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada dia (17/06) no
site “Canaltech” destacando que Sonda da ESA detectou brilho
verde ao redor de Marte pela primeira vez.
Duda Falcão
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Sonda da ESA Detecta Brilho Verde ao Redor de Marte Pela
Primeira Vez
Por Daniele Cavalcante
Canaltech
Fonte: ESA
17 e Junho de 2020 às 13h13
Um brilho verde foi detectado ao redor da atmosfera de
Marte através dos instrumentos da ExoMars Trace Gas Orbiter (TGO), sonda
que orbita o Planeta Vermelho desde outubro de 2016. Essa é a primeira vez que
um brilho como este foi observado em um mundo que não a Terra.
Esse fenômeno é relativamente comum, mas difícil de
testemunhar. Na Terra, por exemplo, acontece de modo mais intenso durante as
auroras polares, quando elétrons energéticos do espaço atingem a atmosfera
superior, resultando em magníficas luzes de tonalidade verde. Nesses casos,
podemos ver com nitidez. Mas a nossa atmosfera brilha constantemente, seja por
causa da luz do Sol agitando átomos e moléculas como azoto e oxigênio durante o
dia, seja quando as moléculas separadas se recombinam à noite.
Em condições normais, o brilho noturno esverdeado é
bastante tênue e, portanto, é mais fácil de observar quando se está na órbita
do planeta. Por isso, vemos a camada verde sobre a atmosfera da Terra em muitas
fotografias tiradas por astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional
(ISS). Uma das emissões mais brilhantes observadas na Terra acontece à noite,
quando átomos de oxigénio emitem um comprimento de onda específico da luz. Isso
nunca havia sido visto em outro planeta - até agora.
(Foto: NASA)
Brilho verde ao redor da atmosfera terrestre, capturado a
partir da ISS.
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De acordo com Jean-Claude Gérard, da Universidade de
Liège, Bélgica, principal autor do novo estudo publicado na Nature Astronomy,
os cientistas preveem há cerca de 40 anos que esta emissão existe em Marte. O
problema era que ainda não haviam sido capazes de registrar o fenômeno para
comprová-lo. No entanto, o TGO conseguiu realizar a tarefa.
Ann Carine Vandaele, do Instituto Real Belga de Aeronomia
Espacial, Bélgica, coautora do estudo, explica que “as observações anteriores
não capturaram nenhum tipo de brilho verde em Marte” e que por isso a equipe
decidiu reorientar os instrumentos do TGO a fim de “apontar para a ‘borda’ de
Marte, semelhante à perspetiva que se vê nas imagens da Terra obtidas a partir
da ISS”. Então, entre os dias 24 de abril e 1 de dezembro de 2019, eles
exploraram altitudes que variam de 20 a 400 km da superfície marciana.
Quando analisaram os conjuntos de dados obtidos,
encontraram a emissão verde de oxigénio em todos eles. “A emissão foi mais
forte a uma altitude de cerca de 80 km e foi diferente dependendo da distância
variável entre Marte e o Sol,” disse Ann Carine.
Estudar o brilho das atmosferas planetárias pode ajudar
os pesquisadores a entender melhor a composição e a dinâmica dessas regiões de
outros mundos, além de revelar como a energia enviada pela luz do Sol e pelo
vento solar interage nessas atmosferas. Para entender melhor o brilho verde de
Marte e compará-lo com o brilho que há ao redor do nosso planeta, Jean-Claude e
os colegas investigaram a fundo como ele se formou.
(Imagem: J.-C. Gérard)
Emissão de oxigênio detectada nos espectros pelo
instrumento NOMAD do ExoMars Trace Gas Orbiter da ESA.
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Eles descobriram que a emissão “é produzida,
principalmente, como o dióxido de carbono e dividida nas suas partes
constituintes: monóxido de carbono e oxigénio,” explica Jean-Claude.
“Observamos os átomos de oxigénio brilhando tanto na luz visível quanto na ultravioleta”,
completou. A comparação simultânea destes dois tipos de emissão mostrou que a
emissão visível era 16,5 vezes mais intensa que na ultravioleta.
Ainda de acordo com Jean-Claude, “as observações em Marte
concordam com os modelos teóricos anteriores, mas não com o brilho real que
observamos em torno da Terra, onde a emissão visível é muito mais fraca. Isto
sugere que temos mais a aprender sobre como os átomos de oxigénio se comportam,
o que é extremamente importante para o nosso entendimento da física atómica e
quântica”.
Compreender as propriedades da atmosfera de Marte é
também fundamental para operar as missões que os pesquisadores e agências
espaciais pretendem enviar ao Planeta Vermelho. É que a densidade atmosférica
afeta diretamente a resistência experienciada pelos satélites em órbita e pelos
paraquedas usados para enviar sondas à superfície marciana.
Fonte: Site Canaltech -
https://canaltech.com.br
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