Motores de Foguetes do Futuro Podem Funcionar Como Propulsores a Jato
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada ontem (29/06) no
site do “Olhar Digital” destacando que Motores de Foguetes do Futuro podem
funcionar como Propulsores a Jato.
Duda Falcão
CIÊNCIA E ESPAÇO
Motores de Foguetes do Futuro Podem Funcionar Como Propulsores
a Jato
Engenheiros americanos desenvolvem sistema de
propulsão por aspiração de ar que pode aumentar a eficiência energética de
espaçonaves; ainda em testes, projeto causa ceticismo em especialistas
Por Victor Pinheiro
Olhar Digital
Fonte: Wired
29/06/2020 - 19h06
Para alcançar a órbita da Terra, foguetes necessitam de toneladas de combustível e oxidantes
a fim de garantir a propulsão adequada. Este grande volume de material também
demanda muito espaço na espaçonave - não é à toa que o Falcon 9, da SpaceX, tem cerca de 70 metros de comprimento.
Um novo motor em desenvolvimento por dois engenheiros
norte-americanos, no entanto, propõe uma alternativa para otimizar a quantidade
de oxidantes transportados por foguetes e reduzir o custo de lançamentos.
Trata-se do sistema de propulsão por aspiração de ar Fernis, uma tecnologia que
combina características de um motor de foguete convencional e um motor a jato.
Aaron Davis e Scott Stegman já contam com um protótipo
construído para o captar o ar diretamente da atmosfera durante o percurso da
espaçonave e usá-lo como oxidante para induzir a propulsão do veículo. O Fernis
aspira passivamente o ar por uma extremidade e então o comprime e o combina com
querosene e um pouco de oxigênio gasoso em uma câmara de combustão.
As chamas residuais da reação no interior do
compartimento são liberadas na outra extremidade. De acordo com cálculos dos
engenheiros, quando completo o sistema poderia reduzir a quantidade de
oxidantes transportados por um foguete em até 20%. Em teoria, isso significa
que foguetes equipados com a tecnologia poderiam ser mais compactos ou destinar
mais espaços de compartimento a cargas úteis.
Imagem: Reprodução
Motor de propulsão híbrido SABRE.
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Histórico
Como aponta o site Wired, a ideia de combinar um
motor e um motor de foguete convencional não é nova. No entanto,
historicamente, esse recurso está associado a um uso em etapas. A Virgin
Galactic, um empresa de voos espaciais, por exemplo, usa aviões a jato para
transporte foguetes convencionais por vários quilômetros na atmosfera e então
libera os veículos, que concluem sozinhos a etapa final da viagem ao espaço.
Projetada pela NASA, a aeronave X-43 apresenta um motor de foguete para
dar impulso inicial para o veículo. Na sequência, um sistema hipersônico a jato
de respiração aérea - conhecido como scramjet - assume o controle do veículo.
O Fernis, por outro lado, corresponde a um sistema de
estágio único para órbita (SSTO). Ou seja, ele impulsiona veículos que chegam
até a órbita da Terra sem ajuda de dispositivos externos e não precisam
destacar nenhuma de suas partes de maquinário durante o percurso. Nesta
categoria também está inclusa a tecnologia SABRE, um conceito de motor híbrido
de motor de foguete e jato hipersônico desenvolvido pela empresa britânica
Reaction Engine.
Há, no entanto, um desafio fundamental aplicado aos
sistemas SSTO: para atingir a velocidade necessária para chegar na órbita é
preciso um volume tremendo de propulsores. Ao adicionar combustível e outros
materiais, o foguete fica mais pesado - isso dificulta que o veículo alcance as
velocidades necessárias.
É por essa razão que muitos foguetes contam com sistemas
de dissociação, em que parte da espaçonave é desconectada durante o voo, e não
se enquadram na categoria SSTO. A expectativa de David e Stegman, portanto, é
que o sistema de propulsão por aspiração de ar dê conta do recado, dispensando
parte da necessidade de oxidantes a bordo das espaçonaves.
Testes
Em dezembro de 2019, a dupla de engenheiros obtive
sucesso em um teste de ignição e comprovaram que o sistema é capaz de captar e
comprimir o ar, assim como liberar as chamas de forma segura, a velocidade
zero. Ainda assim, como retrata um vídeo
divulgado no YouTube, o protótipo está longe de apresentar um potencial
suficiente para a propulsão de foguetes.
Imagem: Mountain Aerospace Solutions
Imagem capturada durante teste do protótipo Fernis.
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A dupla ainda pretende conduzir alguns testes mais
avançados no final deste ano para estudar a energia máxima suportada pelo
mecanismo experimental. Ao Wired, Davis afirmou que espera obter mais de 600
segundos de impulso específico - medida de eficiência de jato - durante os
testes futuros.
A meta é bastante ambiciosa, uma vez que o recorde
mundial, detido pela Nasa, corresponde a 542 segundos. A maioria dos foguetes
orbitais em operação possui impulsos específicos em torno de 300 segundos. Caso
tudo ocorra bem com os experimentos, David espera realizar o primeiro voo de um
veículo equipado com o Fernis até 2022.
Contestação
O sistema de propulsão por aspiração de ar, no entanto, é
visto com um certo ceticismo por alguns especialistas. Em entrevista à Wired,
Adonios Karpetis, engenheiro aeroespacial formado pela Texas A&M University
e um expert em combustão de alta velocidade, argumenta que foguetes se
locomovem em velocidades supersônicas ou hipersônicas, mas a câmara de
combustão desses veículos não sofrem os impactos da velocidade elevada.
Não se pode dizer o mesmo de motores hipersônicos por
aspiração de ar, que apresentam fluxos de ar hipersônicos no interior do motor.
Karpetis lembra que esse foi um desafio para empresas que fabricam motores
scramjet hipersônicos e provavelmente será um barreira para o motor Fernis.
"O que acontecerá quando o Fenris se tornar
verdadeiramente supersônico e o ar entrar nele em alta velocidade? Um palpite
simples seria um comportamento decrescente, reduzindo rapidamente o impulso
específico de 600 segundos para um valor menor.", disse o especialista.
Já Dan Erwin, professor de engenharia aeroespacial da
University of Southern California, diz que a atmosfera é composta por
nitrogênio inerte, que ao ser aquecido pela combustão entre o oxigênio e a
querosene pode provocar uma redução da temperatura da reação e reduzir a
pressão do sistema. Ele afirma ainda que a velocidade de escape pode ser maior
que a velocidade da sonda.
Fonte: Site Olhar Digital - https://olhardigital.com.br
Comentário: Bom leitor, eu não sou um especialista, mas particularmente
não vejo muito futuro nessa tecnologia não, porém tá aí a notícia.
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