O Setor Espacial no SIGE 2018
Olá leitor!
O Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial
(DCTA) ao lado do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) realizarão de 25 a
27/09 a vigésima edição do “Simpósio de Aplicações Operacionais em Áreas de
Defesa (SIGE)”.
O SIGE é um evento anual promovido com o objetivo de
criar um ambiente de troca de experiências entre os setores acadêmicos, industriais
e operacionais das Forças Armadas, em temas de ensino, pesquisa e desenvolvimento
em áreas de Defesa.
A equipe organizadora do SIGE é formada pela Comissão de
Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Aplicações Operacionais (PPGAO) e conta com a participação
voluntária de todos os alunos de mestrado e doutorado do PPGAO. O corpo de revisores dos
artigos submetidos é constituído por integrantes da comunidade científica nacional e
internacional, e integrantes do setor operacional das forças armadas e da indústria, com notório
saber na área de Defesa.
Pois então leitor, apesar deste ser um simpósio mais
direcionado ao Setor de Defesa, como o ITA e o IAE são institutos do DCTA e
ambos conduzem pesquisas também para o Setor Espacial, alguns projetos em
andamento, estudos e propostas para a este setor também serão apresentados durante
o evento, e o Blog BRAZILIAN SPACE selecionou para você os mais significativos.
Leia com atenção, pois alguns irão lhe surpreender.
Duda Falcão
* ARCABOUÇO PARA IDENTIFICAÇÃO DE AMEAÇAS AOS OBJETOS
ESPACIAIS
Ilmo Caldas Neto (Instituto Tecnológico de Aeronáutica)
Henrique Costa Marques (Instituto Tecnológico de
Aeronáutica)
Resumo: A exploração do ambiente espacial tem culminado
em uma crescente geração de lixo espacial, o que tem demandado maior acurácia
nas manobras evasivas e de reposicionamento orbital. Dessa forma, em um
ambiente com 17 mil objetos em órbita, os operadores satelitais precisam
identificar quais são as ameaças aos seus ativos com precisão e tempo hábil de
resposta. Esse tipo de tecnologia é parte integrante da gestão de um satélite,
pois o tipo de objeto, a coordenada, o tempo e a gravidade da potencial colisão
definem o risco e a necessidade de uma manobra mitigadora, sendo necessário o
uso de metodologias precisas de propagação orbital, as quais demandam alto
poder computacional. Este trabalho desenvolve um arcabouço para a identificação
das ameaças a um objeto de interesse, considerando sempre os dados reais de
todos os objetos em órbita, utilizando técnicas de filtragem para redução de
custo computacional e apresentando parâmetros inerentes a gestão de risco
espacial, assunto esse escassamente discutido na literatura. Com base em um
estudo de caso do satélite brasileiro SGDC-1, foi observado que a aplicação de
filtros reduziu de forma relevante o tempo de propagação orbital, evitando o
processamento de objetos que não trazem risco. Da mesma forma, um módulo
dedicado a localização das regiões críticas permitiu a identificação de duas
ameaças reais, informando a posição e o tempo das potenciais colisões.
* UMA ABORDAGEM DE MBSE PARA A MISSÃO GARATÉA-L
Renan G. S. Menezes (Instituto Tecnológico de
Aeronáutica)
Linélcio S. Paula (Instituto Tecnológico de Aeronáutica)
Emerson H. S. Oliveira (Instituto Tecnológico de
Aeronáutica)
Jonas B. Fulindi (Instituto Tecnológico de Aeronáutica)
Luís Eduardo V. Loures da Costa (Instituto Tecnológico de
Aeronáutica) Gente
Que Faz
Lucas Fonseca (CEO, Airvants) Gente Que Faz
Resumo: Este artigo apresenta os principais resultados da
aplicação de uma abordagem Agile System Engeneering no estudo de caso da missão
Garatéa-L (primeira missão lunar brasileira), utilizando MBSE e a linguagem
descritiva de sistemas SysML. Dentro dos princípios dos métodos ágeis, foram
realizados Loop’s de projeto, processo de elicitação de requisitos, Lab
Meetings, interação dinâmicas com os stakeholders. A partir da aplicação dessa
abordagem foi possível desenvolver o Conceito de Operações da missão,
abrangendo informações essenciais para o entendimento das necessidades dos
stakeholders, e realizar a modelagem através do SysML. Os diagramas criados
foram: Use Cases, Diagrama de Sequências “White Box” e Diagrama de Requisitos,
e também foi realizada a análise de dependabilidade (dependability) e o estudo
das alternativas das soluções (trade studies). Os resultados demonstram que a
aplicação da abordagem ágil possibilita antecipar análises necessárias para o
sucesso da missão e provê a rastreabilidade de requisitos em atendimento às
necessidades dos stakeholders.
* PROTÓTIPO DE UM SUBSISTEMA DE CONTROLE DE ATITUDE PARA
MISSÕES SUBORBITAIS
Denys Tanos (Instituto de Aeronáutica e Espaço)
Felipe da Motta Silva (Instituto de Aeronáutica e Espaço)
Andrei Souza (Instituto Tecnológico de Aeronáutica)
Alison Moraes (Instituto de Aeronáutica e Espaço)
Valeria Leite (Instituto de Aeronáutica e Espaço)
Cesar Batagini (Instituto de Aeronáutica e Espaço)
Resumo: Este artigo descreve uma eletrônica embarcada que
está em desenvolvimento com o objetivo de realizar controle de rolamento em
foguetes de sondagem. Este desenvolvimento envolve o uso de sensores de
tecnologia MEMS, de baixo custo juntamente com processador de aplicação
comercial. Os ensaios realizados mostraram que o sistema desenvolvido é capaz
de realizar as medidas de velocidade angular em uma escala linear. As
simulações em malha fechada realizadas envolvendo o protótipo mostraram a
efetividade do projeto, sendo este eficaz em cancelar o rolamento residual da
carga útil oriundo da fase propulsada.
* IDENTIFICAÇÃO DE ESTRELAS PARA SENSORES EMBARCADOS EM
NANOSSATÉLITES
Pedro Kukulka de Albuquerque (Instituto Tecnológico de
Aeronáutica)
Valdemir Carrara (Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais)
Luis Eduardo V. Loures da Costa (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) Gente Que Faz
Resumo: Este artigo visa desenvolver uma solução para a
identificação estelar sem informação de atitude prévia no sensor de estrelas,
de acordo com as restrições de energia e espaço interno presente em
nanossatélites. Para isso foi utilizado dois algoritmos de identificação
conhecidos como pirâmide e valor P, além de uma terceira opção formada por
esses dois. Modificações na lógica clássica desses foram necessárias para
atender as necessidades impostas ao problema. Por fim, o algoritmo foi simulado
no Matlab em um ambiente ruidoso de forma a comparar as soluções quanto ao
tempo para identificação e robustez ao cenário criado.
* UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE FOGUETES DE SONDAGEM PARA
O LANÇAMENTO DE CUBESATS
Danton José Fortes Villas Bôas (Instituto de Aeronáutica
e Espaço)
Alison de Oliveira Moraes (Instituto Tecnológico de
Aeronáutica)
Resumo: Nos últimos cinco anos a quantidade de lançamento
de micro-satélites e cubesats tem apresentado constante crescimento. Há
previsões de lançamento de pelo menos 500 satélites desse porte por ano nos
próximos cinco anos. Este trabalho apresenta um estudo de emprego de
tecnologias, propulsores e subsistemas já desenvolvidos no programa brasileiro
de foguetes de sondagem para aplicação em sistemas de lançamento orbital de
microsatélites e cubesats. São estudadas configurações de foguetes lançadores
de pequeno porte para o acesso ao espaço com custo baixo e confiabilidade
suficiente. Foi estudada a utilização dos veículos VL3 e VL4, desenvolvidos a
partir dos foguetes suborbitais VSB-30 e VS-40 respectivamente, obtendo-se
massas de carga útil de 8 a 11 kg para o VL3 e entre 23 a 35 kg para o VL4,
para as órbitas estudadas neste trabalho. Os resultados mostraram-se
promissores, e novos estudos são indicados para o detalhamento das ideias
propostas. Dois novos propulsores, com massa de propelente de 292 e 50 kg,
necessitariam ser desenvolvidos para a aplicação nos estágios superiores dos
veículos VL3 e VL4. As tecnologias envolvidas são acessíveis, conhecidas e já
utilizadas no PEB, e os exemplos estrangeiros apresentados indicam uma opção a
ser considerada.
* BENCHMARKING PARA PROJETO DE UM NANOSSATÉLITE DE
COMUNICAÇÕES PARA O EXÉRCITO BRASILEIRO
Douglas Estevam Casale (Instituto Tecnológico de
Aeronáutica)
Jéssica Garcia de Azevedo (Instituto Tecnológico de
Aeronáutica)
Breno Aparecido Crucioli (Instituto Tecnológico de
Aeronáutica)
Hélio André dos Santos (Instituto Tecnológico de
Aeronáutica)
Jonas Bianchini Fulindi (Instituto Tecnológico de
Aeronáutica)
Luís Eduardo V. Loures da Costa (Instituto Tecnológico de
Aeronáutica) Gente
Que Faz
Resumo: A região amazônica apresenta desafios ao
estabelecimento de comunicações militares confiáveis. Meios convencionais para
comunicações a longa distância na selva amazônica dependem da instalação de
antenas repetidoras, o que pode atrasar missões ou comprometer o sigilo das
operações. Novas possibilidades de solução para esta necessidade de comunicação
surgiram com a evolução da tecnologia espacial, como os nanossatélites, que são
menores, de menor custo e mais rápidos de desenvolver que os satélites
convencionais. Assim, está em curso, no Centro de Inovação Espacial do
Instituto Tecnológico de Aeronáutica, o desenvolvimento de um nanossatélite
para atender às necessidades de comunicações do Exército Brasileiro na região
amazônica. Sendo uma das etapas desse projeto, o benchmarking favorece a
compreensão das tecnologias usadas em sistemas similares. Neste contexto, este
trabalho apresenta o método e o estudo de caso aplicados ao benchmarking de um
nanossatélite de comunicações em baixa órbita.
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