Governo Quer Usar Recursos Obtidos Com Alcântara Para Reforçar Programa Espacial
Olá leitor!
Segue abaixo um
interessante artigo (antigo é verdade mais esclarecedor) que dá algumas
informações sobre os pontos polêmicos deste acordo de Salvaguarda Tecnológicos
a ser assinado entre o BRASIL e os EUA, postado que foi dia (03/08), no site do
jornal “O Estado de São Paulo”. Vale a pena conferir com bastante atenção.
Duda Falcão
BRASIL
Governo Quer
Usar Recursos Obtidos Com
Alcântara Para Reforçar Programa Espacial
Acordo entre
Brasil e Estados Unidos está sendo desenhado para uso comercial da
base
localizada no Maranhão. 'Sem acordo, Alcântara volta a hibernar', diz
brigadeiro
Por Tânia
Monteiro,
O Estado de
S.Paulo
03 Agosto 2018 |
00h07
BRASÍLIA
- O Brasil quer empregar os recursos obtidos com o uso comercial
da Base de Alcântara,
no Maranhão, com lançamento de satélites para multiplicar pelo menos por cinco
os recursos para o desenvolvimento do seu programa espacial. O Centro de
Lançamento está pronto para que dali sejam lançados satélites de qualquer tipo
e de qualquer país.
Foto: AEB
Acordo entre Brasil e Estados Unidos está sendo desenhado
para uso comercial da base localizada no Maranhão.
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Isso, porém, só
poderia acontecer depois de o Brasil assinar um acordo de salvaguardas
tecnológicas com os Estados Unidos,
que está sendo desenhado pelos
dois países. Essa aliança retirou das tratativas pontos polêmicos rejeitados
pelo Congresso brasileiro,
e que estavam previstos no acordo de 2001.
O acordo de
salvaguarda com os EUA, não prevê aluguel, arrendamento ou doação de
Alcântara para os Estados Unidos. Trata-se apenas um amparo legal para o uso
comercial de Alcântara, não importa por qual país, informou o brigadeiro Luiz
Fernando de Aguiar, presidente da comissão de implantação de sistemas
espaciais.
Ele disse ainda
que "o acordo é imprescindível para os lançamentos de foguetes".
Explicou que os Estados Unidos têm domínio de 80% do mercado e
equipamentos de praticamente todos os países têm alguma peça americana e
que só obtêm consentimento para terem seus equipamentos colocados no espaço por
centros de lançamento de países que tenham acordo de salvaguardas com os
norte-americanos.
“Sem acordo,
Alcântara volta a hibernar”, comentou o brigadeiro. Ele assegurou ainda que
"o acordo de salvaguardas com os EUA não atingirão a soberania do
Brasil" e que todos os pontos polêmicos que existiam estão sendo revistos
e não serão aceitos.
"Não vamos
defender um acordo que não seja bom para o Brasil. Defendemos nossa
soberania", declarou, acrescentando que "o acordo para o uso
comercial de Alcântara pode ser suspenso a qualquer momento que o Brasil
quiser". Segundo Aguiar, "não haverá doação, assim como não há
qualquer problema de soberania ou invasão dos Estados Unidos a instalações
militares brasileiras".
Valores
O comandante
da Aeronáutica,
brigadeiro Nivaldo Rossato, declarou que, hoje, o orçamento para esta
finalidade no programa espacial brasileiro é de R$ 100 milhões (reais).
Estima-se que
este acordo permitirá de 10 a 15 lançamentos por ano, ao custo de R$ 50 milhões
cada. Ou seja, serão, no mínimo R$ 500 milhões, a mais para os programas de
desenvolvimento dos nossos satélites.
O comandante
citou que tudo depende do emprego da tecnologia usado por satélites e que os
investimentos esta área vão ajudar nos mais diversos segmentos, como
agricultura, controle de fronteiras terrestres, tráfego aéreo, banda larga na
Amazônia, prevenção de desastres,
devastação, monitoramento de água, ou atendimento médico a distância.
"Tudo
depende de satélite", comentou o comandante da Aeronáutica, ao mostrar a
importância do setor, que recebe investimentos significativos em outros países,
como a Argentina, nossa vizinha, que investe US$ 1,2 bilhão na área espacial.
"O mundo gasta US$ 300 bilhões", citou o brigadeiro Rossato. “Por que
não estamos nesse negócio? Ninguém vive mais sem o auxílio das facilidades do
espaço e já estamos atrasados nesta corrida".
O comandante
disse ainda que um Conselho Nacional do Espaço foi criado, concentrando as
necessidades de todos os órgãos públicos neste setor, para otimizar os recursos
e os benefícios que cada área pode ter com o uso dos satélites. Trata-se de uma
nova governança para o setor.
Essa união de
esforços, justificou ele, poderá permitir o lançamento e uso de satélites
melhores com imagens muito mais definidas, feitas e focando áreas que nos
interessam. Todo o desenvolvimento do projeto é dual, com objetivos civis e
militares ao mesmo tempo, seguindo o exemplo usado no controle do tráfego aéreo
brasileiro.
Além disso, o
material a ser produzido pelo satélite será de acordo com o interesse de cada
ministério. A Embrapa, por exemplo, já está integrada ao projeto por ter
interesse nos benefícios trazidos pelos satélites para suas pesquisas. Segundo
Rossatto, o uso de satélites pode baratear custo para inúmeros serviços,
inclusive telefonia.
Acordo “o quanto
antes” - A expectativa do presidente da comissão de implantação de sistemas
espaciais, é que o acordo esteja pronto ainda neste ano para ser apresentado ao
Congresso brasileiro.
“Os americanos
entenderam, flexibilizaram, coordenaram e teremos um acordo bem melhor,
diferente de todos esses itens que foram falados e que não passaram no
Congresso na época. E neste ano vai passar”, observou o brigadeiro.
O ideal é que
ele fosse aprovado “o quanto antes”, para que o Centro de Lançamentos de
Alcântara pudesse começar a fazer estes lançame
O Que Muda
Com o Acordo?
Considerando o
relatório da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, itens
descritos envolvendo o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas, de 2001, foram
rediscutidos, revistos e flexibilizados, levando em conta os interesses do
Estado brasileiro.
Essas revisões,
neste momento, estão sendo feitas em Washington, mas já foram objeto de
discussão com o governo brasileiro. Diferentemente do Brasil, o acordo de
salvaguardas não precisa de ser apreciado pelo Congresso americano.
Segundo o Estado apurou,
alguns dos exemplos de revisão previstos no novo texto do acordo de
salvaguardas tecnológicas entre Brasil e Estados Unidos incluem, pelo menos,
três pontos:
1 - O texto antigo previa entrega de áreas do Centro de
Lançamento de Alcântara, situado em uma base militar brasileira, ao exclusivo
controle dos Estados Unidos, tornando essas áreas inacessíveis a
brasileiros. No novo texto não há entrega, cessão ou arrendamento de áreas
do CLA;
2 - No texto antigo, a alfândega brasileira ficaria
proibida de inspecionar remessa de material americano que ingresse no
território nacional e esteja destinado à Alcântara, assim como de material que
sair do Centro de Lançamento de Alcântara para os EUA. No novo texto as cargas
que chegarem ao Centro de Lançamento de Alcântara serão inspecionadas pelos
órgãos governamentais competentes conforme prevê a legislação brasileira;
3 - Na salvaguarda anterior, o governo dos Estados Unidos
poderia proibir que o Brasil pudesse lançar satélites de nações desafetas dos
americanos, ou seja, poderia vetar o uso da base, mesmo estando a base
instalada em território brasileiro e o veículo de lançamento de sua
propriedade, ou de terceiros.
Pelo novo texto, o Centro de Lançamento de Alcântara
mantém o controle da agenda de lançamentos, que poderá lançar engenhos
aeroespaciais brasileiros e de qualquer outra nacionalidade. Além disso, os
novos termos em discussão indicam que o acordo deixa de ser assimétrico.
Fonte: Site do
jornal O Estado de São Paulo - 03/08/2018
Comentário: Bom leitor, se essa apuração feita pelo
Estadão estiver correta, são pontos realmente interessantes, mas para se ter certeza
sé será realmente um bom ou aceitável acordo precisamos primeiro ter acesso a
minuta do mesmo, pois evidentemente existem outros pontos a serem observados
tão importante quanto. No entanto, vale aqui ressaltar para aqueles leitores
que estão defendendo a não assinatura deste acordo em nossa página do Facebook de
que, este acordo é extremamente necessário se quisermos atuar com eficiência e
chances de sucesso no mercado internacional de lançamentos de satélites comerciais,
pois gostem vocês ou não, os americanos mandam neste mercado, afinal 80% das
cargas uteis que chegam ao espaço atualmente ou são americanas ou tem em suas
cargas componentes americanos. Diante disto, somente países que assinam esse
tipo de acordo com os filhos do TIO SAM podem lançar essas cargas uteis. É
praxe galera e até a Rússia assinou este acordo. Vale também aqui dizer que se
a minuta deste acordo vier a comprovar que o mesmo é interessante para Brasil,
em nossa opinião ficará comprovado o descaso e a incompetência (dirigida ou
não) do Governo FHC na época do outro acordo. Fica parecendo até que os americanos
aplicaram o famoso SCC (se colar colou) e os representantes brasileiros
aceitaram numa boa sem qualquer negociação, o que em nossa opinião gera muitas
suspeitas.
De novo??? "Argentina, nossa vizinha, que investe US$ 1,2 bilhão na área espacial." rs rs rs rs!!! Cara, o orcamento da argentina TOTAL na área espacial para 2018 é de U$S 100 milhões... de que que adianta mentir desse jeito???
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