INPE Aguarda Posse de Novo Diretor Há 4 Meses; Pesquisadores Se Queixam

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria publicada hoje (21/09) no jornal “Folha de São Paulo” e postada hoje no “Blog SindCT Espacial” destacando que pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) se queixam por estarem aguardando a posse de novo diretor há 4 meses.

Duda Falcão

INPE Aguarda Posse de Novo Diretor
Há 4 Meses; Pesquisadores Se Queixam

Folha de SP
Gabriel Alves
21 de setembro de 2016


O INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), passa por uma transição de direção que já leva alguns meses. A demora, segundo alguns pesquisadores, trouxe um clima de insegurança à instituição. O mandato do atual diretor, o engenheiro Leonel Perondi, teria terminado em maio, quatro anos após assumir o cargo, em 2012.

Isso se o escolhido, o também engenheiro Ricardo Galvão, tivesse a nomeação oficializada pela publicação no "Diário Oficial" da União. Ele é professor titular da USP e ocupava até recentemente o posto de presidente da Sociedade Brasileira da Física (SBF), de onde teve de sair para poder assumir a nova função.

O processo de escolha do novo diretor se iniciou em janeiro, com a formação de um comitê de busca responsável por enviar uma lista tríplice ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações Comunicações (MCTIC), ao qual o INPE é vinculado.

Em 16 de junho, informa o MCTIC, foi enviado um ofício para a Casa Civil solicitando a publicação no DOU. Por sua vez, a Casa Civil disse à Folha por meio de sua assessoria que não há previsão de publicação da nomeação.

Teorias

O ex-diretor do INPE Gilberto Câmara, especialista em geoinformática, especula que a saída possa ter a ver com um possível desprestígio do ministro do MCTIC Gilberto Kassab (PSD) frente à Casa Civil, do ministro Eliseu Padilha (PMDB).

"Vivemos uma situação de limbo. O MCTIC anunciou o novo diretor, mas essa nomeação não sai. Parece um pouco de descaso com a ciência e a tecnologia", afirma. "A explicação é a que o governo não anda".

Para o pesquisador Acioli de Olivo, o motivo pode ser a falta de apoio parlamentar. "Eles estão atendendo ao interesse da base aliada –e não tem como aparelhar o INPE."

O atual diretor, Leonel Perondi, sugere que o prazo alargado pode ser semelhante ao que levou para sua nomeação sair, entre 2011 e 2012, de cinco meses. "A demora também pode se dever às mudanças de ministro, foram três nos últimos meses. Também há um rito, um escrutínio do candidato escolhido", diz.

Ricardo Galvão diz não acreditar que a demora se dê por má vontade política e sim por uma questão de "conjectura" do governo. "Estou a par da maioria das questões. Como já fui do INPE (entre 1986 e 1990) ainda conheço algumas pessoas. Desde que fui indicado, tenho tido conversas e já fiz um levantamento razoável dos problemas."

Um dos principais desafios deve ser lidar com a reposição de funcionários administrativos, que estão se aposentando em uma taxa mais rápida que a de novas contratações.

Outro deve ser a definição do rumo do programa espacial brasileiro, que sofreu grande revés em 2003 com a explosão três dias antes do lançamento do Veículo Lançador de Satélites (VLS), quando 21 trabalhadores civis morreram.


Fonte: Blog SindCT Espacial - http://sindctespacial.blogspot.com.br

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