Aldo Rebelo: “Não Tem Como Inovar Sem a Iniciativa Privada”
Olá leitor!
Segue abaixo uma entrevista com o Ministro Aldo Revelo
postada hoje (31/17) no site da “Agência Brasil” onde o mesmo fala sobre o
rompimento do acordo espacial com a Ucrânia e de outros projetos em curso.
Duda Falcão
Pesquisa e
Inovação
Aldo Rebelo: “Não Tem Como Inovar
Sem a Iniciativa Privada”
Maiana
Diniz
Repórter
da Agência Brasil
Edição: Lílian Beraldo
Brasília, 31/07/2015 - 08h08
Wilson Dias/Agência Brasil
Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, o ministro Aldo
Rebelo
fala sobre a importância da ciência e da inovação como base
para o
desenvolvimento
|
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo
Rebelo, aposta no papel empreendedor do governo para a construção da
infraestrutura que permita o desenvolvimento de setores industriais de ponta no
Brasil. Ele avalia, entretanto, que “não tem como inovar sem a iniciativa
privada”.
“Ainda existe um pouco da ideia da universidade pública
como uma redoma de ciência pura que não deve ser contaminada pelo mercado, mas
isso está mudando, e o Código Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação pode
ajudar nesse processo”, diz Rebelo em entrevista à Agência Brasil.
Para que as áreas espacial, química e nuclear possam expandir
e estimular o crescimento de outros setores da economia do país, o ministro
aposta em alguns caminhos, entre eles a renúncia fiscal, para que empresas
invistam em inovação, e a instalação de parques tecnológicos.
“Quando o Estado renuncia a uma pequena parte de impostos
para que a empresa invista em inovação, o avanço produzido por essa indústria
gera um aumento de faturamento e do pagamento de tributos muito maior que a
renúncia, além da criação de empregos de alta tecnologia”, afirma.
Na avaliação do ministro, o governo brasileiro já
entendeu a importância da ciência para o desenvolvimento do país. Um exemplo,
na avaliação dele, é a recente inclusão de obras estratégicas da pasta no
orçamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Confira abaixo os principais
trechos da entrevista:
Agência
Brasil: A inclusão
dos projetos do acelerador de partícula Sirius e do reator multipropósito
no PAC, orçados em R$ 3 bilhões, sinaliza que o governo está apostando na
ciência como base para o desenvolvimento?
Aldo Rebelo: Creio que o Brasil já entendeu a
urgência e a prioridade de ciência, pesquisa, tecnologia e inovação quando fez
o projeto estratégico do setor. O que estamos fazendo agora é dar consequência
a essa decisão. Não havia obra do Ministério no PAC, o que é incompreensível. O
crescimento e a competitividade dos países na economia mundial estão cada vez
mais subordinados à capacidade de cada país inovar. Era uma contradição o
Brasil não ter obras de infraestrutura como essas duas.
O Sirius e o reator
multipropósito são instrumentos usados para diversos tipos de pesquisa,
incluindo a criação de tecnologias industriais, teste de materiais, processos e
produtos industriais. Para avançarmos nessas áreas, dependemos do acelerador e
do reator. Agora, nós temos. Eles estão no estado da arte do mundo, gerando
curiosidade e interesse científico de países como os Estados Unidos, onde
pesquisadores de ponta manifestaram interesse em acompanhar o desenvolvimento e
a montagem do projeto Sirius no Brasil.
Agência
Brasil: No início
da semana, o acordo entre o Brasil e a Ucrânia para a construção de um
veículo lançador de foguetes foi oficialmente rompido. Isso distancia o Brasil
da possibilidade de ter um veículo lançador?
Rebelo: O acordo com a Ucrânia era
puramente comercial. De um lado, o Brasil tem uma base de lançamento próxima à
linha do Equador, o que reduz o custo de lançamento. Todo mundo tem interesse
em usar essa base. Do outro, a Ucrânia, um país que tem tecnologia de foguete.
Eles fabricariam o foguete e procurariam interessados em colocar satélites em
órbita. O serviço daria lucro para o Brasil e para a Ucrânia, pago pelo país
interessado em lançar o satélite.
Agência
Brasil: Quais foram
as razões para o rompimento?
Rebelo: A intenção dos dois países de
entrar nesse mercado promissor, de aluguel de bases, foguetes e satélites, foi
contestada pelo custo. O valor do foguete ucraniano perdeu o interesse
comercial. Um estudo feito no ano passado pelos ministérios da Ciência,
Tecnologia e Inovação, da Defesa e das Relações Exteriores concluiu, por
unanimidade, que o acordo estava inviabilizado comercialmente.
O investimento era muito alto e
não havia transferência de tecnologia prevista. O foguete seria construído 100%
lá, trazido ao Brasil, onde o satélite seria acoplado e lançado. Nós ainda
tentamos.
Oferecemos que a Ucrânia fizesse
o foguete por conta própria, usando a nossa base. Mas nós não tínhamos
interesse em continuar porque não íamos ter lucro e íamos subsidiar a
construção do foguete para nós mesmos lançarmos. O Brasil tem muitos
acordos na área espacial. Com a China já lançamos quatro satélites e estamos
construindo um com a França. Com a Alemanha estamos construindo um minifoguete
lançador de pequenos satélites. Estamos tentando retomar o acordo de
salvaguardas para fazer lançamentos com os Estados Unidos. Também temos acordo
de assistência técnica para a construção de veículo lançador de satélite com os
russos. Essa é a regra, todo mundo faz acordo com todo o mundo, porque
todos têm a possibilidade de cooperar e de ganhar dinheiro.
Agência
Brasil: Qual é o
lugar do Brasil nesse mercado?
Rebelo: O Brasil tem dois objetivos. Um
deles é ter a missão espacial completa, ou seja, termos condição de lançar um
satélite projetado e fabricado pelo Brasil, com um foguete e a base de
lançamento nacional.
O outro é emprestarmos a nossa
base para o foguete de um país e o satélite de outro, que devem nos pagar
aluguel por isso. Outro tipo de acordo é o Brasil ter um satélite, outro país
ter um foguete e lançarmos daqui. Tudo isso é possível com acordos de
salvaguardas, que são acordos comerciais, sem objetivo de transferir
tecnologia.
Agência
Brasil: O que falta
para termos a missão espacial brasileira completa?
Rebelo: Já temos satélites com chineses
e franceses. Falta agora nosso veículo lançador. O veículo lançador de pequeno
porte está sendo construído com a Alemanha e está previsto para 2018. O veículo
médio é o VLS, que explodiu em 2004 no acidente da base de Alcântara. Mas nós
fizemos acordo de cooperação com os russos e já temos a tecnologia para
desenvolver o veículo médio, só precisamos de recursos e tempo para fazer,
lembrando que nessa área tudo é atualizado muito rápido.
A capacidade do combustível usado,
o peso dos materiais, tudo é aperfeiçoado a cada ano, e quem não atualiza fica
menos competitivo. É preciso pesquisar o tempo inteiro.
Agência
Brasil: Qual é o
papel da iniciativa privada na inovação no país?
Rebelo: Não tem como inovar sem a iniciativa
privada. A inovação é sempre para uma determinada finalidade, econômica ou
social, o resto é ciência pura. Se o Butantã desenvolve uma vacina, por
exemplo, traz um benefício social. Mas para produzi-la em larga escala, precisa
da indústria. Também não existe um projeto espacial sem indústria
espacial. Sem dinheiro público não se faz, então o governo tem que liderar e
criar a indústria. Além da geração de empregos de alta tecnologia e tributos,
os desdobramentos das pesquisas podem ter utilidade muito vasta para fins
industriais, civis e médicos. Tem uma grande gama de avanços e produtos que
surgem como resultados de pesquisas na área espacial, na área nuclear. O
governo lidera e as empresas participam.
Agência
Brasil: Nos
últimos anos tivemos no Brasil muita renúncia fiscal para promover a venda de
produtos, mas pouco para inovação. Isso vai mudar?
Rebelo: Está mudando. Já existe uma
presença do governo nesse sentido, desde incentivos como a Lei do Bem, o Inova
Empresas, o Inovar Auto, entre outros. Isso já estimulou várias empresas. A
renúncia é 10%, 15%, o resto é a empresa que faz. Quando incentivada, a empresa
faz. A instalação de parques tecnológicos também é uma aposta. Os parques
reúnem as condições para a economia de alta tecnologia, ao colocar no mesmo
passo empresas, incubadoras, startups e mão de obra qualificada.
Agência
Brasil: As
empresas também estão em crise. Elas estão recuando desse planejamento?
Rebelo: Pelo contrário. Pelos locais que
tenho visitado no Brasil, tenho visto investimentos nesse setor. As empresas
sabem que precisam olhar para o futuro.
Agência
Brasil: Sobre a
formação de profissionais de ponta, como está o orçamento para bolsas de
pesquisa no país?
Rebelo: Estamos recuperando o orçamento
do Ministério, principalmente do Fundo Nacional do Desenvolvimento Científico e
Tecnológico, mesmo compreendendo as restrições orçamentárias do momento.
Agência
Brasil: Como o
senhor avalia os primeiros resultados do Ciência sem Fronteiras? O programa já
conseguiu formar uma “elite científica” no Brasil?
Rebelo: Isso não se forma do dia para a
noite. Precisamos aguardar o retorno dos bolsistas, principalmente doutores e
pós-doutores, que têm condições de constituir uma espécie de vanguarda e levar
adiante o esforço de pesquisa no país.
Agência
Brasil: As
Olimpíadas de Matemática já provocaram uma mudança no número de pessoas que se
interessam pela disciplina no Brasil? Terão um efeito rápido, por exemplo, no
aumento do número de engenheiros?
Rebelo: Já provocou, já dá pra sentir os
resultados em números e em casos que são acompanhados. Mais que a competição,
deu-se a valorização do ensino e da aprendizagem da matemática. Elevou-se o
nível geral e a motivação dos estudantes. Permitiu que instituições como o Impa
(Instituto de Matemática Pura e Aplicada) e as universidades públicas tivessem
acesso aos talentos negligenciados ou esquecidos nas escolas. As olimpíadas nos
permitem descobrir talentos. São aplicados testes em 18 milhões de crianças.
Aos 6 mil melhores colocados, o Impa dá uma bolsa. Dos municípios brasileiros,
99,9% participam.
Fonte: Site da Agência Brasil
Comentário: Primeiramente devo lembrar ao ministro Rebelo
que a “Ogra” debiloide continua covardemente em silencio sobre o destrato do
acordo com a Ucrânia e devendo uma explicação pública a Sociedade Brasileira,
utilizando de seus escudeiros para falarem por ela e servirem de escudo
político. Além disso, gostaria de lembrar ao incompetente ministro do MCTI e
sua assessoria de merda, que o acidente com o VLS-1 não correu em 2004 como
dito por ele nesta entrevista, e sim em 22 de agosto de 2003, sendo uma tremenda
falta de respeito as famílias dos 21 heróis brasileiros que deram suas vidas pelo país, enquanto
vermes como este senhor estavam na política contribuindo para os desmandos
desta classe de vagabundos. Outra coisa, inovação Sr. Rebelo? O senhor tem certeza mesmo de que sabe o que é isto? Ora, faça-me uma garapa.
A mídia brasileira dá vez e voz para estes merdas, párias da nação!
ResponderExcluirE a elite pensante se cala!
Já o blog não se cala!
Está de parabéns!
Somente este blog?
Todos deveriam cobrar, envergonhar estes parasitas e enroladores!
Quando iremos nos cansar?
Só do acidente para cá, já se passou mais de 10 anos!
Dizer que temos satélites com chineses e franceses é brincadeira!
Estamos cada vez mais regredindo!
Acho que somente secas devastadoras, acrescidas de mais desastres naturais, irão fazer, quem sabe, este país tomar vergonha na cara!
stone vox. Não existe roubo maior, que a fundação de um banco.
ResponderExcluirMelhor colocar tudo na mão da iniciativa privada logo, já que só visam lucro mesmo.
ResponderExcluirClaro que este senhor sabe o que fala.Vejo que o site tem um viés politico anti esquerda.Mas ciencia não tem partido.Graças a Lula,o projeto de Defesa está acelerando.Este senhor acima,sabe do que fala quando diz sobre "iniciativa privada".O rompimento com Ucrania foi muito bom,devido que agora os nazistas estão no comando.Espero que publique meus comentários.Caso Tu use viés politico para falar de ciencia não custa lembrar que foi a URSS que colocou o primeiro homem no espaço.
ResponderExcluirOlá Sr. Almir Bispo!
ExcluirDesculpe-me, respeito a sua opinião mas não concordo. O senhor esta repetindo o que esses energúmenos lhe dizem e a impressão que eu tenho é que o senhor não tem a menor ideia do que está falando, ou então está sendo beneficiado com toda esta situação.
Além do mais, se acompanhasse o meu Blog com frequência saberia que o meu problema não é com o PT especificamente, e sim com a classe política como um todo, que é corrupta, ineficiente, mal intencionada e formada na sua maiorias por bandidos de colarinho branco que assolam há décadas o poder público do país em todos os níveis, inclusive aí o PT. Se cito a "Ogra" com mais frequência, é porque ela é quem estar no poder, sendo responsável por quatro anos desastrosos que serão difíceis de serem recuperados. Se o senhor não vê dessa forma, bom aí já é um problema do senhor, mas os resultados estão ai, só não enxerga que não quer.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Colocar na mão da iniciativa privada,a ciencia vai para a privada,visto que ninguem investe dinheiro particular em algo incerto.
ResponderExcluirCiencia de ponta é coisa de estado.
ResponderExcluirentão falta investimento financeiro para aeroespacial do brasil para dar um passo para frente?
ResponderExcluirtem alguma empresa privada que pode investir na área ?
abraço Duda Falcão
Olá Rohip!
ExcluirFalta, mas não só investimentos financeiros. Já quanto a empresas, eles já existem, mas só investiram pesado para crescerem quando o governo gerar demanda, tá ok?
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)