FINEP e Piada Espacial Brasileira (AEB) Promoveram "Workshop de Projetos do Setor Espacial" em São José do Campos (SP)

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No dia 11 de abril, o portal da Piada Espacial Brasileira (AEB) divulgou a realização do "Workshop de Projetos do Setor Espacial", promovido em conjunto com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). O evento aconteceu no Parque de Inovação Tecnológica (PIT), em São José dos Campos (SP), um dos polos mais importantes do setor aeroespacial no Brasil.
 
Imagem: Divulgação AEB

Segunda a nota deste órgão vergonhoso, o workshop teve como objetivo discutir os avanços, entraves técnicos e jurídicos, e as perspectivas dos projetos atualmente financiados pela FINEP no âmbito do Programa Espacial Brasileiro. No centro dos debates, estiveram iniciativas de diferentes naturezas, desde veículos lançadores até microssatélites e projetos experimentais.
 
Entre os projetos apresentados, destacam-se:
 
* Projeto SatVHR – Satélite de pequeno porte para observação da Terra com altíssima resolução, liderado pela Visiona Tecnologia Espacial. (Na verdade um projeto que, com o mesmo volume de recursos, poderia alcançar resultados mais robustos caso não estivesse atrelado a interesses de apadrinhamento e favorecimento político.)
 
* Projeto VLM-AT – Veículo Lançador de Microssatélites, sob responsabilidade do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE).(O projeto, está nas mãos de uma instituição sucateada, sem capacidade técnica real para entregar resultados. Tudo indica que será mais uma iniciativa que se arrastará por décadas sem uma conclusão final, gerando apenas prejuízos a Sociedade Brasileira.)
 
* Projeto ML-BR – Lançador de satélites de pequeno porte, desenvolvido pela CENIC. (Um dos projetos com reais chances de sucesso, conduzido por uma equipe competente, comprometida e experiente — embora ainda sob o risco de boicote por parte das chamadas "forças do atraso tecnológico" no governo).
 
* Projeto VLN-AKR – Também um lançador de satélites, sob liderança da empresa Akaer. (Assim como o ML-BR, o projeto tem potencial e uma equipe sólida por trás — novamente ameaçado pelo mesmo cenário político e institucional que sabota avanços reais).
 
* Projeto RATO-14X – Veículo acelerador com motor-foguete para a aeronave scramjet 14-X da Força Aérea Brasileira, em desenvolvimento pela Mac Jee. (Projeto inovador, com promissora aplicação em tecnologias hipersônicas. Tem boas chances de êxito, desde que não seja inviabilizado pelo ambiente institucional hostil à inovação).
 
Projeto do Foguete de Treinamento a Propelente Líquido – Sob responsabilidade da DeltaV. (É considerado um projeto inviável, conduzido por pessoas com pouco ou nenhum conhecimento prático na área de propulsão para foguetes. Além disso, a proposta é economicamente irracional: foguetes de treinamento deveriam ser movidos por propelente sólido, que são muito mais baratos. O projeto soa como uma encenação, destinada a evitar sanções contratuais mediante a uma futura falha previsível).
 
Projeto SelenITA – Microssatélite científico para missão lunar vinculada aos Acordos Artemis, desenvolvido pelo ITA. (Uma proposta tecnicamente sólida, liderada por profissionais sérios e capacitados, que pode avançar caso não encontre os mesmos obstáculos institucionais que emperram outros projetos).
 
Durante o encontro, também foram debatidos os aspectos legais da execução dos projetos, com apoio da Procuradoria Federal junto à AEB, e discutida a infraestrutura de testes e desenvolvimento atualmente disponível. A integração entre os diferentes atores do ecossistema espacial é apontada como essencial para garantir segurança jurídica, sinergia institucional e viabilidade técnica.
 
"A AEB e a FINEP mantêm um acordo de cooperação técnica voltado à operacionalização de seleções públicas para subvenção à inovação. O workshop foi uma oportunidade importante para acompanhar a execução dos projetos, alinhar cronogramas e identificar gargalos", destacou Rodrigo Leonardi, diretor de Gestão de Portfólio da AEB.
 
Ainda segundo a nota, o evento representou um raro momento de articulação entre governo, indústria e academia. No entanto, mesmo com bons projetos em andamento, o setor espacial brasileiro segue refém de práticas políticas ultrapassadas, aparelhamento institucional, falta de meritocracia e escassez de visão estratégica.
 
Imagem: Divulgação AEB 
Participantes do Workshop.

A presença de representantes de alto nível, como o presidente da AEB, Marco Chamon, e o diretor de Inovação da FINEP, Elias Ramos, bem como representantes de instituições como o MCTI, IAE, DCTA, EMAER, INPE, ITA e diversas empresas privadas, demonstra a importância política do tema — ainda que os resultados concretos continuem dependendo da vontade real de romper com velhos vícios.
 
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