Estudo Chinês Revela Menor Teor de Água no Manto do Lado Oculto da Lua

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Credito: Space Daily
Ilustrativo.

No dia de ontem (14/04), o portal Space Daily noticiou que Pesquisadores Chineses, ao analisarem amostras de rochas da missão lunar Chang’e-6, determinaram que o manto do lado oculto da Lua contém significativamente menos água do que o lado visível. O estudo, liderado pelo Prof. Hu Sen do Instituto de Geologia e Geofísica da Academia Chinesa de Ciências, lança nova luz sobre a estrutura interna e a evolução da Lua.
 
Publicado na revista Nature, os resultados da equipe revelam que a fonte mantélica dos basaltos mare da CE6 contém apenas de 1 a 1,5 microgramas de água por grama. Isso é substancialmente inferior ao teor de água no manto inferido a partir de amostras anteriores do lado visível, cujas concentrações variaram de 1 até impressionantes 200 microgramas por grama nas últimas duas décadas de pesquisas lunares.
 
A Província Procellarum KREEP (PKT), localizada no lado visível da Lua, apresenta níveis elevados de tório em comparação com outras grandes regiões geoquímicas, como as Terras Altas Feldspáticas e a Bacia do Polo Sul-Aitken (SPA). Como o tório e a água são elementos incompatíveis durante a diferenciação magmática, tendem a se acumular no magma derretido, em vez de se incorporarem aos minerais cristalizados. Esse comportamento geoquímico reforça a ideia de que o manto sob a Bacia SPA, no lado oculto, pode ser intrinsecamente mais seco.
 
Para testar essa hipótese, os cientistas examinaram inclusões de fusão e minerais de apatita nos basaltos mare da CE6, as primeiras amostras já coletadas da Bacia SPA. Os resultados revelaram que o magma parental desses basaltos continha concentrações de água variando entre 15 e 168 microgramas por grama. Com base nesses valores, os pesquisadores estimaram que o teor de água do manto de origem é de apenas 1 a 1,5 microgramas por grama.
 
Essa diferença no teor de água reforça a hipótese de uma divisão hemisférica na hidratação interna da Lua. Ela ecoa outras assimetrias pronunciadas observadas entre os dois hemisférios lunares e tem implicações significativas para as teorias sobre a formação da Lua, especialmente a hipótese do grande impacto.
 
A descoberta fornece uma estimativa mais precisa do inventário total de água na porção silicatada da Lua e amplia nossa compreensão de como a água influenciou o desenvolvimento geológico lunar.
 
Esta pesquisa foi conduzida em parceria com a Universidade de Nanjing e recebeu apoio da Fundação Nacional de Ciências Naturais da China, do Programa de Pesquisa de Prioridade Estratégica da Academia Chinesa de Ciências, entre outras instituições.
 
 
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