Saiba Mais Sobre o Debate Sobre o PEB Promovido Pelo SindCT
Olá leitor!
Segue abaixo a notícia publicada ontem (07/12) no site do SindCT tendo como destaque o Debate recente
sobre o PEB promovido dia 26/11 pelo SindCT. Esta pequena matéria de autoria da
jornalista Shirley Marciano do Jornal do SindCT vem acompanhada do vídeo do
evento e das três apresentações feitas pelos convidados. Vale a pena dar uma
conferida.
Duda Falcão
Notícias do SindCT
Debate:
Análise e Alternativas
Para o Programa Espacial Brasileiro
Shirley
Marciano
Site do SindCT
07 de Dezembro de 2015
Dia 26 de
novembro foi uma data marcante. Foi realizado o debate: "Análise e
alternativas para o PEB", para troca de ideias e experiências sobre o
futuro do programa espacial para o país. O Auditório do LIT recebeu cerca de
120 servidores do INPE, DCTA e CEMANDEN para uma conversa bem franca,
porque o objetivo é que todos os passos a serem dados
aconteçam considerando o ponto de vista daqueles que fazem ciência,
tecnologia e inovação em seu dia-a-dia.
Após a abertura
e composição da mesa pelo secretário de comunicação do SindCT, Gino Genaro, foi
a vez do presidente da entidade dar suas boas-vindas a todos ali presentes e
dispostos à discutir o tema proposto. Na sequência, o Cel Augusto
Luiz de Castro Otero, diretor interino do Instituto de Aeronáutica e
Espaço - IAE, que compôs a mesa para representar o DCTA, agradeceu a
oportunidade, elogiou a iniciativa do sindicato e se colocou a disposição
para canalizar sugestões.
Assim, foi dado
início aos trabalhos. O primeiro expositor foi o servidor, agora aposentado,
José Nivaldo Hinckel. Ele é matemático e sempre atuou na área de Propulsão
no INPE. Hinckel fez duras críticas quanto ao que existe hoje em
termos de PEB. "Um programa espacial que se baseia em sensoriamento não se
justifica. Isso não pode ser considerado programa espacial".
Amauri Montes,
formado em engenharia pelo ITA, coordenador da Engenharia e
Tecnologia Espacial do INPE - ETE, disse que mesmo diante de tantas
dificuldades financeiras e falta de pessoal há grandes
realizações "Lutamos muito para vencer a falta de credibilidade
e temos feito muita coisa e de grande qualidade em termos de engenharia e
tecnologia espacial".
Não faltou bom
humor num cenário de certo descontentamento. Foi assim que o engenheiro
mecânico, José Bezerra Pessoa Filho, do IAE, conduziu sua explanação. Para ele,
falta de fato investimento e vontade, além da solução de uma série de
questões. "Hoje, o maior volume de dinheiro não vai para a pesquisa e
desenvolvimento e sim para o serviços que são subprodutos dos programas. É preciso investir
muito mais", disse.
A etapa
seguinte foi a abertura da palavra para a plateia. Cada um colocou
sua visão. Mas houve momentos de certa divergência entre áreas como as de
serviços de Observação da Terra e também de pós-graduação do INPE. Inclusive,
questionaram a forma como foi organizado o seminário - só por
engenheiros -, no sentido de que foi dada importância à
questões ligadas à engenharia e fora deixado de lado outras atividades. Porém,
Bezerra amenizou e ilustrou com o exemplo da vida de
uma árvore: "O ensino são as raízes; os foguetes e os satélites são o
caule e os galhos; as imagens processadas para o meio ambiente e
outras finalidades são os frutos. Ou seja, somos interdependentes e todos
igualmente importantes".
Por fim, Genaro
e Ivanil finalizaram o evento, agradecendo a presença de todos.
O
seminário foi realizado pelo SindCT a pedido da Comunidade, em
decorrência da Portaria Interministerial 2.151, de 2 de outubro de 2015, a qual
define a nomeação de representantes para compor um grupo de trabalho
interministerial - GTI, com o objetivo de estudar e apresentar uma proposta que
irá mexer praticamente com tudo o que existe hoje de atividade espacial no
país. O Cel Otero e o Bezerra Filho fazem parte deste grupo, que ainda
não está oficializado.
A direção do INPE
não enviou representante para o seminário.
Acesse aqui o vídeo.
Veja os arquivos
das apresentações:
Fonte: Site do SindCT – 07/12/2015
Comentário: Não resta dúvida da importância da realização
deste evento por parte do SindCT, principalmente por informar melhor a
sociedade sobre a verdadeira situação do PEB, bem como também pela participação
no evento do diretor interino do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), o Cel. Augusto Luiz de Castro Otero,
algo que considero muito positivo. Entretanto, é preciso dizer e lembrar aos
sindicalistas de que eles continuam ingênuos acreditando que com ações desta
natureza conseguirão mudar alguma coisa, ou então não querem realmente resolver
o problema. A situação atual do Programa Espacial Brasileiro é gravíssima e situações
extremas exigem ações extremas. Imagine você se servidores da NASA, por
exemplo, estivessem na mesma situação, ou seja, se reunindo para discutir os
problemas de um programa que não passa de uma grande fantasia desde a implementação
(no longínquo inicio dos anos 90) dos desgovernos civis deste país. A diferença
é que lá (EUA) Programa Espacial é uma questão de ESTADO, e por conta disso as discussões
que são apoiadas por uma classe política comprometida, giram sempre em torno de
encontrar novas soluções em todos os níveis que permitam o continuo
desenvolvimento espacial americano, ou seja, há compromisso e vontade política de se fazer a
diferença. No Brasil não existe isto, e continuará não existindo caso a
sociedade e a sua comunidade científica continuem passivamente adotando esta postura
de pedinte, invés de ir à luta pelo que dizem defenderem. O Brasil precisa
entender de que enquanto o PEB não se tornar um Programa de ESTADO, jamais alcançará
os objetivos listados nos diversos documentos fantasiosos que orientam as
atividades espaciais do país. A Sociedade Brasileira precisa entender que o
Programa Espacial Brasileiro (PEB) é um programa governamental que tem a sua
direção sob a responsabilidade do Estado Brasileiro representado pelo Poder
Executivo liderado pela Presidência da República. O que acontece é que este
governo central não está nem ai para o país, quanto mais para um programa caro
e que não trás nenhum benefício político na luta pelo poder (não gera voto), já
que (diferentemente do que ocorre nos EUA) até mesmo a maior parte da sociedade brasileira mais esclarecida não tem a
mínima ideia da importância de um Programa Espacial para um país como o nosso,
e a parte menos esclarecida, bem, esta continua acreditando que a LUA é a
morada de São Jorge. Resumindo, ou a sociedade esclarecida e os profissionais
da Comunidade Espacial do país se unem e vão a Brasília cobrar (e não pedir)
como brasileiros que deveriam ser, ou continuarão sendo enganados por essas
raposas profissionais da ilusão travestidas de autoridades, independentemente da pseuda
legenda política que estiver no poder.
Duda, obrigada pelas publicações das nossas matérias e pelas citações. Parabéns pelo blog! Abraços,
ResponderExcluirOlá Shirley!
ExcluirNão há de que e parabéns pelo trabalho que você vem realizado junto ao Jornal do SindCT.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)