ON Participa de Projeto de Observação Astronômica em Parceria Com a Espanha
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada hoje (23/12) no site do “Ministério
da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)” destacando que o Observatório
Nacional (ON) participa de Projeto de Observação Astronômica em parceria com a
Espanha.
Duda Falcão
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
ON Participa de Projeto de Observação
Astronômica em Parceria
Com a Espanha
Entidade vinculada ao MCTI é parte do Levantamento
Celeste
Fotométrico de Javalambre do Universo Local (J-Plus), que
busca
novas estruturas do espaço e colocar o Brasil entre as
potências do setor.
Por Ascom do ON
Publicação: 23/12/2015 | 13:08
Última modificação: 23/12/2015 | 13:12
Após um intenso período
de tarefas de ajuste e otimização, tiveram início as observações sistemáticas
para o Levantamento Celeste Fotométrico de Javalambre do Universo Local
(J-Plus), utilizando a câmera T80Cam, instalada no telescópio T80 do
Observatório Astronômico de Javalambre, localizado na Espanha. Desde novembro
deste ano, vêm sendo feitas observações para este levantamento que, em três
anos, deve produzir um mapa tridimensional com centenas de milhões de galáxias,
compreendendo um quinto de todo o céu do planeta, além de tentar desvendar a
natureza da energia escura.
"A pesquisa vai
permitir uma ampla variedade de estudos em muitos campos astrofísicos
relacionadas com a cosmologia, estrutura de grande escala, aglomerados de
galáxias, populações estelares em 2D, formação de estrelas em galáxias, a
estrutura Halo, e estudos de fontes variáveis na Via Láctea. Além disso, se
espera também a descoberta de galáxias, quasares, supernovas, e pequenos corpos
do Sistema Solar", revela Renato Dupke, pesquisador do Observatório
Nacional (ON/MCTI) e coordenador do projeto no Brasil.
Nos últimos dias, cerca
de 28 graus quadrados do J-Plus já foram observados nos 12 filtros. No início
do estudo, uma fração significativa do tempo de observação está a ser dedicado
a calibrações internas e ensaios para avaliar a robustez e a confiabilidade do
sistema.
O levantamento está
sendo feito no Pico de Buitre, Sierra de Javalambre, na cidade de Teruel, a
1.957 metros de altura. Esta é uma das regiões mais escuras da Europa, com uma
das melhores visibilidades astronômicas do planeta.
J-Pas
Já a partir de 2016, o
Brasil, em parceria com a Espanha, iniciará o projeto Javalambre Physics of
the Accelerating Universe Astrophysical Survey (J-Pas) – Levantamento
Celeste de Javalambre da Física do Universo Acelerante –, também conhecido como
Projeto Pau-Brasil, que durará entre cinco e seis anos.
"Resultados mais
precisos existentes sobre a energia escura já serão obtidos durante o terceiro
ano de coleta de dados", explica Renato Dupke.
O ON é responsável pelo
aprovisionamento da JPCam, a câmera principal do projeto, uma das maiores do
mundo, e participa intensamente em todos os níveis do projeto. Cinco
pesquisadores da entidade vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação (MCTI) coordenam grupos de trabalho científico na colaboração, nas
áreas de Teoria Fundamental (Jailson Alcaniz), Cosmologia Observacional (Renato
Dupke), Evolução de Galáxias (Roderik Overzier), Populações Estelares (Simone
Daflon), e Pequenos Corpos no Sistema Solar (Jorge Carvano).
O J-Pas é um
levantamento de mais de nove mil graus quadrados no céu. Mais de 90 milhões de
galáxias com alta precisão de distâncias e mais de 400 milhões de galáxias com
média precisão serão observadas, obtendo o maior mapa tridimensional do
Universo e alcançando distâncias de nove bilhões de anos-luz da Terra. Isso levará,
entre outras coisas, à medição mais precisa das características da energia
escura, um dos maiores mistérios atuais em Cosmologia e Física Fundamental.
Esse levantamento celeste é único, tecnicamente, com o uso inédito de 54
filtros de baixa largura.
"Esse sistema de
multifiltros é único entre os grandes projetos óticos atuais, sendo este o
diferencial que nos permite competir na fronteira cosmológica com outros países
mais ricos, mas com um gasto muito menor. Esse grande número de filtros é o
elemento principal que mantém o J-Pas, potencialmente, como o melhor
levantamento celeste dessa década", afirma Dupke.
A câmera principal,
chamada de JPCam, é a contribuição material do lado brasileiro, com custo
aproximado de US$ 8 milhões, a maior parte do qual sendo financiada através do
Observatório Nacional, com recursos do MCTI, da Financiadora de Estudos e
Projetos (Finep/MCTI), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de
Janeiro (Faperj), além de recursos próprios.
O J-Pas já está quase
pronto para ter início. O telescópio principal (T250) já está construído e
inaugurou o Javalambre Astrophysical Observatory. O telescópio será 100%
dedicado ao projeto. "Para cobrir a área planejada dentro do tempo
previsto, estamos construindo uma câmera com um campo de visão de
aproximadamente cinco graus quadrados. Essa câmera usará 54 filtros, cobrindo
basicamente todas as frequências óticas e mais cinco filtros de banda
larga", relata Renato Dupke.
Fonte: Site do Ministério da Ciência,Tecnologia e
Inovação (MCTI)
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